Kevin Hassett minimiza influência de Trump sobre o Fed e reforça independência do banco central
Cotado para presidir o Federal Reserve, economista afirma que decisões seguirão dados técnicos, enquanto Trump defende maior diálogo sobre juros.
Um dos principais cotados para assumir a presidência do Federal Reserve (Fed), o economista Kevin Hassett minimizou qualquer possibilidade de interferência direta do presidente Donald Trump nas decisões de política monetária dos Estados Unidos. Em entrevista ao programa Face the Nation, da CBS News, Hassett afirmou que a opinião do presidente “não tem peso” formal dentro do banco central e que o Fed seguirá atuando de forma independente.
A declaração ocorre em meio à expectativa de que o governo anuncie, em meados de janeiro, o novo presidente do Fed. Parte do mercado acompanha o processo com cautela, diante da percepção de que Trump poderia tentar ampliar sua influência sobre o Federal Open Market Committee (FOMC), responsável por definir a taxa de juros americana.
“O Fed precisa ser independente. São os 12 membros do comitê que tomam a decisão final”, afirmou Hassett. Segundo ele, eventuais argumentos do presidente só teriam relevância se fossem tecnicamente consistentes. “Se o presidente fizer um argumento baseado em dados e ele for rejeitado pelo comitê, então o comitê simplesmente votará de outra forma.”
Disputa pelo comando do Fed se concentra em dois nomes
Na sexta-feira, Trump indicou que a corrida pela presidência do Fed se afunilou entre dois candidatos principais: Kevin Hassett e o ex-diretor do Fed Kevin Warsh. Em entrevista ao The Wall Street Journal, o presidente afirmou que Warsh está atualmente no topo de sua lista.
“Acho que sim. Você tem Kevin e Kevin. Os dois são ótimos”, disse Trump.
No início do mês, mercados de previsão como Kalshi e Polymarket apontavam Hassett com até 85% de chance de assumir o cargo. Após as declarações de Trump, no entanto, essas probabilidades recuaram. Atualmente, Hassett lidera no Kalshi com cerca de 50%, enquanto Warsh aparece logo atrás, com 39%.
Apesar de defender a independência do Fed, Trump também declarou que o próximo presidente da instituição deveria consultá-lo sobre decisões de juros — prática comum décadas atrás, mas hoje considerada atípica.
“Não acho que ele deva fazer exatamente o que dizemos. Mas sou uma voz inteligente e deveria ser ouvido”, afirmou o presidente.
Corte de juros não empolga o mercado cripto
Na última quarta-feira, o Fed reduziu a taxa básica de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 3,5% e 3,75%. Apesar disso, o movimento não gerou reação positiva significativa nos mercados de criptomoedas, que permaneceram praticamente estáveis.
O atual presidente do Fed, Jerome Powell, adotou um tom cauteloso após a decisão, destacando o equilíbrio delicado entre inflação e emprego. “No curto prazo, os riscos para a inflação estão inclinados para cima e os riscos para o emprego, para baixo. Não existe um caminho livre de riscos”, afirmou.
Trump, por sua vez, já sinalizou que espera novos cortes de juros em 2026, o que poderia impulsionar ativos de risco, incluindo criptomoedas. Ao comentar sobre Kevin Warsh, o presidente foi direto: “Ele acha que é preciso reduzir os juros. E todos com quem conversei também acham isso.”
O desfecho da disputa pelo comando do Fed pode se tornar um fator-chave para os mercados globais nos próximos meses, especialmente em um cenário de desaceleração econômica e crescente atenção ao impacto da política monetária sobre ativos digitais.
Fonte: CBS News, Wall Street Journal, Cointelegraph
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