Fitch alerta para possível rebaixamento de bancos dos EUA expostos ao setor cripto
Agência destaca riscos reputacionais e operacionais, mas reconhece que adoção de blockchain e stablecoins pode aumentar eficiência e competitividade bancária
A Fitch Ratings, uma das três maiores agências de classificação de risco dos Estados Unidos, emitiu um alerta indicando que pode reavaliar negativamente bancos americanos com exposição relevante ao setor de criptomoedas. O relatório, divulgado neste domingo, examina tanto os benefícios quanto os riscos associados à integração de ativos digitais no sistema bancário.
De acordo com a agência, tecnologias como emissão de stablecoins, tokenização de depósitos e uso de blockchain podem melhorar a eficiência operacional, ampliar o alcance de pagamentos e modernizar o relacionamento com clientes. Apesar disso, a Fitch afirma que esses avanços vêm acompanhados de riscos importantes:
“Podemos reavaliar negativamente modelos de negócios ou perfis de risco de bancos dos EUA com exposições concentradas a ativos digitais.”
Entre as preocupações elencadas estão riscos reputacionais, de liquidez, operacionais e de compliance, sobretudo em um setor ainda marcado por grande volatilidade e desafios regulatórios.
Riscos associados à volatilidade e à falta de transparência
A Fitch aponta que, mesmo com avanços regulatórios recentes nos Estados Unidos, os bancos continuam enfrentando obstáculos significativos ao lidar com criptomoedas. A volatilidade de preços, a pseudonimização dos usuários e a necessidade de garantir segurança absoluta dos ativos são desafios centrais.
“Os bancos precisariam enfrentar adequadamente a volatilidade das criptomoedas, a pseudonimidade dos proprietários e a proteção dos ativos contra perdas ou roubos para obter benefícios sustentáveis.”
A agência lembrou ainda que sua avaliação tem grande peso no mercado financeiro, podendo afetar diretamente custo de captação, confiança dos investidores e crescimento das instituições.
Entre os grandes bancos citados com envolvimento no setor cripto estão JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo — instituições que vêm investindo em pagamentos tokenizados, redes privadas baseadas em blockchain e infraestrutura de custódia digital.
Mercado de stablecoins é visto como risco sistêmico em expansão
O relatório também acende um alerta para o crescimento acelerado das stablecoins. A Fitch argumenta que, caso o mercado se torne grande o suficiente, poderia impactar até mesmo o mercado de Treasuries, base do sistema financeiro global.
“Os riscos sistêmicos podem aumentar caso a adoção de stablecoins alcance escala suficiente para influenciar o mercado de Treasuries.”
A análise converge com um relatório recente da Moody’s, que avaliou que o uso massivo de stablecoins ligadas ao dólar pode criar uma espécie de “criptoização” — dificultando a transmissão da política monetária tradicional e reduzindo a visibilidade regulatória.
Segundo a Moody’s:
“Penetração elevada de stablecoins ligadas ao dólar pode enfraquecer a transmissão monetária, criando pressões de criptoização semelhantes à dolarização informal, porém com mais opacidade e menos supervisão.”
A preocupação das agências se insere no contexto de crescente adoção institucional do setor cripto, ao mesmo tempo em que Washington ainda define como será o arcabouço regulatório definitivo.
Fonte: Fitch Ratings, Moody’s
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