DIÁRIO CRYPTO – 6 DE OUTUBRO DE 2025
Bitcoin rompe recorde histórico e abre o trimestre mais otimista do ano
Panorama Global: Bitcoin lidera o rali de Q4
O Bitcoin (BTC) atingiu um novo recorde histórico e registrou o maior fechamento semanal de todos os tempos, com uma vela de US$ 14.400. O rompimento de uma linha de tendência de oito anos — que conectava os topos de 2017–2018 e 2021–2022 — marcou uma virada técnica importante, reacendendo o otimismo dos investidores institucionais e de varejo.
Apesar do crescimento do interesse popular — com o app da Coinbase subindo no ranking global de finanças —, os dados do Google Trends ainda mostram buscas modestas por “Bitcoin”. Isso indica que a fase de euforia total ainda não começou, o que abre espaço para novas altas antes de uma possível correção de topo.
A correlação do Bitcoin com o ouro e a oferta global de moeda (M2) reforça essa leitura: ao ajustar os gráficos com defasagens de 100 a 200 dias, o BTC parece seguir o mesmo ciclo do ouro, que recentemente também rompeu sua máxima histórica. Esse movimento indica que o ativo digital pode estar em uma fase de “catch-up trade”, buscando se alinhar ao desempenho dos ativos duros globais.
Catalisadores: estímulo nos EUA e nova liquidez
O presidente Donald Trump voltou a considerar a liberação de novos cheques de estímulo de até US$ 2.000 para os contribuintes americanos, financiados com parte da arrecadação tarifária. Em 2020, medidas semelhantes impulsionaram fortemente o mercado cripto — o Ethereum (ETH), por exemplo, saltou de US$ 150 para US$ 4.800 em poucos meses após o primeiro pacote.
Caso o plano se concretize, os recursos podem reacender o apetite por risco e sustentar uma nova fase de alta, especialmente se somados à narrativa técnica de rompimento histórico.
Altcoins e a ascensão da Inteligência Artificial descentralizada
Com o Bitcoin abrindo espaço, os holofotes se voltam às altcoins. O novo ciclo parece ser dominado pela convergência entre blockchain e inteligência artificial, e o projeto 0G Labs desponta como líder desse movimento. Considerado o “Solana da IA”, o 0G é um Layer 1 projetado para aplicações de IA com desempenho 50.000x superior, custos 90% menores e parcerias com mais de 300 empresas, incluindo Alibaba, Optimism e NTT Docomo.
Com US$ 325 milhões em funding, o projeto oferece uma infraestrutura completa de armazenamento, computação e execução, buscando descentralizar o treinamento e a operação de modelos de IA — um setor cada vez mais pressionado por custos e regulações.
Do mercado tradicional ao cripto: correlação e oportunidades
Nos mercados tradicionais, o índice Russell 2000 — que representa empresas de pequeno porte nos EUA — é frequentemente comparado ao universo das altcoins, por refletir ativos de maior risco e retorno. Historicamente, quando o S&P 500 entra em ciclo prolongado de alta (como o atual, com seis meses consecutivos de ganhos), o fluxo tende a migrar para o Russell — e, no cripto, do Bitcoin para as altcoins.
Entre as ações relacionadas ao setor, MicroStrategy (MSTR) ganha destaque com a possível inclusão no S&P 500 em dezembro. O movimento pode antecipar valorização, como ocorreu com a Robinhood (HOOD) após sua inclusão.
Principais notícias globais
Japão: novo primeiro-ministro anuncia expansão monetária, pressionando o iene (JPYX).
Coinbase e Samsung: parceria para oferecer acesso direto a criptoativos via carteira digital.
CME Group: implementará negociação 24h de futuros e opções de criptomoedas, ampliando liquidez institucional.
Embora o cenário de curto prazo seja otimista, analistas alertam para possíveis correções em caso de eventos inesperados, especialmente com o shutdown do governo americano ainda em curso. A recomendação: manter equilíbrio e não se posicionar totalmente em um único lado do mercado.
Seção Brasil – 6 de Outubro de 2025
O mercado brasileiro abriu a semana em tom de cautela moderada, reagindo ao Boletim Focus e à videoconferência entre Lula e Donald Trump sobre tarifas comerciais. O relatório trouxe revisões ligeiramente otimistas para inflação e câmbio, mas indicou crescimento estável do PIB.
O IPCA 2025 recuou para 4,80%, e o dólar deve encerrar o ano a R$ 5,45. A Selic tende a iniciar um ciclo de cortes graduais em 2026, começando com -0,25 p.p. em janeiro, conforme a Febraban.
O Ibovespa opera em alta de 0,3%, impulsionado por bancos e utilities, enquanto Petrobras (-0,4%) e Vale (-0,2%)recuam. O agronegócio é o setor mais sensível do dia, após os EUA cogitarem tarifas de 50% sobre carnes brasileiras, o que pode gerar perdas de até US$ 3 bilhões anuais.
A polarização econômica se intensifica: o governo celebra avanços sociais e combate ao “rentismo”, enquanto o mercado teme deterioração fiscal e endividamento crescente. A tendência de curto prazo é de estabilidade com viés positivo, mas o ambiente político segue imprevisível.
Seção Paraguai – 6 de Outubro de 2025
O mercado financeiro paraguaio exibe estabilidade macroeconômica e perspectivas de crescimento entre 3,3% e 4,4% em 2025, sustentado por exportações agroindustriais e investimentos estrangeiros. Apesar disso, o país enfrenta desafios fiscais e regulatórios.
Principais Notícias
Encuesta de Presupuestos Familiares 2025–2026:
O INE e o Banco Central do Paraguai (BCP) lançaram hoje a nova pesquisa de orçamentos familiares, abrangendo 10 mil domicílios. O estudo apoiará políticas monetárias e fiscais, reforçando a transparência econômica.Indicadores Financeiros de Agosto:
O BCP manteve a Taxa de Política Monetária (TPM) em 6,00%, confirmando postura dovish. As taxas de juros médias caíram e o crédito em guaranis cresceu +2,5% ao ano, com destaque para crédito comercial (+3,1%).Superávit e Plano Nacional de Infraestrutura:
O ministro Carlos Fernández anunciou o primeiro superávit operacional em sete anos e a criação de um plano de PPPs para obras de energia e rodovias, com foco em atração de capital privado.Dívida Pública e Déficit:
A dívida total alcançou US$ 19,73 bilhões (41,9% do PIB). A arrecadação subiu 9,9%, mas o déficit primário é de 0,4% do PIB.Bolsa de Valores de Assunção (BVA):
Houve nova emissão de 75 bilhões de guaranis pelo Fondo Link Center, reforçando a expansão de fundos imobiliários, que oferecem rendimentos de 7–8% em guaranis.Alerta sobre crédito digital:
O BCP alertou para plataformas irregulares oferecendo empréstimos abusivos nas redes, exigindo supervisão formal para evitar riscos de shadow banking.Exportações de Carne:
As vendas cresceram 29,3% no acumulado do ano (US$ 1,396 bilhão), com destaque para EUA, Israel e Taiwan. A JBS anunciou investimento de US$ 70 milhões em frangos.
Análise e Perspectivas
O Paraguai mantém inflação controlada em 3,2%, câmbio estável em Gs 7.450/USD e inadimplência abaixo de 2%, demonstrando robustez bancária. O crédito segue em expansão, e a liquidez do sistema (22,3%) indica segurança.
A BVA cresce rapidamente, embora ainda limitada em volume (US$ 2 bi). O país avança na tokenização de ativos e na digitalização financeira via programa Economía Digital do BCP.
O superávit fiscal inédito cria espaço para parcerias público-privadas, enquanto o Plano Nacional de Desenvolvimento 2050 prioriza educação, infraestrutura e energia. Entretanto, o alerta sobre o setor de saúde e o risco de “default moral” indicam vulnerabilidades estruturais.
O guaraní apreciado favorece importações, mas pressiona exportadores; ainda assim, o IR único de 10% mantém o Paraguai como destino competitivo para empresários estrangeiros, especialmente brasileiros.
Resumo:
O país combina crescimento sólido, política monetária estável e ambiente pró-negócios, mas precisa ampliar a diversificação econômica e a regulação das fintechs. O momento favorece investimentos em títulos soberanos e fundos imobiliários.
Conclusão
O quarto trimestre começa com o Bitcoin liderando o apetite global por risco, enquanto EUA, Brasil e Paraguai vivem contextos distintos: estímulo monetário americano, prudência brasileira e otimismo controlado no Paraguai.
O pano de fundo é um só — a expansão da liquidez e a digitalização das finanças globais, lideradas por uma nova geração de ativos e tecnologias descentralizadas.
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