Entidade cripto denuncia emissora pública australiana por “deturpar e criminalizar” o Bitcoin
Grupo acusa a ABC de violar políticas editoriais ao publicar artigo com erros factuais, omissões e linguagem sensacionalista
A Australian Bitcoin Industry Body (ABIB) apresentou uma queixa formal contra a Australian Broadcasting Corporation (ABC), acusando a emissora pública de publicar um artigo contendo “deturpações, erros factuais e enquadramento enganoso” sobre o Bitcoin.
Segundo a ABIB, o texto da ABC retratou o Bitcoin como uma ferramenta usada principalmente por criminosos, ignorando dados recentes e casos de uso amplamente documentados envolvendo energia, infraestrutura e fins humanitários.
“O artigo misrepresentou o propósito do Bitcoin, o vinculou a atividades criminosas, omitiu informações públicas e utilizou linguagem sensacionalista”, disse a entidade.
A ABIB afirma que a cobertura violou políticas editoriais da emissora e seu código de conduta. A entidade enviou ao órgão trechos específicos que exigem correção.
Pelas regras da ABC, a emissora tem 60 dias para responder à queixa.
A ABC, responsável por 12 milhões de leitores mensais e financiada pelo governo australiano, disse ao Cointelegraph que ainda não tinha conhecimento da reclamação.
Caso pode escalar para investigação governamental
Se a ABC não responder em tempo hábil ou caso a ABIB considere insuficiente a correção, o processo pode ser encaminhado à Australian Communications and Media Authority (ACMA).
A ACMA tem poderes para investigar e aplicar sanções, incluindo:
advertências;
notificações de infração;
decisões envolvendo licenças.
A disputa reacende o debate sobre como a grande mídia retrata o setor cripto — frequentemente ignorando nuances e dados formais.
A narrativa criminal: o principal ponto de contestação
O artigo da ABC afirmou que o Bitcoin é usado regularmente por “gangues criminosas” e governos que operam “nas sombras”, sugerindo que a criptomoeda seria a principal escolha para atividades ilícitas.
Mas os dados dizem o contrário.
Segundo relatório publicado pela Chainalysis, apenas 0,14% de todas as transações on-chain em 2024 apresentaram indícios de atividade criminosa.
Para comparação, estima-se que cerca de 3,6% do PIB mundial envolve fluxos financeiros ilícitos com moeda fiduciária, segundo a ONU.
A ABIB aponta esse contraste como evidência de deturpação.
Artigo também afirmou que Bitcoin “não tem propósito” — outro ponto rebatido
Entre as alegações contestadas está a afirmação de que o Bitcoin:
não alcançou seus objetivos;
não é usado em transações legítimas;
não funciona como reserva de valor.
A entidade destaca que tais afirmações ignoram o avanço institucional dos últimos anos.
Hoje, segundo estimativas do BitBo, empresas públicas e privadas, ETFs e até países acumulam mais de 3,7 milhões de BTC, somando mais de US$ 341 bilhões em patrimônio.
Além disso, a adoção institucional do Bitcoin vem crescendo: bancos, gestoras e grandes plataformas — incluindo a Vanguard, que voltou atrás em sua postura anti-cripto — estão passando a oferecer ETFs e produtos relacionados.
Problema maior: desinformação sobre cripto na mídia tradicional
Um relatório da Perception, publicado em julho, analisou a cobertura cripto em 18 veículos tradicionais e encontrou:
31% das matérias: positivas;
41%: neutras;
28%: negativas.
A ABIB afirma receber frequentemente denúncias de leitores sobre cobertura parcial ou incorreta:
“O Bitcoin merece análise informada e responsável, não narrativas ultrapassadas.”
A queixa formal contra a ABC se torna, assim, um caso emblemático na disputa entre indústria cripto e meios financiados pelo governo sobre como o tema deve ser reportado ao público.
Fonte: Australian Bitcoin Industry Body, ABC, Chainalysis, Cointelegraph.
🎓 Quer entender como proteger seu patrimônio e usar o Bitcoin de forma soberana?
Aproveite a Black Friday do curso Soberania Cripto, criado por André Costa, e aprenda tudo sobre blockchain, autocustódia, dolarização e liberdade financeira. 💰
Somente neste mês, por R$ 99. 👉 Acesse oandrecosta.com.br e garanta sua vaga antes que acabe.
📚 Quer aproveitar as oportunidades em tempos de incerteza?
Participe da aula especial sobre o Paraguai, no dia 27 de novembro:
🔗 www.oandrecosta.com.br/paraguai.



