Tesourarias cripto entram em nova era com ativos tokenizados e rendimento real
Especialistas dizem que “cofres digitais” vão se tornar ecossistemas produtivos com stablecoins, títulos e ativos do mundo real
As tesourarias digitais — hoje focadas em armazenar Bitcoin e Ethereum — estão prestes a passar por uma transformação estrutural. Segundo executivos do setor, a próxima fase dos Digital Asset Treasuries (DATs) será marcada por tokenização de ativos do mundo real (RWAs), stablecoins e instrumentos que geram rendimento sustentável.
“O próximo estágio das tesourarias Web3 é transformar os balanços em redes ativas que possam fazer staking, restaking, empréstimos ou tokenização sob condições auditáveis e transparentes”, afirmou Maja Vujinovic, CEO da FG Nexus, empresa especializada em tesouraria de ativos digitais.
“As fronteiras entre o balanço patrimonial e o protocolo estão desaparecendo. As empresas que tratarem tesourarias como ecossistemas on-chain produtivos serão as que mais prosperarão.”
De cofres estáticos a redes produtivas
O relatório mais recente da Bitwise identificou 48 novas tesourarias corporativas com Bitcoin adicionadas no terceiro trimestre de 2025 — um crescimento que mostra como empresas estão adotando o modelo de reserva digital.
Mas o futuro, segundo Sandro Gonzalez, cofundador da KWARXS (projeto baseado na blockchain da Cardano), será de alocação estratégica, não apenas especulativa.
“A próxima onda de adoção vai incluir ativos que conectam o blockchain à economia real — energia renovável, cadeias de suprimento, mecanismos de redução de carbono”, afirmou Gonzalez.
“Os balanços corporativos deixarão de ser apenas reservas de valor e passarão a refletir impacto econômico e sustentabilidade.”
Tesourarias tokenizadas e diversificadas
Para Brian Huang, CEO da plataforma de investimentos cripto Glider, o limite do que pode compor uma tesouraria é simplesmente o que está disponível on-chain.
“Ações tokenizadas, ouro digital e até imóveis representados em tokens são os próximos candidatos. É mais fácil manter ouro tokenizado do que físico”, observou.
John Hallahan, diretor da Fireblocks, prevê que stablecoins, fundos monetários tokenizados e títulos do Tesouro digitalizados dominarão o segmento:
“Veremos títulos públicos, dívidas corporativas e até imóveis representados em blockchain. Para ativos únicos, como propriedades, NFTs podem servir como certificados de posse.”
O movimento já atrai até o setor de entretenimento: a GameSquare Holdings comprou um NFT de um Cowboy Ape por US$ 5,15 milhões, parte de uma estratégia de investimento digital com Ether.
Riscos, liquidez e limites regulatórios
Nem todos, porém, enxergam o avanço sem cautela. Marcin Kazmierczak, cofundador da RedStone, alerta que nem todo ativo tokenizado é adequado para reservas corporativas.
“Bitcoin e Ethereum são simples de auditar e liquidar. Já NFTs exigem metodologias de avaliação que ainda não são padronizadas”, disse.
“O limite está onde a liquidez desaparece e o conselho não consegue justificar a posse do ativo perante acionistas ou reguladores.”
Kazmierczak acredita que, a longo prazo, ativos tokenizados com lastro real e rendimento previsível, como títulos e commodities, terão maior tração.
“Além das cinco maiores criptomoedas, o restante do mercado deve continuar experimental e restrito a empresas nativas de cripto.”
Fonte: Cointelegraph, novembro de 2025
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