Falha “impossível de corrigir” em chip usado no Solana Seeker permite invasores tomarem controle total do celular, diz Ledger
Vulnerabilidade no MediaTek Dimensity 7300 expõe risco crítico: ataque pode roubar chaves privadas e comprometer carteiras cripto armazenadas no smartphone
O fabricante de carteiras cripto Ledger alertou nesta quarta-feira para uma vulnerabilidade grave e incorrigível no chip MediaTek Dimensity 7300 (MT6878) — utilizado em diversos smartphones, incluindo o Solana Seeker, aparelho focado em Web3.
Segundo a Ledger, seus engenheiros conseguiram quebrar completamente as defesas do chip, obtendo “controle absoluto” do dispositivo durante o processo inicial de boot, sem que qualquer barreira de segurança permanecesse ativa.
Os pesquisadores Charles Christen e Léo Benito realizaram o ataque utilizando pulsos eletromagnéticos (EMFI) para interferir no hardware no momento exato da inicialização, permitindo acessar áreas protegidas do sistema.
“Não existe forma segura de armazenar e usar chaves privadas nesses dispositivos”, afirmam.
Falha é física: não pode ser corrigida com atualização
A vulnerabilidade está no silício do SoC — ou seja, é parte do design físico do chip e não pode ser corrigida com atualização de software.
A Ledger classificou o problema como fault injection, um tipo de ataque que altera o comportamento elétrico do chip, contornando mecanismos de segurança implementados no hardware.
A taxa de sucesso individual do ataque é baixa (entre 0,1% e 1%), mas como pode ser repetido rapidamente, um invasor determinado teria êxito em minutos:
“Podemos tentar injetar a falha a cada segundo; se não funcionar, reiniciamos e repetimos.”
Por que isso importa para o mundo cripto?
Muitos usuários armazenam chaves privadas ou usam wallets mobile diretamente no smartphone.
Se o chip pode ser comprometido fisicamente:
chaves privadas podem ser extraídas;
carteiras podem ser drenadas;
autenticação do sistema pode ser contornada;
o invasor obtém controle total do dispositivo.
Isso é especialmente relevante para aparelhos como o Solana Seeker, que traz funcionalidades Web3 e DApps pré-instalados — embora o ataque exija acesso físico e equipamento especializado.
MediaTek responde: chip não foi projetado para aplicações financeiras
A MediaTek reconheceu a vulnerabilidade, mas afirmou que ataques EMFI não fazem parte do escopo de segurança do chip Dimensity 7300:
“O chipset foi projetado para produtos de consumo, não para aplicações financeiras ou módulos de segurança dedicados.”
A empresa reforçou que dispositivos que exigem máxima proteção — como hardware wallets — precisam ser projetados com contramedidas específicas contra ataques físicos.
A Ledger disse ter reportado a falha em maio e que a MediaTek informou todos os fabricantes afetados.
Impacto e próximos passos
Ainda não há atualização de firmware que possa mitigar o problema.
Para usuários de smartphones afetados, especialistas recomendam:
não armazenar chaves privadas no telefone;
usar hardware wallets;
evitar instalar wallets que dependam do armazenamento seguro do SoC;
reforçar medidas físicas — já que o ataque exige acesso direto ao dispositivo.
O caso reforça a diferença fundamental entre segurança mobile tradicional e o nível de proteção exigido pelo ecossistema cripto.
Fonte: Ledger, MediaTek, Cointelegraph.
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