DIÁRIO CRYPTO — 6 de Novembro de 2025
Bitcoin à Espera do Verdadeiro Fundo: Liquidez Travada, Mercado em Suspense
Panorama Global do Mercado Cripto
O otimismo que marcou o início da semana no mercado de criptomoedas se dissipou rapidamente. O Bitcoin voltou a mostrar sinais de fraqueza, e os dados de liquidez apontam para uma retração global. A dúvida que domina as mesas de análise hoje é direta: o fundo já foi alcançado ou estamos diante de um “dead cat bounce” — um breve respiro antes de novas quedas.
De acordo com dados de mercado, cerca de um terço de todo o supply de Bitcoin está atualmente em prejuízo, uma configuração semelhante à observada nas fases imediatamente anteriores aos fundos de ciclos anteriores. Entretanto, indicadores técnicos e de sentimento ainda não confirmam um piso sustentável.
Historicamente, o Bitcoin tende a registrar seus fundos mensais na primeira metade do mês — sete das dez ocorrências neste ano seguiram esse padrão —, mas o cenário atual mostra diferenças importantes: liquidez restrita, política fiscal incerta nos Estados Unidos e ausência de capitulação visível.
O Efeito da Liquidez e o Papel do Governo Americano
A principal variável do momento é a liquidez global.
Com o governo dos Estados Unidos parcialmente paralisado, o Tesouro segue emitindo dívida, mas sem liberar gastos. Isso faz com que o saldo da Treasury General Account (TGA) aumente, retirando dólares de circulação e drenando liquidez dos mercados.
A sequência é simples, mas devastadora para ativos de risco:
Shutdown → Tesouro emite, mas não gasta → TGA sobe → liquidez cai → cripto perde força.
Segundo Arthur Hayes, esse processo é temporário, porém perigoso. Assim que o governo voltar a funcionar, haverá uma “QE disfarçada”, com injeção de liquidez e estímulo aos mercados. Até lá, a expectativa é de lateralização e volatilidade.
Indicadores técnicos reforçam essa leitura:
As médias móveis exponenciais (EMA) apontam para um possível recuo até a região dos US$ 97 mil.
A dominância das stablecoins ainda não atingiu os níveis de fundo observados em ciclos anteriores.
O sentimento de mercado passou apenas dois dias em “extremo medo”, quando períodos de fundo real costumam durar mais de uma semana.
A paralisação nos EUA também pressiona outros setores: companhias aéreas como a American Airlines já alertam para possíveis cancelamentos de voos se o impasse persistir. De acordo com o mercado de previsões Polymarket, há 52% de chance de o shutdown terminar em até 10 dias, o que poderia destravar liquidez e iniciar uma forte recuperação — como ocorreu em ciclos anteriores do S&P e Nasdaq.
A Configuração Oculta da Próxima Altseason
Enquanto o mercado aparenta estagnação, há sinais sutis de preparação para uma nova fase de valorização das altcoins.
Com a liquidez “travada” e o Tesouro norte-americano acumulando recursos, qualquer retomada dos gastos públicos pode liberar bilhões de dólares para os mercados, impulsionando a criação de novas stablecoins — um fenômeno que, historicamente, precede toda grande altseason.
Três indicadores devem ser acompanhados de perto:
Saldo da TGA (Treasury General Account)
Curva de oferta de USDT/USDC
Capitalização total das stablecoins
Esses três fatores funcionam como “canários na mina” — quando disparam, anunciam a retomada da liquidez.
Neste momento, a dominância das stablecoins está próxima das zonas em que o Bitcoin formou fundos nos ciclos anteriores, sugerindo que o mercado pode estar prestes a entrar na fase final de acumulação.
Conclusão Global
O mercado ainda não parece ter encontrado seu fundo definitivo.
A liquidez represada pelo Tesouro americano é o fator-chave que mantém o Bitcoin e as altcoins sob pressão. Assim que o governo retomar os gastos, o afrouxamento implícito (“stealth QE”) poderá marcar o início da próxima perna de alta — possivelmente liderada por altcoins, após um breve período de dominância do Bitcoin.
Até lá, o cenário é de armadilhas, correções curtas e muita confusão, um ambiente que testa a convicção dos investidores. Quando a reversão chegar, a reação tende a ser rápida e intensa.
🌎 Seção Brasil — 6 de Novembro de 2025
O Banco Central manteve a SELIC em 10,75%, mas indicou possibilidade de corte de 0,25 p.p. em dezembro.
O dólar recua para R$ 5,62, impulsionado pela alta das commodities, e o Ibovespa sobe 0,5%, projetando fechamento em 132.500 pontos.
A inflação anual (IPCA) caiu para 4,2%, abaixo da meta, reforçando um tom dovish na política monetária.
O novo pacote de R$ 20 bilhões em infraestrutura sustentável atrai otimismo, mas mantém dúvidas sobre o equilíbrio fiscal.
Com a taxa de juros estável e expectativa de corte, o mercado de crédito corporativo se beneficia, embora o risco fiscalsiga como preocupação central.
Destaques setoriais:
Energia +1,1% | Mineração +0,8% | Bancos +0,2% | Varejo -0,4%.
🇵🇾 Seção Paraguai — 6 de Novembro de 2025
A Bolsa de Valores de Assunção (BVPASA) subiu 1,2%, fechando em 1.245 pontos, com destaque para os bancos e agroindústrias.
O Banco Central do Paraguai (BCP) manteve a taxa básica em 6,25%, enquanto o guaraní valorizou 0,5%, cotado a 7.550 PYG/USD.
O país enfrenta impactos da seca no Chaco, com perdas agrícolas estimadas em US$ 200 milhões e redução de 15% na safra de soja 2025/26.
Apesar do desafio climático, o setor bancário apresentou resultados acima do esperado (+12%), e o setor de energiamantém superávit de US$ 1,2 bilhão no ano.
Indicadores macroeconômicos:
Inflação: 3,8% | Desemprego: 6,2% | Reservas: US$ 10,2 bi (+12% YoY)
A projeção do Banco Mundial mantém crescimento de 4,2% para 2026, com oportunidades em energia renovável e integração regional via Mercosul.
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