Sei fecha acordo com a Xiaomi para levar carteira cripto a milhões de smartphones fora da China e dos EUA
Parceria prevê app pré-instalado, pagamentos com stablecoins e integração direta com o varejo global da fabricante, ampliando a disputa pela adoção cripto no mobile.
A Sei Labs, grupo responsável pelo desenvolvimento da blockchain Sei, anunciou um acordo de distribuição com a Xiaomi para pré-instalar uma nova carteira cripto e aplicativo de descoberta Web3 em todos os smartphones da marca vendidos fora da China continental e dos Estados Unidos. O movimento coloca a blockchain diretamente nas mãos de milhões de consumidores e reforça a corrida global pela adoção cripto via dispositivos móveis.
Segundo o anúncio feito nesta quinta-feira, o aplicativo permitirá que usuários façam login utilizando suas contas Google ou Xiaomi ID, além de contar com uma carteira baseada em multiparty computation (MPC), modelo que eleva o nível de segurança ao dispensar chaves privadas únicas. A solução também oferecerá acesso a aplicativos populares do ecossistema cripto, além de suporte a pagamentos peer-to-peer e pagamentos para comerciantes.
A implementação inicial será feita em Europa, América Latina, Sudeste Asiático e África, regiões estratégicas para adoção digital e serviços financeiros alternativos. Paralelamente, a Sei Labs anunciou a criação de um fundo de US$ 5 milhões para financiar projetos mobile que integrem funcionalidades de blockchain a dispositivos de consumo.
Stablecoins no varejo da Xiaomi
O acordo vai além da simples pré-instalação de um app. Sei Labs e Xiaomi planejam integrar pagamentos com stablecoins nos canais físicos e online da empresa. A proposta é permitir que consumidores utilizem ativos digitais como USDC, stablecoin suportada pela Sei, para comprar produtos da marca — incluindo smartphones e veículos elétricos.
Os primeiros testes estão previstos para Hong Kong e União Europeia até meados de 2026, com expansão gradual para outros mercados globais. A iniciativa sinaliza uma mudança relevante no varejo internacional, aproximando ativos digitais do consumo cotidiano.
A blockchain Sei, lançada em 2023, é uma rede de camada 1 focada em alta velocidade e baixo custo de transações, enquanto a Xiaomi, fundada em 2010 e sediada em Pequim, é uma das maiores fabricantes globais de smartphones, dispositivos inteligentes, produtos IoT e veículos elétricos.
Smartphones viram campo de batalha da adoção cripto
A estratégia da Sei não é isolada. O setor cripto tem apostado fortemente nos smartphones como principal porta de entrada para usuários não técnicos. A Solana Mobile, subsidiária da Solana Labs, lançou em 2022 o smartphone Saga, cujas vendas dispararam em 2023 após um airdrop de BONK tornar o aparelho mais valioso em tokens do que seu preço de varejo.
Em 2024, a empresa iniciou o envio do Seeker, seu smartphone de segunda geração, para mais de 50 países, após ultrapassar 150 mil pré-encomendas. O dispositivo traz carteira cripto integrada, loja de aplicativos descentralizados e um sistema avançado de proteção de chaves.
No início de dezembro, a Solana Mobile também anunciou o lançamento do token SKR, previsto para 2026, com supply de 10 bilhões de unidades voltadas a airdrops, incentivos de crescimento, liquidez e tesouraria comunitária.
Outras gigantes do setor tradicional seguem o mesmo caminho. A Samsung, por exemplo, ampliou recentemente sua integração com a Coinbase, permitindo que cerca de 75 milhões de usuários Galaxy comprem criptomoedas diretamente pela Samsung Wallet, com planos de expansão para novos mercados.
O avanço das blockchains para dentro dos smartphones indica que a disputa pela adoção em massa do cripto deixou os exchanges e migrou para o bolso do consumidor.
Fonte: Cointelegraph
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