Vitória: A dor da derrota e a glória de continuar de pé
O futebol é uma metáfora da vida. Há dias de glória, há dias de queda. Mas o que define um vencedor não é a ausência de derrotas, e sim a capacidade de se reerguer.
No Barradão, o estádio pulsava. A torcida, como sempre, fazia sua parte. Gritos, bandeiras, faixas… O Vitória entrava em campo carregando consigo o peso de 22 jogos de invencibilidade. Era um time que não sabia o que era perder há muito tempo. E talvez isso tenha sido sua maior fraqueza.
O Náutico, franco atirador, veio com fome. Sabia que enfrentava um Leão embalado, confiante, e que a única forma de domá-lo seria atacando sem medo. O primeiro golpe veio como um soco no estômago: Hélio Borges acertou um chute seco, preciso, daqueles que fazem o goleiro olhar para trás em desespero. Silêncio nas arquibancadas.
Mas o que realmente separa os grandes dos comuns não é a capacidade de vencer, e sim a de reagir. O Vitória tentou. Lutou. Mas, como um gladiador que, por um instante, hesita no campo de batalha, tomou um segundo golpe. Marcos Ytalo ampliou o placar, e a noite virou um pesadelo.
O apito final soou como uma sentença. O Barradão, que tantas vezes celebrou vitórias épicas, hoje sentiu o gosto amargo da eliminação. Mas não há vergonha na queda quando se cai lutando. O futebol, assim como a vida, não se resume a um jogo.
Os que conhecem a história do Vitória sabem que essa camisa já sobreviveu a batalhas muito maiores. Um tropeço nunca será o fim. Se há algo que a torcida rubro-negra sabe, é que o Leão sempre volta. Mais forte. Mais feroz.
Que essa derrota seja combustível. Porque o Vitória nunca se curva. Ele apenas recua para dar o bote.



