SoFi lança stablecoin própria lastreada em dólar e entra de vez na disputa por pagamentos digitais nos EUA
SoFiUSD é emitida pelo banco da fintech, tem lastro integral em caixa e mira liquidações de baixo custo para bancos, fintechs e empresas
A SoFi Technologies anunciou o lançamento da SoFiUSD, uma stablecoin totalmente lastreada em dólar americano e emitida por sua subsidiária bancária, a SoFi Bank, marcando a entrada definitiva da fintech na corrida por infraestrutura de pagamentos baseada em blockchain.
De acordo com comunicado divulgado nesta quinta-feira (…), a SoFiUSD é lastreada 1:1 em dinheiro mantido pela SoFi Bank, instituição com carta bancária nacional e seguro federal de depósitos nos Estados Unidos. O ativo é resgatável sob demanda e foi projetado para facilitar liquidações rápidas e de baixo custo entre bancos, fintechs e plataformas corporativas.
Em resposta ao Cointelegraph, um porta-voz da empresa afirmou que a stablecoin será emitida inicialmente na rede Ethereum, com planos de expansão para outras blockchains ao longo do tempo.
Uso institucional e pagamentos digitais
Segundo a SoFi, a SoFiUSD poderá ser utilizada em diversas frentes, incluindo redes de cartões, pagamentos em varejistas, remessas via SoFi Pay e liquidações na plataforma Galileo, braço de infraestrutura financeira da companhia que atende fintechs e instituições financeiras.
A empresa também destacou o potencial da stablecoin como ativo dolarizado em mercados com moedas voláteis. No momento, a SoFiUSD está disponível apenas para liquidações internas, mas a expectativa é de ampliação gradual de uso.
A SoFi Technologies atua nos segmentos de banco digital, crédito, investimentos e criptoativos, enquanto a Galileo fornece infraestrutura de pagamentos e serviços financeiros para terceiros — o que coloca a stablecoin como peça estratégica dentro do ecossistema da empresa.
Mercado reage positivamente
Após o anúncio, as ações da SoFi (SOFI) subiram cerca de 5% no início do pregão, acumulando uma valorização superior a 70% nos últimos seis meses, segundo dados do Yahoo Finance. O movimento reforça a percepção de que o mercado vê as stablecoins como uma nova avenida de crescimento para instituições financeiras reguladas.
O lançamento ocorre poucos meses depois de a SoFi ter retomado a negociação de criptomoedas para seus clientes, em um processo iniciado em novembro, com ativos como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).
Bancos americanos aceleram interesse em stablecoins
A iniciativa da SoFi acontece em meio a um movimento mais amplo no setor financeiro dos EUA, impulsionado pela aprovação do GENIUS Act, em julho, que estabeleceu um marco regulatório mais claro para stablecoins no país.
Desde então, grandes bancos passaram a sinalizar interesse no segmento. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou que o banco pretende atuar com stablecoins e tokens de depósitos. Já Citigroup e Bank of America também confirmaram estudos internos focados em pagamentos e liquidações.
Relatório recente do Wells Fargo Investment Institute destacou que stablecoins podem reduzir custos, acelerar liquidações e ampliar o acesso a serviços financeiros, embora bancos tradicionais sigam resistentes a modelos que ofereçam rendimento sobre stablecoins, por receio de fuga de depósitos.
O próprio GENIUS Act proíbe emissores de stablecoins de pagar juros diretamente, mas bancos alertam para brechas que permitem que exchanges e afiliadas ofereçam rendimento de forma indireta — ponto que segue em debate em Washington.
Stablecoins como ponte entre bancos e cripto
Com a SoFiUSD, a SoFi se posiciona como um elo direto entre o sistema bancário tradicional e o universo cripto, apostando em uma stablecoin regulada, lastreada e integrada a serviços financeiros já consolidados.
O movimento reforça a tendência de que stablecoins deixem de ser apenas ferramentas do ecossistema cripto e passem a ocupar um papel central na infraestrutura de pagamentos digitais globais.
Fonte: Cointelegraph; SoFi Technologies; Yahoo Finance
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