Massa falida da FTX recua de plano que limitaria pagamentos a credores estrangeiros
Retirada do pedido é considerada vitória parcial, mas líderes alertam que o reembolso ainda está longe de ser completo
A massa falida da extinta exchange FTX desistiu oficialmente do plano que pretendia restringir pagamentos a credores localizados em “jurisdições estrangeiras limitadas”, como China, Rússia, Arábia Saudita e Ucrânia.
O FTX Recovery Trust, responsável pela recuperação judicial, retirou a moção nesta segunda-feira (3), após forte reação da comunidade de credores e dezenas de objeções apresentadas no tribunal de falências dos Estados Unidos.
“Se e quando o FTX Recovery Trust decidir retomar o pedido, apresentará nova moção conforme as regras aplicáveis”, afirma o documento protocolado, deixando aberta a possibilidade de retomada futura do plano.
Recuo após pressão dos credores
A moção original, apresentada em julho, buscava autorização judicial para congelar pagamentos em 49 países considerados de risco regulatório por causa de suas restrições ou incertezas sobre o uso de criptomoedas.
A proposta gerou forte resistência: mais de 70 objeções formais foram registradas em poucas semanas.
O credor Weiwei Ji, conhecido como Will no X (antigo Twitter), comemorou o recuo, mas pediu cautela:
“É uma vitória para todos os credores afetados. Mas até recebermos o que é devido, precisamos continuar vigilantes e agindo em conjunto”, afirmou.
Outro representante de credores, Sunil Kavuri, alertou que os pagamentos em moeda fiduciária (fiat) previstos pelo plano não compensam as perdas reais em cripto.
“Os credores da FTX não estão inteiros. O reembolso de 143% em dólar não reflete o valor perdido em Bitcoin ou Ethereum”, escreveu.
“Perigoso precedente” evitado
Durante as audiências de julho, Ji alertou que a aprovação do plano poderia criar um precedente perigoso para futuras falências envolvendo empresas de cripto.
“Essa moção não se trata apenas dos credores da FTX. Ela poderia destruir a confiança no ecossistema global de criptoativos”, disse.
Embora a retirada do pedido seja vista como uma vitória jurídica e simbólica, especialistas observam que o reembolso total ainda depende de conversões complexas e decisões judiciais pendentes, especialmente em relação à equivalência entre valores em dólar e criptomoedas.
Fonte: Cointelegraph / Sunil Kavuri / Weiwei Ji, 4 de novembro de 2025
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