🔍 R$ 59 milhões em criptomoedas: a tentativa frustrada de ocultar fortunas do escândalo do INSS
Um empresário investigado pela Polícia Federal tentou converter parte de um patrimônio de R$ 148 milhões em criptoativos dias após a Operação Sem Desconto.
Um empresário investigado pela Polícia Federal tentou converter parte de um patrimônio de R$ 148 milhões em criptoativos dias após a Operação Sem Desconto. O banco bloqueou a operação, acionou o Coaf — e o episódio revela como o uso de criptomoedas já entrou no radar das maiores investigações financeiras do país.
🧩 O caso que acendeu o alerta
O empresário Maurício Camisotti, alvo da Operação Sem Desconto, tentou converter R$ 59 milhões em criptomoedas em 8 de maio de 2025, apenas duas semanas após a Polícia Federal deflagrar a investigação que revelou fraudes bilionárias no INSS.
O pedido foi feito no BTG Pactual, onde Camisotti mantinha aplicações avaliadas em cerca de R$ 148 milhões. Segundo relatórios enviados ao Coaf e à CPMI do INSS, o banco bloqueou a operação por considerá-la atípica e incompatível com o perfil do cliente.
💰 O padrão das movimentações suspeitas
O BTG identificou uma série de sinais de alerta (red flags) típicos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas:
O cliente não tinha histórico prévio de operações com criptoativos;
A solicitação ocorreu logo após o início da operação policial;
Foram feitos pedidos paralelos de transferências para contas offshore;
Havia tentativa de intermediação por terceiros, o que sugere camadas de dissimulação.
Os documentos ainda relatam que Camisotti buscou justificar repasses mensais de um advogado investigado — o famoso Nelson Wilians, segundo reportagens — como pagamento pela venda de um imóvel no exterior, mas sem comprovação documental. O banco recusou a operação e comunicou o caso às autoridades financeiras.
⚖️ De “Sem Desconto” a “Cambota”: o esquema se aprofunda
O episódio dos R$ 59 milhões é apenas uma peça de um quebra-cabeça que a Polícia Federal tenta montar desde abril.
A Operação Sem Desconto revelou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões por meio de associações e sindicatos fantasmas. Estima-se um rombo superior a R$ 6 bilhões.
Em 12 de setembro, uma nova fase — Operação Cambota — foi deflagrada, mirando justamente a ocultação de patrimônio e obstrução das investigações.
Camisotti foi novamente alvo, e, semanas depois, em 28 de setembro, o STF manteve sua prisão preventiva e a do lobista Antônio Carlos “Careca do INSS” Antunes, apontado como articulador político do esquema.
🪙 O elo com o mercado cripto
O caso é simbólico porque mostra como o mercado de criptoativos já faz parte do mapa da inteligência financeira nacional.
Se antes as operações suspeitas se limitavam a offshores e paraísos fiscais, agora os bancos e o Coaf estão rastreando tentativas de fuga via Bitcoin, stablecoins e exchanges internacionais.
A movimentação de Camisotti ocorreu justamente no momento em que o governo brasileiro amplia a regulamentação de exchanges e endurece o monitoramento de transações acima de R$ 10 mil.
Mesmo sem transacionar um único satoshi, o episódio reforçou a necessidade de integração entre sistema bancário e blockchain analytics, para rastrear valores ilícitos.
🧠 O que está em jogo
O escândalo do INSS e a tentativa de conversão em cripto revelam a transição de uma era: a lavagem de dinheiro está deixando os cofres e entrando nos blocos da blockchain.
Mas, diferentemente do que muitos criminosos supõem, a natureza pública e rastreável das principais redes — especialmente Bitcoin e Ethereum — não garante anonimato, e sim transparência.
Enquanto o mercado amadurece, episódios como o de Camisotti deixam um recado claro:
💬 Quem tenta esconder dinheiro em cripto não entendeu o que o Bitcoin representa — e acaba deixando rastros digitais que o sistema tradicional jamais deixaria.
🟠 Conclusão
O caso dos R$ 59 milhões bloqueados não é apenas um episódio de fraude previdenciária. É um retrato da nova fronteira da economia ilícita — e do desafio que as criptomoedas impõem ao sistema financeiro e regulatório.
A tentativa frustrada de conversão mostra que o Brasil já vive uma era em que compliance bancário e blockchain estão no mesmo tabuleiro — e que o futuro da lavagem de dinheiro será digital, rastreável e global.
📚 Fontes:
Polícia Federal, CGU, Agência Brasil, Metro1, Portal do Bitcoin, Boletim Bitcoin, Itatiaia, STF.
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