Vitalik Buterin critica novo recurso do X que revela país do usuário: “Risco desnecessário e sem consentimento”
Comunidade cripto reage a preocupação com privacidade; líderes do setor acusam a plataforma de “doxxing obrigatório”
O cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, criticou a decisão da plataforma X (antigo Twitter) de exibir automaticamente o país de residência dos usuários — sem aviso prévio e sem opção padrão de desativação. A mudança, anunciada no sábado pelo diretor de produto Nikita Bier, gerou forte reação entre usuários e figuras importantes do ecossistema cripto.
Segundo Bier, o objetivo do recurso seria aumentar a “integridade das conversas” e oferecer mais visibilidade sobre a origem das informações publicadas. A justificativa, no entanto, não convenceu.
Buterin inicialmente acreditou que o recurso pudesse gerar debates mais ricos, ao mostrar como pessoas de diferentes regiões enxergam temas políticos, sociais e tecnológicos. Mas após avaliar críticas da comunidade, ele voltou atrás:
“Pensei melhor e concordo com os usuários: revelar o país de alguém sem consentimento e sem opção real de opt-out é errado.”
Ele alertou que até mesmo poucos dados podem colocar algumas pessoas em risco:
“Em muitos casos, mostrar o país ainda deixa um conjunto amplo de anonimidade. Mas existem pessoas para quem até alguns bits de informação são perigosos — e não se deve retirar sua privacidade retroativamente, sem opção de defesa.”
Executivos cripto também criticam a medida
A reação negativa foi imediata.
Hayden Adams, fundador da Uniswap, foi direto:
“Odeio isso. Doxxing opcional é aceitável — doxxing obrigatório é psicótico.”
Andrei David, CTO da plataforma DeFi Summer.fi, reforçou que o problema não é exibir o país, mas sim a falta de consentimento:
“Uma função que afeta privacidade deve começar com a configuração menos reveladora.”
Como desativar o recurso
Apesar das críticas, o X confirmou que há como limitar ou ocultar a informação — embora a plataforma não tenha comunicado isso de forma clara aos usuários.
O especialista em Web3 “Langerius” detalhou o passo a passo:
Configurações & Privacidade
Privacidade & Segurança
Desativar ‘Country Visibility’
Ou trocar de país para apenas “região” ou “continente”
A recomendação circulou rapidamente entre usuários preocupados com riscos de invasões, perseguições a investidores de alto patrimônio ou até ataques físicos.
Alguns usuários defendem a mudança
Nem toda a plataforma reagiu negativamente. Uma parte dos usuários argumentou que revelar o país em lugares populosos — como os Estados Unidos, com mais de 350 milhões de habitantes — não representa risco significativo de identificação.
Outros, como o investidor Nic Carter, defenderam o recurso como forma de evitar manipulação estrangeira em discussões políticas:
“É necessário impedir que contas de fora do país se passem por nacionais para influenciar debates.”
Privacidade em foco — especialmente para o mercado cripto
O debate chega em um momento sensível, em que figuras do setor já alertam sobre riscos crescentes à privacidade. A discussão sobre anonimato, rastreamento e segurança digital envolve desde redes sociais até preocupações maiores, como as ameaças da computação quântica para criptografia — tema recentemente levantado pelo CEO da VanEck.
Para Buterin, porém, o ponto é simples:
recursos que afetam privacidade devem ser opt-in, não obrigatórios.
Fonte: X, Vitalik Buterin, Cointelegraph, declarações públicas de Hayden Adams, Andrei David e Nic Carter.
🎓 Quer entender como proteger seu patrimônio e usar o Bitcoin de forma soberana?
Aproveite a Black Friday do curso Soberania Cripto, criado por André Costa, e aprenda tudo sobre blockchain, autocustódia, dolarização e liberdade financeira. 💰
Somente neste mês, por R$ 99. 👉 Acesse oandrecosta.com.br e garanta sua vaga antes que acabe.
📚 Quer entender como proteger seu patrimônio e aproveitar as oportunidades em tempos de incerteza?
👉 Participe da aula especial sobre o Paraguai, no dia 27 de novembro:
🔗 www.oandrecosta.com.br/paraguai



