Diario Crypto - 28 de Novembro de 2025
Bitcoin Resiste a um Ataque Silencioso Enquanto o Smart Money se Posiciona em Ethereum
Panorama Geral do Mercado Cripto
O mercado de criptomoedas entra na sexta-feira com um clima de estranhamento: o Bitcoin se mantém acima de US$ 90 mil, mas o movimento parece mais “ensaiado” do que orgânico. A liquidez está extremamente fina e qualquer oscilação se torna amplificada nos gráficos.
No mapa de desempenho diário das 100 maiores criptomoedas, predomina o verde: várias altcoins registram altas expressivas, com alguns tokens de infraestrutura e de narrativa “beta de Bitcoin” liderando os ganhos. Ainda assim, a sensação não é de euforia, e sim de um mercado em compasso de espera, como se algo maior estivesse se preparando nos bastidores.
Ao mesmo tempo, metais como ouro e prata tentaram romper para novas máximas. A prata chegou a renovar topos recentes, enquanto o ouro parecia pronto para uma arrancada mais forte — até que as negociações foram interrompidas pela CME justamente em um ponto técnico crítico. Esse tipo de intervenção, combinada com o comportamento incomum dos preços, acendeu alertas entre analistas que acompanham a correlação entre ativos duros.
Como pano de fundo, uma das principais stablecoins do mercado sofreu rebaixamento de nota por parte de agências de rating, em um movimento interpretado por muitos como um ataque indireto à infraestrutura que garante liquidez e estabilidade ao ecossistema cripto.
Bitcoin: Correção, Ataque e a Luta Pela Confiança
O debate sobre a natureza da correção recente voltou com força total. A grande pergunta é se o que vimos até agora foi apenas um ajuste de meio de ciclo ou o início de um esgotamento mais profundo.
O ponto central do relatório é a diferença entre tipos de correção:
Quedas na faixa de 30% a 40% são consideradas normais em fases de expansão e, historicamente, raramente encerram um ciclo.
Quedas superiores a 50% costumam ser mais perigosas, mas nem isso é uma regra rígida. Em 2021, o Bitcoin chegou a recuar mais de 50% e ainda assim buscou novas máximas depois.
O colapso na época da Covid-19 é citado como um caso extremo que distorceu temporariamente todas as métricas tradicionais.
A leitura é que, a menos que algo realmente “quebre” na estrutura do mercado, essas correções profundas tendem a funcionar como um reset: limpam o excesso de alavancagem, expulsam os participantes mais frágeis e preparam o terreno para a próxima pernada de alta.
Neste momento, não há sinais claros de ruptura estrutural. O estresse é elevado, a liquidez é baixa, mas não se observa uma desintegração dos pilares que sustentam o ciclo. Em outras palavras: ciclos não costumam morrer de forma silenciosa; quando terminam, normalmente o fazem em meio a eventos muito mais dramáticos.
O Ataque Via Ratings
O texto destaca um tipo específico de ataque em curso contra o setor: não via regulação direta, mas via agências de classificação de risco. A leitura é que:
O alvo não é o colateral em si, mas o controle da infraestrutura.
Ao atacar a credibilidade das principais stablecoins, o sistema financeiro tradicional mira os trilhos que permitem liquidez, negociação e gestão de risco dentro do universo cripto.
Quando já não é possível ignorar um mercado, a estratégia passa a ser minar a confiança nos instrumentos que permitem sua expansão.
Nesse contexto, o Bitcoin vem negociando há quase um mês abaixo da base de custo dos detentores de curto prazo. Historicamente, essa região é associada a:
pico de incerteza de mercado;
mudança de narrativas;
fase em que o “smart money” começa a recomprar em silêncio.
É um ambiente de panela de pressão: quanto mais tempo o preço permanece nessa faixa, mais violento tende a ser o movimento de saída — seja para cima ou para baixo.
O “Bounce” do Bitcoin: Sustentável ou Armadilha?
O relatório apresenta o que chama de uma “tabela de sustentabilidade” para o atual bounce do Bitcoin. A mensagem principal é que a recuperação ainda precisa de confirmação.
Para que o movimento seja considerado sólido, são observados quatro conjuntos de sinais:
Níveis de preço chave – zonas técnicas que precisam ser reconquistadas e mantidas.
Reclaims estruturais – regiões de suporte e resistência que, uma vez retomadas, indicam mudança real de tendência e não apenas um repique de sobrevenda.
Fluxos de ETFs – entradas consistentes em veículos institucionais reforçam a ideia de demanda orgânica e não de simples short squeeze.
Condições on-chain – métricas de realização de lucro/prejuízo, comportamento de holders de longo prazo e custo médio dos participantes precisam se alinhar a uma retomada saudável.
Alguns desses critérios já começaram a ser atendidos, outros ainda estão ausentes. Em resumo, o bounce atual está em fase de teste: pode evoluir para uma nova perna de alta ou morrer na origem, caso falhe em recuperar e sustentar as zonas de preço consideradas estratégicas.
Ethereum: A Mola Comprimida Que o Smart Money Está Comprando
Enquanto o Bitcoin oscila em uma faixa estreita, o Ethereum tem mostrado uma força discreta, mas relevante. O preço vem “enrolado” em um range entre US$ 2.600 e US$ 3.000 e, mesmo com a volatilidade recente, a região de suporte na parte baixa desse intervalo tem sido defendida repetidas vezes.
Dois sinais de fluxo reforçam essa leitura:
Compra de tesouraria: a empresa BitMine adicionou 14.618 ETH ao seu caixa, um movimento de cerca de US$ 44 milhões em termos atuais. Esse tipo de alocação institucional indica convicção na tese de médio e longo prazo.
Futuros agressivamente comprados: dados de mercado apontam que o volume de taker buy chegou a 120,6 milhões de ETH em todas as bolsas, caracterizando uma onda de posicionamento comprado relevante.
Em um ambiente de liquidez fina, isso tem algumas implicações:
Rompimentos de faixa tendem a ser explosivos, justamente porque há pouco “estoque” de ordens entre os níveis chave.
Se o Ethereum conseguir romper o topo do range com volume, a próxima fase pode não se limitar ao próprio ETH: a narrativa tende a se espalhar rapidamente para:
redes de segunda camada (L2s);
derivativos de staking;
projetos adjacentes de inteligência artificial que capturam “beta de Ethereum”.
O ponto central é que, com o Bitcoin relativamente contido, o Ethereum ganha espaço para “flexionar”. O smart money parece estar se adiantando a esse possível pivô de narrativa.
Leitura Final: Algo Está Fora do Lugar
O balanço geral do dia é de um mercado que não está se comportando como o “script” tradicional:
O Bitcoin está calmo em um cenário em que, historicamente, poderia estar muito mais volátil.
Metais preciosos estão turbulentos, com movimentos fortes e interrupções em momentos críticos.
Agências de rating partiram para o ataque em cima de uma das stablecoins centrais do sistema.
O Ethereum começa a mostrar força relativa, com compras institucionais e futuros apontando para uma possível expansão de risco.
Nada disso parece aleatório. Em ciclos passados, correções desse porte, em vez de encerrar o movimento, muitas vezes serviram para redefinir a estrutura e prolongar a tendência. O diagnóstico do texto é claro: enquanto nada “quebrar de verdade”, o mercado ainda tem pernas para continuar.
A recomendação implícita é manter atenção redobrada, gestão de risco rígida e consciência de que os próximos grandes movimentos podem acontecer de forma rápida e assimétrica, justamente porque boa parte dos participantes ainda está desconfortável com o que vê nos gráficos.
Seção Brasil – Mercado Financeiro Brasileiro em 28 de Novembro de 2025
O mercado financeiro brasileiro abre a sexta-feira em clima de otimismo seletivo. De um lado, a expectativa de cortes de juros no Brasil e nos Estados Unidos sustenta o apetite por risco; de outro, os riscos fiscais e a volatilidade cambial seguem no radar.
Ibovespa em Máxima Histórica e Dólar Volátil
O Ibovespa renovou máxima histórica intradiária, superando os 159 mil pontos, com alta de 0,50% no dia, 7,08% no mês e 26,64% em 12 meses. A alta é puxada por:
setores financeiro e de consumo, beneficiados pela perspectiva de juros menores;
expectativa positiva com o impacto da Black Friday no varejo.
Ao mesmo tempo, o dólar opera em torno de R$ 5,38, com projeção de fechamento do ano perto de R$ 5,41. A formação da Ptax de fim de mês, combinada com baixa liquidez global devido ao pós-Ação de Graças nos EUA, tende a aumentar as oscilações no câmbio.
Petrobras, Commodities e Fiscal
A Petrobras aprovou um plano de negócios 2026–2030 de US$ 109 bilhões, uma redução de 1,8% em relação ao plano anterior. A ênfase é em eficiência operacional e sustentabilidade em um ambiente de petróleo mais barato. Os efeitos são mistos:
positivo para geração de caixa e foco em retorno ao acionista;
potencialmente negativo para o impacto do setor de óleo e gás no PIB, dada a queda no capex.
No plano macro, o Boletim Focus projeta inflação oficial (IPCA) em 4,55% em 2025 — levemente abaixo do teto da meta, mas com revisões recentes para cima, sugerindo pressão inflacionária ainda relevante. O PIB projetado foi ajustado para 2,2%.
A dívida bruta subiu para 78,6% do PIB em outubro, mesmo com um superávit primário de R$ 36,5 bilhões no mês. O governo reduziu o bloqueio orçamentário para R$ 7,7 bilhões ao liberar R$ 644 milhões contingenciados, mas gastos obrigatórios — pensões, precatórios e políticas sociais — comprimem a meta de déficit zero.
Black Friday, Consumo e Perspectivas
A Black Friday deve aliviar parte da pressão inflacionária de curto prazo, ao mesmo tempo em que impulsiona o varejo. Estimativas indicam:
consumidores dispostos a gastar acima de R$ 1.000, com foco em eletrônicos;
impacto positivo de 0,1 a 0,2 ponto percentual no PIB do quarto trimestre.
Do lado das oportunidades:
ações de varejo e fintechs se beneficiam desse ambiente, especialmente em um cenário de queda gradual da Selic;
dividend yields em patamares elevados tornam a Bolsa brasileira relativamente atraente frente a mercados desenvolvidos.
Do lado dos riscos:
deterioração fiscal e pressões políticas sobre gastos sociais podem elevar prêmios de risco e alongar o ciclo de juros altos;
a combinação de real volátil, tarifas comerciais externas e desaceleração global exige hedge cambial cuidadoso para investidores expostos a ativos domésticos.
Em síntese, o mercado brasileiro mostra resiliência e valuations atrativos, mas depende de disciplina fiscal e de um ambiente internacional benigno para sustentar o rally.
Seção Paraguai – Mercado Financeiro Paraguaio em 28 de Novembro de 2025
O Paraguai segue se destacando na América do Sul como uma “ilha de estabilidade” em meio à volatilidade regional. Com dívida pública em torno de 30% do PIB, inflação sob controle e crescimento robusto, o país reforça sua imagem de destino atraente para capital de longo prazo.
Política Monetária: Estabilidade Como Estratégia
O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Paraguai decidiu, de forma unânime, manter a taxa básica em 6% ao ano. A decisão está alinhada ao objetivo de:
garantir a convergência da inflação para a meta de 3,5% (±2%) até meados de 2026;
preservar a credibilidade ancorada em expectativas inflacionárias ao redor de 3,7% para os próximos 12 meses.
O guarani permanece estável em torno de G$ 7.500 por dólar, após um período de correção que reduziu posições especulativas em moeda estrangeira. O crédito privado cresce em ritmo real superior a 16%, impulsionando consumo e investimento.
Dívida Soberana e Mercado de Capitais
O Ministério da Economia e Finanças realizou a quarta subasta anual de Bonos del Tesoro em guaranis, reabrindo uma série com vencimento em 2037. A operação complementa a emissão internacional de fevereiro, quando o país levantou:
US$ 600 milhões em títulos atrelados ao guarani, com rendimento em torno de 8,5% ao ano;
o restante em dólares, a aproximadamente 6,65% ao ano.
A demanda nas emissões externas chegou a ser sete vezes superior à oferta, evidenciando apetite por risco paraguaio após o upgrade a grau de investimento (BBB-). A nova Lei 7162/2023 moderniza o arcabouço do mercado de valores mobiliários, favorecendo:
maior participação de investidores institucionais;
alongamento de prazos médios da dívida;
desenvolvimento gradual do mercado doméstico, cuja capitalização projetada é de cerca de US$ 4,97 bilhões.
Reformas, Transparência e Inovação Financeira
O Banco Central atualizou o regulamento de transparência e critérios mínimos para tarifas no setor financeiro, com foco em inclusão, eficiência e redução de assimetrias de informação. Paralelamente:
a Superintendência de Valores promove a digitalização de custódia via CAVAPY, permitindo registro eletrônico de títulos;
o setor de fintech ganha protagonismo, com iniciativas premiadas que ampliam o acesso de camadas populares a serviços bancários e de investimento.
No segmento de seguros, um novo projeto de lei, alinhado a padrões da OCDE, busca profissionalizar o setor e aumentar o volume de prêmios emitidos, hoje abaixo de 2% do PIB. A expectativa é de forte expansão à medida que o mercado amadurece.
Crescimento, Energia e Agenda Verde
Projeções atualizadas apontam crescimento do PIB de 4,4% em 2025, acima da média regional estimada pelo FMI. Os motores principais são:
setor de serviços, com alta superior a 6%;
agropecuária e pecuária, com exportações de carne acima de US$ 1 bilhão no primeiro semestre;
expansão de investimentos em energia renovável, apoiados pela estrutura de Itaipu e pelo projeto Aña Cuá.
A infraestrutura energética barata e estável segue como diferencial competitivo, atraindo:
data centers;
operações industriais intensivas em energia;
novos projetos ligados à economia digital e à transição verde.
Riscos permanecem, especialmente ligados a:
eventos climáticos que possam afetar safras de soja e outros grãos;
mudanças no comércio internacional, com aumento de tarifas em mercados relevantes.
Ainda assim, o balanço de riscos é considerado favorável, com inflação projetada em 4% no fim de 2025 e trajetória de convergência em direção a 3,5% em 2026.
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