🗞️ Diário Crypto — 29 de Outubro de 2025
O Mercado Mais Difícil de Sobreviver: Como os Investidores Cripto Estão Enfrentando o FOMC Day
🌍 Panorama Global
Enquanto os principais índices de ações do mundo — S&P 500, Nasdaq, Nikkei e até o Shanghai Composite — renovam máximas históricas, o mercado cripto parece andar na contramão. Altcoins acumulam quedas de 70% a 80%, volumes evaporaram e até narrativas sólidas como as de inteligência descentralizada (DATs) perderam força.
Por trás desse contraste, o cenário de liquidez global é o verdadeiro protagonista. Apesar da expectativa de um corte de 25 pontos-base pelo Federal Reserve na reunião do FOMC de hoje, o sistema financeiro americano mostra sinais de estresse: bancos regionais recorreram a mais de US$ 33 bilhões em empréstimos de emergência do Fed nas últimas semanas, enquanto a liquidez líquida dos EUA continua em queda com o aperto quantitativo (QT).
O resultado é um ambiente paradoxal: os preços dos ativos tradicionais sobem, mas a liquidez disponível está se concentrando nas mãos de poucos — e isso deixa o mercado cripto “sem convite para a festa”.
💡 A “Bolha dos Gigantes” e o Mercado Fraturado
Nos Estados Unidos, o rali é sustentado por apenas nove gigantes: Tesla, NVIDIA, Qualcomm, AMD, Palantir, Microsoft, Apple, Alphabet e Meta. Juntas, essas empresas adicionaram meio trilhão de dólares em valor de mercado em um único dia — um movimento que mascara a fraqueza estrutural do restante da economia de risco.
Historicamente, quando o Fed corta juros com o S&P 500 próximo de sua máxima, o índice fecha o ano seguinte em alta — em 21 de 21 ocasiões anteriores. Esse é o argumento dos otimistas que apostam na continuidade do ciclo positivo.
Mas, para o cripto, a narrativa não se encaixa. O Bitcoin falhou em romper a resistência dos US$ 116 mil e agora aguarda o tom de Jerome Powell:
Um discurso dovish (“condições estão suficientemente restritivas”) pode derrubar o dólar e abrir espaço para uma recuperação do BTC.
Um tom hawkish (“condições ainda exigem cautela”) pode elevar o dólar e manter altcoins sob pressão.
O corte em si importa menos do que a mensagem — e é ela que deve determinar o próximo movimento dos mercados.
💎 Estratégia: Duas Carteiras Para Sobreviver
Diante dessa dualidade, o editorial propõe uma estrutura de sobrevivência em duas frentes:
1. Carteira de Longo Prazo (Multi-Ciclo)
Reservada a ativos que sobrevivem a recessões, ciclos políticos e mudanças tecnológicas — e que podem capturar o movimento estrutural de rotação quando ele finalmente alcançar o cripto. Exemplos incluem Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Solana (SOL), Hyperliquid (HYPE) e Zcash (ZEC).
2. Carteira de Narrativas e Yield (Curto Prazo)
Focada em narrativas emergentes, farming e captura de incentivos.
Os destaques atuais incluem:
Base e x402, com tokens como Virtuals Protocol (VIRTUAL), Aerodrome Finance (AERO) e ZORA.
Perp DEX Farming, com atenção especial ao Grvt, cuja campanha de airdrop (Q1 2026) oferece multiplicador de 1,3x para participantes do programa platinum.
O objetivo dessa segunda carteira é capturar valor real via incentivos, não apenas especulação — “não é comprar e rezar, é capturar o que está sendo distribuído”.
📉 O Mercado Mais Difícil
O paradoxo atual é brutal: o otimismo de Wall Street contrasta com a apatia cripto.
Se você está 100% posicionado, sofre com a falta de liquidez.
Se está totalmente fora, assiste os índices subirem sem participar.
A estratégia, portanto, é manter convicção em ativos estruturais e agilidade em narrativas de curto prazo — duas carteiras, dois horizontes.
Como lembrou o editorial, “os mercados mais difíceis de sobreviver são os que todos depois lamentam ter abandonado”.
🇧🇷 Seção Brasil
O mercado financeiro brasileiro iniciou a semana com leve otimismo. O Ibovespa subiu 0,3% no pregão de ontem, alcançando 147.429 pontos, impulsionado por ganhos no setor financeiro — especialmente o Banco do Brasil (+1,61%) — e pelos resultados positivos do Santander, cujo lucro recorde no 3º trimestre compensou fraquezas em outros mercados.
O real (BRL) operou em R$ 5,36 por dólar, após desvalorização leve de 0,26%, refletindo preocupações com juros ainda elevados em 15% e tarifas comerciais dos EUA. Apesar disso, a moeda acumula alta de 7% no ano, apoiada em fluxos estrangeiros para fintechs e energia.
Nos títulos públicos, os yields de 10 anos permanecem em patamares historicamente altos, sinalizando risco fiscal persistente. Projeções para a safra de soja 2025/26 indicam crescimento de 3%, fortalecendo o agronegócio e sustentando o saldo comercial.
🇵🇾 Seção Paraguai
O mercado financeiro paraguaio segue estável e de baixa volatilidade. A BVPASA (Bolsa de Valores e Produtos de Assunção) manteve o índice PDV próximo de 1.170,7 pontos, com volumes reduzidos.
O destaque é o mercado de bonds soberanos, que registrou nova emissão de US$ 600 milhões em papéis com vencimento em 2055 e rendimento de 6,65%, reforçando a confiança dos investidores na estabilidade macroeconômica local.
O guarani (PYG) manteve-se praticamente estável em 7.101 por dólar, acumulando apreciação de 9,9% no ano, impulsionado por exportações de soja e energia.
Com PIB projetado em alta e influxo de capitais estrangeiros, o Paraguai reforça sua imagem de mercado defensivo, atrativo para investidores de longo prazo.
🇦🇷 Seção Argentina
O mercado argentino viveu um dia de euforia após o fortalecimento político do presidente Javier Milei nas eleições de meio de mandato. A vitória consolidou a base de apoio para sua agenda de reformas econômicas e fiscais, gerando otimismo entre investidores locais e estrangeiros.
O índice Merval — principal indicador da Bolsa de Comércio de Buenos Aires (BYMA) — subiu 5,59% no pregão anterior (28/10), alcançando 2.670.388 pontos, e manteve nesta terça-feira (29/10) alta moderada em torno de 2.542.802 pontos. Com isso, acumula valorização de 40,8% no mês e 36,9% no ano, impulsionado principalmente pelos setores financeiro e energético, que registraram ganhos de até 37% na semana.
No câmbio, o peso argentino (ARS) operou estável em 1.473,50 por dólar, após forte apreciação pós-eleitoral. Embora ainda acumule queda de 6,8% no mês, o alívio nos bonds soberanos e a valorização da moeda blue em até 30% nos mercados de ADRs nos EUA indicam uma redução da percepção de risco.
O governo Milei busca agora anular uma sentença de US$ 16 bilhões nos Estados Unidos e acelerar reformas estruturais para estabilizar a inflação e o déficit. Os títulos da dívida argentina registraram queda nos yields, refletindo entrada de capital estrangeiro e expectativas de continuidade nas reformas.
Apesar da euforia, riscos persistem — entre eles, a dependência das exportações de commodities, a volatilidade política e o desafio de equilibrar austeridade fiscal com crescimento econômico. Ainda assim, o país volta a aparecer no radar de investidores de perfil mais arrojado, atraídos pelo potencial de valorização dos ativos locais.
O volume negociado na BYMA foi elevado, com ações como COME e CARC movimentando de 3 a 5 vezes mais do que a média dos últimos 20 dias — um sinal de que a confiança está voltando, ainda que sob vigilância.
No conjunto, a Argentina entra em uma nova fase de otimismo cauteloso, sustentada por expectativa de reformas e reabertura do crédito internacional, consolidando o país como um dos emergentes mais observados da América do Sul em 2025.
💬 Conclusão
A reunião do FOMC de hoje pode redefinir o humor global. Se Powell sinalizar o fim do aperto monetário, o Bitcoin pode enfim respirar. Mas enquanto isso não ocorre, a palavra de ordem segue sendo sobrevivência — com uma perna na convicção e outra na oportunidade.
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