DIÁRIO CRYPTO – 9 DE DEZEMBRO DE 2025
Dor, Medo e Oportunidade: Onde o Ciclo do Bitcoin Realmente Está Hoje
Panorama Geral do Mercado
O mercado de criptoativos inicia o dia em estado de profunda incerteza, com métricas que, apesar de negativas, começam a sinalizar a aproximação de zonas históricas de oportunidade. O Bitcoin segue preso em sua faixa de negociação, com sentimento majoritário de bear market, volumes deprimidos, atividade reduzida e indicadores técnicos pressionados. Porém, quando se observa um conjunto mais amplo de métricas — desde o comportamento dos holders até os ciclos macroeconômicos — surge um quadro mais complexo: a fase atual pode estar entre 30% e 70% concluída.
Esse intervalo não é trivial. Ele indica que parte substancial da dor já foi absorvida pelo mercado, ao mesmo tempo em que ainda pode haver espaço para quedas adicionais antes da reversão estrutural. Para investidores com horizonte superior a um ano, essa assimetria é historicamente onde surgem as janelas mais lucrativas de acumulação.
Tempo x Preço: Leituras que se Contradizem
O modelo clássico de ciclos de quatro anos sugere que estamos nos primeiros 17,5% de uma fase de baixa típica — o que implicaria meses adicionais de pressão. Porém, ao observar níveis de referência como a média móvel de 200 semanas (que historicamente funcionou como suporte de fundo), o mercado já estaria mais próximo do “piso”, atualmente estimado na região de US$ 56 mil, cerca de 37% abaixo do preço atual.
Essa divergência mostra que o tempo sugere início de ciclo, enquanto os preços e o comportamento de mercado sugerem meio do processo.
Sentimento, Volume e Atividade: O Mercado Está Exausto
Os dados comportamentais reforçam um ambiente tipicamente associado a finais de ciclo de baixa:
Views de YouTube no setor retornam a níveis do bear anterior.
Buscas por “crypto” no Google Trends praticamente zeraram.
Receitas de aplicações on-chain estão em retração há mais de um ano.
Volume de negociações spot acumula queda de 72% desde o pico de janeiro de 2025, aproximando-se dos padrões de quedas de 90% que marcaram bearmarkets anteriores.
Além disso, o RSI em tempos gráficos elevados rompeu o patamar que normalmente separa mercados de alta e baixa — um movimento que, historicamente, só aparece após longos períodos de dor, entre 160 e 340 dias de pressão.
Estrutura de Tendência: Pressão Mantida
O Bitcoin opera abaixo da média móvel de 50 semanas por cinco semanas consecutivas, um padrão alinhado com regimes de baixa anteriores. A média de 200 semanas segue subindo e está posicionada em torno de US$ 56 mil, reforçando a leitura de que o “piso” do ciclo não necessariamente exigirá quedas drásticas de 70–80%, como em ciclos passados.
Indicadores On-Chain: Capitulação Silenciosa
Os dados de holders indicam forte deslocamento para zona de perda:
75% dos short-term holders operam no prejuízo, somando cerca de 4,36 milhões de BTC.
O preço atingiu com precisão a base de custo dos compradores de ETFs, sugerindo exaustão das vendas forçadas.
O Ethereum se aproxima do preço realizado de seus maiores holders — zona historicamente usada para acumulação.
Esse comportamento combinado costuma indicar fase avançada de limpeza do mercado.
Macro: Ventos de Mudança
Os indicadores macroeconômicos contam uma história diferente:
Mudanças na política monetária do Federal Reserve historicamente favorecem o Bitcoin nos 12 meses seguintes ao fim do aperto.
A dominância de stablecoins atingiu níveis que, em ciclos anteriores, marcaram fundos locais.
Commodities como prata voltam a superar o ouro — um sinal clássico de aumento de apetite ao risco.
No campo institucional:
O acúmulo corporativo segue firme, com mais de 4 milhões de BTC em tesourarias públicas e privadas.
Programas regulatórios começam a permitir uso de Bitcoin como colateral em mercados tradicionais.
Tokenização ganha força com iniciativas que integram ações, derivativos e infraestrutura blockchain em escala.
Altcoins: Silêncio Antes do Som do Motor
Enquanto o Bitcoin concentra a narrativa, as altcoins desenham um quadro ambíguo:
O open interest de altcoins permanece elevado demais, sugerindo que ainda há alavancagem a ser liquidada.
Mas, ao mesmo tempo, ETH/BTC mantém força, indicando rotação inicial para ativos de maior qualidade.
A dominância de stablecoins aponta para grande volume de “pólvora seca” à espera de catalisadores.
A volta da liquidez global e o fim do aperto quantitativo favorecem uma recuperação do segmento.
Essa combinação costuma preceder fases de acumulação inteligente — não explosões imediatas.
Conclusão Geral
Todos os dashboards dão respostas diferentes — e isso é típico dos momentos mais difíceis do mercado.
O tempo sugere que a baixa ainda é jovem.
Os preços sugerem que já atravessamos metade do ciclo.
O sentimento, o volume e as métricas on-chain indicam que estamos perto do fim da dor.
Para traders, esse cenário é torturante.
Para investidores, é exatamente o tipo de ambiente que historicamente oferece as melhores oportunidades de compra de longo prazo.
Seção Brasil
Mercado Financeiro Brasileiro – 9 de Dezembro de 2025
O Brasil entra na última semana útil antes da decisão final de juros do ano em ambiente de volatilidade controlada. O Copom deve manter a Selic em 15% ao ano, mas parte do mercado já precifica a possibilidade de um corte moderado em janeiro de 2026, condicionado à estabilidade do câmbio e ao comportamento da inflação.
O dólar sobe para R$ 5,47, refletindo saída de capitais e o fortalecimento global da moeda americana. O Ibovespa recupera parte das perdas e avança cerca de 0,5%, puxado por Petrobras e Vale.
O Boletim Focus revisou o crescimento do PIB para 2,25% e reduziu a projeção de inflação para 4,83%, ainda acima do teto da meta. O cenário fiscal segue sendo o maior risco, especialmente com discussões políticas que ampliam incertezas, como os rumores envolvendo a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro.
Setores em destaque:
Energia segue beneficiada pelo petróleo a US$ 70.
Commodities enfrentam risco de tarifas dos EUA sob Trump.
Tech e RWAs crescem com migração de crédito privado para blockchain.
Bancos reforçam postura conservadora, com preferência por renda fixa.
Indicadores sugerem resiliência combinada com fragilidades estruturais, especialmente no câmbio e nas expectativas fiscais.
Seção Paraguai
Análisis Financiero del Paraguay – 9 de Diciembre de 2025
O Paraguai encerra 2025 com fundamentos sólidos, sustentados por política monetária estável, inflação controlada e forte crescimento do crédito. A taxa de referência se mantém em 6%, estabilidade que reforça a convergência do CPI para 4% no fim do ano.
O PIB ganha tração e deve fechar 2025 em 4,4%, impulsionado por serviços, agro, energia e exportações de carne e soja. O desemprego está em 4,9%, um dos menores da região.
O sistema financeiro mostra:
ROA de 1,6% e ROE de 13%;
crescimento de crédito de 17,1%;
morosidade em queda para 2,5%;
expansão de capitalização de bancos locais.
A Lei 7572/2025, que moderniza o mercado de capitais com DLT/blockchain e reforça a supervisão do BCP, é considerada marco transformacional para o setor, ampliando competitividade e reduzindo custos.
O país também ganha relevância internacional com emissões de títulos em guaraníes e dólares com forte demanda — e com a inclusão futura no índice GBI-EM, ampliando fluxo externo.
Riscos persistem: dependência do agro, vulnerabilidade climática e informalidade estrutural. Contudo, as oportunidades em energia renovável, crédito, fintechs e integração financeira tornam 2026 um ano potencialmente decisivo para consolidar o Paraguai como referência de estabilidade econômica no Cone Sul.
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