Prata dispara, bate recorde histórico e passa a oscilar como cripto em meio a boom dos metais
Metal precioso atinge US$ 84, registra volatilidade extrema em poucas horas e se beneficia de apostas em cortes de juros nos EUA, enquanto Bitcoin segue travado
O mercado global de metais preciosos vive um momento de forte euforia, e a prata passou a chamar atenção não apenas pelos preços recordes, mas também pelo comportamento atípico — cada vez mais parecido com o das criptomoedas. No domingo, o metal atingiu uma nova máxima histórica próxima de US$ 84, em meio a movimentos bruscos de alta e queda que surpreenderam até analistas experientes.
Segundo a publicação especializada The Kobeissi Letter, a prata registrou um episódio de volatilidade extrema logo após a abertura dos contratos futuros. Em menos de 20 minutos, o preço saltou cerca de 6%, alcançando US$ 83,75. Pouco mais de uma hora depois, o movimento se inverteu com força, levando o metal a despencar 10%, até US$ 75,15.
O comportamento foge do padrão tradicionalmente associado aos metais preciosos, conhecidos por oscilações mais contidas quando comparados a ativos de risco como ações de tecnologia ou criptoativos. Ainda assim, a prata sempre foi considerada mais volátil que o ouro — característica que se intensificou neste novo ciclo.
Juros, Trump e o “debasement trade”
O rali da prata ocorre em paralelo à disparada do ouro, que também renovou máximas ao se aproximar de US$ 4.530. Um dos principais motores do movimento é a expectativa de cortes agressivos de juros nos Estados Unidos a partir de 2026, quando um novo presidente do Federal Reserve deve substituir Jerome Powell.
O mercado aposta que o próximo comando do banco central será menos hawkish e mais alinhado ao presidente Donald Trump, abrindo espaço para uma política monetária mais expansionista. Com juros mais baixos, investimentos em títulos públicos tendem a perder atratividade, empurrando capital para ativos reais como metais preciosos.
Além disso, a prata se beneficia de uma demanda estrutural ligada ao seu uso industrial, presente na fabricação de painéis solares, eletrônicos, baterias e equipamentos médicos. O metal também integra o chamado “debasement trade”, estratégia adotada por investidores que buscam proteção contra a perda de valor do dólar em um cenário de inflação monetária prolongada.
Cripto segue travado enquanto metais disparam
Enquanto prata e ouro vivem um momento de euforia, o mercado cripto segue em compasso de espera. O Bitcoin acumula queda de 0,5% nos últimos 30 dias, sendo negociado em torno de US$ 90.160, segundo dados da CoinGecko.
O desempenho contrasta com o pico registrado no início de outubro, quando o Bitcoin atingiu um novo recorde histórico próximo de US$ 120 mil. Para fechar o ano no positivo, o ativo ainda precisaria de uma valorização adicional de cerca de 6,5%.
Analistas observam que, embora o Bitcoin também seja visto como proteção contra desvalorização monetária no longo prazo, o ativo segue mais sensível a ciclos de liquidez e ao apetite por risco no curto prazo — algo que, por ora, favorece os metais tradicionais.
O contraste entre a explosão de volatilidade da prata e a estagnação do mercado cripto reforça a leitura de que o capital global está rotacionando, testando diferentes formas de proteção em um ambiente de incerteza macroeconômica.
Fonte: The Kobeissi Letter; dados de mercado; CoinGecko.
👉 Quer aprender a usar o Bitcoin para conquistar liberdade financeira? Conheça meu curso Soberania Crypto no site www.oandrecosta.com.br.



