🟠 Diário Crypto – Sexta-feira, 1º de Agosto de 2025

ago 01, 2025

🌍 Panorama Global do Mercado

A MicroStrategy, maior compradora corporativa de Bitcoin, anunciou uma mudança estratégica que interrompe, ao menos temporariamente, seu ritmo agressivo de compras.
Até agora, a empresa acumulava cerca de 628.791 BTC, com aquisições médias de 10.480 BTC por mês, o que equivalia a US$ 838 milhões mensais em fluxo de capital para o mercado cripto.
O novo critério estabelecido pela empresa: só emitirá novas ações para comprar BTC se o valor de mercado estiver 2,5x acima do valor líquido ajustado ao Bitcoin (mNAV). Entre 2,5x e 4x mNAV, poderá comprar de forma oportunista. Acima de 4x, voltará a acumular agressivamente.
Essa decisão retira temporariamente uma das principais fontes de liquidez do Bitcoin, deixando o mercado mais vulnerável a quedas.

O BTC falhou em romper US$ 120.000 e recuou para a faixa de US$ 115.000, com suporte crítico em US$ 115.875.
Se as tensões comerciais e macroeconômicas aumentarem, analistas projetam que o preço pode testar US$ 110.000como próximo suporte.
Apesar da correção, o BTC segue dentro de uma tendência de alta de longo prazo, ainda acompanhando o crescimento da base monetária global (M2), que projeta um alvo potencial de US$ 140.000 a US$ 150.000 nos próximos meses.

O Bollinger Bandwidth Percentile (BBWP) superou 10%, e o stochastic RSI aponta para baixo — sugerindo espaço para novas quedas de curto prazo.
Mesmo assim, o BTC mantém um triângulo ascendente contra o ouro que dura desde 2021, sugerindo que uma quebra acima das resistências históricas pode levar a um movimento de valorização ainda mais agressivo contra o metal precioso.

O dado mais recente do PCE (inflação núcleo nos EUA) veio em +2,8% ano a ano, reforçando a visão de que o Federal Reserve manterá juros altos por mais tempo.
Juros elevados significam condições mais difíceis para ativos de risco, incluindo ações e criptomoedas, já que o custo de capital permanece alto e a liquidez global limitada.

Em paralelo, uma notícia extremamente positiva: a SEC lançou o “Project Crypto”, marco regulatório que sinaliza:
- Criptoativos não serão mais tratados como valores mobiliários por padrão.
- Exchanges poderão operar como “super apps” regulados, com múltiplos serviços sob uma licença única.
- Projetos em estágio inicial terão “períodos de inovação” com regras mais flexíveis.
- Parte da supervisão de criptoativos de mercado spot migrará para a CFTC, deixando a SEC focada apenas em tokens de valores mobiliários.
Essa mudança segue recomendações do grupo de trabalho de cripto do presidente Donald Trump e pode reposicionar os EUA como líder global em inovação cripto.

Solana (SOL): grandes gestoras como CoinShares, VanEck e Grayscale entraram na disputa para lançar ETFs de Solana com possibilidade de incorporar staking rewards.
Ethereum (ETH), Toncoin (TON) e Bonk (BONK) também aparecem no radar de analistas para pontos de entrada estratégicos durante a correção.

Coinbase planeja lançar ações tokenizadas e mercados de previsão para usuários nos EUA, expandindo o ecossistema cripto-regulado.

O Ibovespa segue em alta após a exclusão de produtos brasileiros — como aviões, suco de laranja e energia — das tarifas de 50% impostas pelos EUA.
Embraer (EMBR3) é destaque: suas ações saltaram para R$ 69,23 ontem e podem seguir em valorização.
Entretanto, setores como café, carne, manga, uvas e açaí continuam sofrendo, com risco de perdas severas e relatos de produtores de manga enfrentando frutas “apodrecendo no pé”.
O dólar apresenta volatilidade, mas mantém tendência de queda após as isenções tarifárias.

O Copom manteve a Selic em 15%, sinalizando que deve permanecer nesse patamar por mais tempo devido à inflação ainda alta.

Gerdau cortou investimentos no Brasil, citando falta de proteção à indústria.
Ambev (ABEV3) caiu -5,25% após balanço fraco no 2T25.
Vale (VALE3) teve lucro líquido de US$ 2,117 bilhões (+6% a/a).
Petrobras (PETR4) mantém perspectivas positivas após recorde de produção.
Bradesco (BBDC4) reforçou solidez da carteira de crédito.

O mercado global vive um choque duplo:
1. Notícia negativa: MicroStrategy suspende compras massivas de BTC.
2. Notícia positiva: SEC lança “Project Crypto”, sinal de mudança estrutural nos EUA.
No Brasil, o alívio das tarifas em alguns setores trouxe fôlego à bolsa, mas desafios estruturais como dívida pública e inflação ainda preocupam.
No curto prazo, o BTC pode testar US$ 110.000, mas a visão de longo prazo continua altista.