FIFA é investigada na Suíça por tokens NFT de ingressos da Copa do Mundo
Regulador de jogos analisa se os “Right to Buy” representam atividade de aposta; entidade nega irregularidades
A Gespa, autoridade suíça responsável pela supervisão de jogos e apostas, abriu uma investigação preliminar para avaliar se os tokens “Right to Buy” (RTB), lançados pela FIFA como parte do sistema de ingressos para a Copa do Mundo de 2026, se enquadram nas normas que regulam atividades de jogo.
Segundo a reportagem da Bloomberg citada pelo Cointelegraph, não há até o momento qualquer acusação de irregularidade. O órgão apenas busca determinar se os tokens, que podem ser comprados, vendidos e negociados no mercado NFT oficial da FIFA, possuem características semelhantes a apostas ou se são apenas direitos condicionais de compra.
Os tokens RTB não são ingressos em si, mas reservas digitais que garantem ao comprador a possibilidade de adquirir bilhetes para partidas específicas a preço de face, caso determinadas condições sejam atendidas — por exemplo, se o time escolhido se classificar para o jogo em questão.
Tokens e mercado secundário
Os RTBs da Copa de 2026, que será sediada por Estados Unidos, Canadá e México, variam de US$ 299 a US$ 999, dependendo da equipe escolhida. Países favoritos como Brasil, Argentina e Inglaterra estão entre os mais caros, enquanto seleções com menores chances têm preços reduzidos. Os tokens podem ser revendidos em mercado secundário através da plataforma FIFA Collect, operada em parceria com a empresa Modex.
A FIFA defende que os RTBs foram criados para lidar com a demanda excessiva por ingressos, algo que já havia sido observado na Copa do Mundo de 2022, quando houve 23 milhões de solicitações para 3,4 milhões de bilhetes disponíveis.
Aposta na tecnologia blockchain
A entidade vem apostando de forma crescente em soluções Web3 e blockchain. Após experiências com colecionáveis digitais em 2022, a FIFA lançou o FIFA Collect, inicialmente hospedado na blockchain Algorand, e mais tarde migrado para a Avalanche, com infraestrutura própria baseada em sub-redes personalizadas.
O CEO da Modex, Francesco Abbate, afirmou que a migração permitirá melhor integração com carteiras digitais e DApps populares, ampliando o alcance global entre torcedores.
Além dos tokens de ingresso, a FIFA expandiu sua presença no universo digital com o lançamento do jogo FIFA Rivals, desenvolvido em parceria com o estúdio Mythical Games, que permite gerenciar clubes e negociar NFTs de jogadores na blockchain Mythos.
O que está em jogo
A investigação da Gespa ainda está em fase inicial e não implica em sanções ou acusações formais. No entanto, o resultado pode definir novos parâmetros regulatórios para o uso de NFTs como instrumentos de reserva, sorteio ou acesso a produtos — especialmente em eventos esportivos de grande escala.
Fontes: Cointelegraph, Bloomberg, FIFA Collect, Banco de Dados do Diário Crypto
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