Diário Crypto – 25 de novembro de 2025
Bitcoin entre o bear técnico e o short squeeze: o que realmente está acontecendo com o mercado cripto
O mercado cripto entra no dia 25 de novembro de 2025 em modo de recomposição, depois de uma correção pesada no início do mês. A capitalização total volta à faixa de US$ 3,1 trilhões, com alta de cerca de 1,5% nas últimas 24 horas, após uma semana de forte realização. O clima saiu do pânico para uma postura “cautelosamente construtiva”: preços se recuperam, mas a estrutura ainda é de correção dentro de um ciclo maior de alta.
O Bitcoin negocia entre US$ 86,5 mil e US$ 88,5 mil, fechando em torno de US$ 87 mil, levemente negativo no dia (entre -1% e -1,5%) após uma recuperação na véspera. Mesmo assim, o ativo permanece aproximadamente 20% abaixo do topo acima de US$ 109 mil registrado no início de novembro. O quadro é de “bear market técnico” em um bull market mais amplo – com on-chain apontando correção, mas sem quebra definitiva da tese de alta de longo prazo.
1. Panorama do mercado cripto: preço, capitalização e sentimento
O mercado como um todo apresenta:
Capitalização total em torno de US$ 3,1 trilhões, em leve recuperação após a realização da semana anterior.
Bitcoin consolidado na região de US$ 87 mil, bem acima das médias de longo prazo do ciclo atual, apesar da queda superior a 20% desde o topo.
Ethereum na casa dos US$ 2.900, acompanhando a melhora geral, mas com desempenho inferior ao Bitcoin neste pullback.
O sentimento migra do medo extremo para uma postura mais equilibrada: manchetes destacam “crypto up today”, enquanto análises mais profundas lembram que, no mês, a tendência ainda é de baixa. A leitura dominante é de recomposição após capitulação parcial, não de um rompimento estrutural de tendência.
2. Macro global: Fed, juros e apetite a risco
No cenário macro, as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve voltam a ganhar força. O Fed mantém discurso “dependente de dados”, mas o mercado começa a precificar um início de flexibilização caso a desaceleração econômica se confirme.
Pontos-chave:
O dólar segue forte, porém sem novos impulsos agressivos.
Condições financeiras mostram menos aperto na margem, abrindo espaço para ativos de risco.
Por que isso importa para cripto?
Cripto continua sendo tratado como ativo de risco alavancado à liquidez global.
Qualquer combinação de:
queda nas taxas de juros futuras,
estabilidade do dólar,
e menor aperto financeiro
ajuda a sustentar um piso de preços, mesmo em um ambiente de realização de lucros e fluxos negativos em ETFs.
3. Bitcoin em foco: estrutura spot, derivativos e ETFs
3.1. Estrutura no mercado à vista
O padrão recente de preço do Bitcoin pode ser resumido em três movimentos:
Alta forte até a região de US$ 109 mil;
Correção intensa até a zona de US$ 80 mil;
Rebound para a faixa de US$ 87–88 mil, onde consolida hoje.
Tecnicamente:
A região de US$ 80 mil funcionou como suporte de “bear market dentro do bull”, próxima a zonas de valor histórico indicadas por métricas on-chain.
A faixa de US$ 89–90 mil virou resistência chave, identificada por diversos analistas como ponto provável de reaparecimento de vendedores com força.
3.2. Derivativos: alavancagem elevada e risco de short squeeze
O mercado de derivativos de Bitcoin está extremamente carregado:
Open interest em futuros chegou a cerca de 752 mil BTC em 21 de novembro, justamente na mínima local em torno de US$ 80 mil, e segue elevado.
A CME registrou recorde de quase 795 mil contratos de futuros cripto negociados no dia 21 de novembro, com alta de mais de 100% ano contra ano em volume.
As funding rates em perpétuos oscilam próximas da neutralidade, com períodos de funding levemente negativo – sinal de saída da euforia para um modo defensivo, sem capitulação total.
No mercado de opções, um bloco de cerca de US$ 1,7 bilhão monta uma aposta estruturada na alta acima de US$ 100 mil até o fim do ano, sem necessariamente exigir novos topos históricos.
Leitura combinada:
Alavancagem alta + funding neutro/levemente negativo
→ cenário clássico de combustível para short squeeze, caso o preço retome níveis críticos entre US$ 87–89 mil.O recorde de volume na CME mostra que o investidor institucional segue muito ativo via derivativos, mesmo com saídas relevantes em ETFs.
3.3. ETFs de Bitcoin: o pior mês em fluxo, mas estoque ainda positivo
Os dados recentes apontam:
Saída líquida de cerca de US$ 903 milhões de ETFs spot de Bitcoin apenas em 20 de novembro.
Novembro já desponta como um dos piores meses em termos de fluxo líquido, com retiradas totais em torno de US$ 3,5 bilhões, embora o saldo acumulado desde o lançamento ainda some aproximadamente US$ 57 bilhões em entradas líquidas.
Conclusão:
Mesmo em um “pior mês” de fluxos, o estoque total dos ETFs permanece fortemente positivo.
O movimento parece muito mais uma rotação de portfólio e realização de lucro institucional do que um abandono estrutural da tese Bitcoin.
No curto prazo, a saída de ETFs reduz pressão de compra; no longo prazo, não inviabiliza o ciclo de alta.
4. On-chain: bear técnico, lucro, prejuízo e comportamento de holders
4.1. Bear market técnico e limiares de custo
Análises baseadas em dados on-chain indicam que o Bitcoin entrou em “território de bear market” técnico em novembro, após romper o limiar de 0,75 do cost-basis quantile, nível historicamente associado à transição de fases de alta estrutural para períodos de correção prolongada.
Isso se traduz em:
Proporção menor de moedas em lucro em relação ao total;
Necessidade de recuperação para patamares de preço onde cerca de 75% das moedas voltem a estar no azul, a fim de interromper a dinâmica típica de mercado de baixa.
4.2. SOPR e divergência positiva
A métrica SOPR (Spent Output Profit Ratio), que mede se as moedas transacionadas realizam lucro ou prejuízo em média, apresentou um padrão relevante entre 14 e 19 de novembro:
O preço fez uma nova mínima local;
O SOPR, porém, marcou uma mínima mais alta, configurando divergência positiva.
Interpretação:
A divergência sugere esgotamento gradual da pressão vendedora.
Ainda não é, por si só, gatilho de reversão, mas indica que as vendas a qualquer preço começam a perder força.
4.3. Holders de longo prazo vs. curto prazo
Os dados apontam que:
Holders de longo prazo reduziram o ritmo de venda, contribuindo para uma início de estabilização do mercado.
Porém, isso ainda não basta para inverter a tendência, sem a volta de uma demanda mais ampla, tanto de institucionais (ETFs, futuros) quanto de varejo, no mercado à vista.
Síntese on-chain:
O quadro continua sendo o de correção dentro de um ciclo maior de alta;
Vendedores de longo prazo menos agressivos;
O mercado precisa de novo gatilho de demanda para sair da zona de bear técnico.
5. DeFi, L2 e infraestrutura: correção de TVL com uso em alta
5.1. DeFi e TVL
O TVL de DeFi chegou novamente a mais de US$ 150 bilhões no início de novembro.
Nas últimas semanas, recuou para a faixa de US$ 130 bilhões, em uma das semanas mais difíceis para protocolos em meses.
Principais fatores:
Queda dos preços dos criptoativos usados como colateral;
Realização de lucros em estratégias de yield;
Impacto reputacional de novos incidentes de segurança, como um hack de US$ 128 milhões na Balancer, reforçando o risco estrutural de contratos inteligentes mesmo depois de múltiplas auditorias.
5.2. L2 e escalabilidade
O Total Value Secured (TVS) em soluções de segunda camada (L2) do ecossistema Ethereum está em torno de US$ 35 bilhões, alta de aproximadamente 15% em 12 meses.
A atividade diária combinada das L2s supera com folga a da própria camada 1 em número de operações, com fator de escala acima de 200 vezes em algumas métricas de transações ponderadas.
Leitura:
Mesmo com correção de TVL, o uso efetivo de L2s segue em trajetória de crescimento estrutural.
A narrativa de escalabilidade via rollups está consolidada como caminho dominante no ecossistema Ethereum.
5.3. Oráculos e infraestrutura crítica
Os oráculos de preço se consolidaram como infraestrutura central de risco sistêmico:
Chainlink protege cerca de US$ 48 bilhões em valor garantido.
Novos competidores, como RedStone, já passam de US$ 5 bilhões em valor protegido, indicando diversificação de fornecedores de dados.
Na prática, infraestrutura de dados on-chain deixou de ser detalhe técnico e passou a ser ponto crítico de segurança e governança do ecossistema DeFi.
6. Regulação, bancos e stablecoins: o eixo está em pagamentos e tokenização
6.1. Stablecoins corporativas e sistemas de pagamento
A gigante de pagamentos Klarna anunciou uma stablecoin lastreada em dólar, mirando diretamente o mercado de pagamentos digitais globais.
Análises do Federal Reserve de Nova York discutem a infraestrutura de pagamentos baseada em redes permissionless, destacando que o diferencial das stablecoins está em operar em redes abertas, globais e ponto-a-ponto, não apenas em imitar a moeda estatal em formato digital.
6.2. Hong Kong e Coreia do Sul na disputa regulatória
Hong Kong avança em pilotos de depósitos tokenizados, reforçando sua ambição de se tornar um polo global de tokenização de ativos financeiros.
A Coreia do Sul trabalha em legislação que permitirá que empresas de tecnologia, e não apenas bancos, emitam suas próprias stablecoins lastreadas no won.
6.3. Estados Unidos: clareza incremental
A SEC permitiu que uma empresa de energia ofertasse e vendesse um token de energia sem registro formal, interpretado como um passo em direção a mais clareza regulatória para criptoativos com função econômica específica.
O Office of the Comptroller of the Currency (OCC) emitiu carta interpretativa permitindo que bancos norte-americanos se engajem em mais atividades ligadas a cripto, ampliando o espaço para produtos bancários com infraestrutura cripto.
6.4. Experimentos estaduais com stablecoins
Autoridades em Wyoming ajudaram a estruturar uma stablecoin global com base estadual, exemplificando o nível de experimentação regulatória dentro dos Estados Unidos em torno de moedas estáveis e tokenização.
Resumo regulatório:
O eixo central hoje passa por:
Stablecoins e tokenização de depósitos, ativos e fluxos de pagamento;
Integração de bancos tradicionais com infraestrutura cripto;
Casos específicos de tokens com uso econômico claramente definido sendo aceitos por reguladores.
7. Narrativas setoriais e fluxos específicos
7.1. XRP e ETFs temáticos
ETFs spot de XRP lançados recentemente registraram cerca de US$ 164 milhões em entradas no primeiro dia, superando momentaneamente os fluxos em fundos de Bitcoin, Ethereum e Solana.
Isso reforça a leitura de que ETFs de altcoins “legitimadas” pelos reguladores podem capturar atenção e fluxo de varejo e institucional de nicho, mesmo em contexto de realização em Bitcoin.
7.2. Tesourarias corporativas pró-Bitcoin
A MicroStrategy, apesar de queda de aproximadamente 60% em suas ações em 2025, adicionou mais de 8.000 BTC ao balanço ao longo de novembro, mantendo sua estratégia agressiva de tesouraria focada em Bitcoin.
A empresa de infraestrutura de dados Hyperscale Data reportou tesouraria em Bitcoin de cerca de 382,9 BTC(mais de US$ 70 milhões), com caixa reservado para futuras compras.
Conclusão: a tese de Bitcoin como reserva de tesouraria corporativa continua viva, mesmo com volatilidade de curto prazo.
7.3. DeFi lending e risco sistêmico
O mercado de empréstimos em DeFi chegou a aproximadamente US$ 130 bilhões em valor travado, consolidando-se como um dos pilares do ecossistema – e, ao mesmo tempo, um dos principais focos de risco, dado o efeito cascata de liquidações e hacks.
8. Cenários para o Bitcoin: base, alta e baixa
8.1. Cenário base (próximas semanas)
Bitcoin oscilando entre US$ 80 mil e US$ 95 mil, consolidando o novo patamar após a correção;
Volatilidade elevada, com:
funding próximo de neutro,
open interest alto,
mantendo o risco de movimentos rápidos de short squeeze ou long squeeze.
ETFs podem continuar com fluxos moderadamente negativos, mas sem repetir o choque extremo visto em 20 de novembro.
8.2. Cenário altista
Gatilhos possíveis:
Retomada de entradas consistentes em ETFs spot por vários dias consecutivos;
Fed reforçando sinalização de cortes de juros mais cedo do que o esperado;
Recuperação de níveis de preço on-chain críticos, devolvendo mais de 75% das moedas à região de lucro.
Efeitos:
Bitcoin rompe e consolida acima de US$ 95–100 mil, acionando grandes estruturas de opções compradas acima de US$ 100 mil;
Short squeeze alimentado pelo alto open interest em derivativos.
8.3. Cenário baixista
Gatilhos:
Nova onda de fortes saídas em ETFs, na casa de bilhões de dólares em poucos dias;
Retomada de discurso mais duro do Fed, com mercado precificando juros altos por mais tempo;
Identificação de novos problemas estruturais em grandes players (exchanges, stablecoins sistêmicas ou grandes protocolos DeFi).
Efeitos:
Reteste da zona de US$ 80 mil, com risco de extensão para a faixa de US$ 70–75 mil, alinhado a projeções de modelos on-chain para uma queda mais profunda dentro deste bear market técnico.
Seção Brasil – 25 de novembro de 2025
O mercado financeiro brasileiro inicia a terça-feira em clima de cautela com viés de risco, após o Ibovespa fechar o dia anterior em alta de 0,33%, aos 155.278 pontos, acumulando +5,65% no mês, mas descolado de Wall Street. Setores cíclicos como construção e varejo puxam o índice, enquanto o ambiente político em Brasília e o risco fiscal elevado mantêm o chamado “prêmio de risco Brasil” em alta.
O dólar comercial abriu em leve queda de 0,11%, a R$ 5,39, sustentado por influxos estrangeiros e pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos, com payroll de setembro criando 119 mil vagas e desemprego em 4,4%, elevando a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual em dezembro para 80%. Projeções para o fim de 2025, porém, ainda apontam o dólar em torno de R$ 5,41, em um ambiente de DXY acima de 100.
A Selic se mantém em 15% ao ano, no nível mais alto em quase duas décadas, após o Banco Central sinalizar uma pausa prolongada pela terceira reunião consecutiva, com foco em trazer a inflação para a meta de 3%. O Boletim Focus revisou a inflação de 2025 para 4,55%, abaixo do teto de 4,5%, mas ainda acima do centro, com PIB projetado em 2,16%, desaceleração relevante frente aos 3,4% de 2024, impactado por juros altos, endividamento das famílias e ambiente externo adverso.
Elementos positivos:
Superávit comercial projetado em US$ 62 bilhões;
Investimento estrangeiro direto estável em torno de US$ 70 bilhões, ajudado por reformas em meios de pagamento e integração financeira (Pix, Open Finance).
Fragilidades:
A liquidação do Banco Master por crise de liquidez e violações graves expõe falhas regulatórias e risco sistêmico;
O TCU alerta para o risco de colapso do arcabouço fiscal, em meio a discussões de “bombas fiscais” via emendas e conflitos entre Executivo e Congresso.
No exterior, S&P 500 (+1,5%) e Nasdaq (+2,7%) avançam, enquanto o CDS Brasil sobe 15% no mês, e a dívida pública projetada em 79,6% do PIB até 2028 pressiona os yields. O real acumula valorização de 13% no ano, mas permanece vulnerável a choques, como a investigação Seção 301 dos EUA sobre comércio digital e desmatamento.
Cenário para 2025:
Crescimento moderado em 2,2%, com inflação por volta de 4,6%;
Possível upside via Drex (moeda digital em testes, com lançamento projetado para 2026) e um eventual acordo UE–Mercosul até 20 de dezembro, que poderia elevar as exportações em cerca de 10% (US$ 10 bilhões);
Riscos incluem tarifas de 50% sobre bens brasileiros (ainda que parcialmente revertidas) e incertezas ligadas às eleições de 2026.
Estratégia sugerida para o investidor local:
60% em renda fixa (títulos indexados à Selic);
30% em ações defensivas (utilities, bancos grandes);
10% em hedge cambial, de olho em eventos macro (PPI nos EUA, próximos Focus) e na necessidade urgente de ajuste fiscal antes do calendário eleitoral de 2026.
Seção Paraguai – 25 de novembro de 2025
O mercado financeiro paraguaio segue como uma ilha de estabilidade no Cone Sul, em contraste com a volatilidade de Argentina e Brasil. Sob supervisão do Banco Central do Paraguai (BCP) e da Superintendência de Valores (SIV), o país exibe:
PIB projetado para 2025 em 4,4%, revisado para cima a partir de 4,0%;
Inflação em torno de 4,0%, convergindo para a meta de 3,5% em 2026;
Taxa de política monetária em 6%, mantida na reunião de 21 de novembro.
O Indicador Mensal de Atividade Econômica (IMAEP) cresce 6,7% interanual em outubro, puxado por serviços (7,1%), manufatura e agricultura, enquanto o baixo endividamento público (~30% do PIB) e a disciplina fiscal permitem ao BCP priorizar o crescimento sem pressões cambiais exageradas.
Hoje, o câmbio guaraní–dólar permanece estável em torno de Gs. 7.100 por US$, com ligeira apreciação do guaraní após a redução de posições especulativas (de US$ 200 milhões para US$ 70 milhões). O crédito bancário cresce cerca de 20% ao ano, refletindo confiança no setor privado. No mercado de capitais, a Bolsa de Valores de Asunción (BVA)já movimentou cerca de US$ 7 bilhões até outubro, alta de 25% em relação a 2024, enquanto a CAVAPY custodia algo próximo de US$ 800 milhões em ativos, um salto de 77%.
A nova Lei nº 7.572/2025 expande a supervisão do BCP e da SIV, permite emissões por não residentes e cria o Registro Único do Mercado de Valores, além da adoção do sistema Montrand para custódia digital de títulos e da migração da BVA para uma plataforma Nasdaq, modernizando a infraestrutura e alinhando o país a padrões internacionais (IOSCO/OCDE).
No sistema bancário:
O crédito cresce 20%, com inflação em 4% e expansão de 16% em setores-chave;
A atualização do Regulamento de Transparência melhora a proteção do consumidor e a inclusão financeira;
O BCP reforça a integridade do sistema ao retirar licenças de players descumpridores e conquista prêmio internacional de “Payments and Market Infrastructure Development 2025” por sua liderança em pagamentos digitais (SPI e Lei de Pagos Nacionales).
Fortalezas estruturais:
Mora bancária baixa (<3%);
Energia elétrica abundante e barata, especialmente de Itaipu, com custo estimado em cerca de 10% do padrão global;
Imposto corporativo de 10%, posicionando o Paraguai como hub competitivo para agro, manufatura, data centers e operações intensivas em energia.
Riscos:
Dependência elevada do setor agro (~40% das exportações), sensível a clima e preços de commodities;
Informalidade elevada (~45% da economia) e bancarização limitada (por volta de 50% da população).
Perspectivas para o fim de 2025:
PIB do primeiro semestre cresceu 5,9% interanual, com exportações de carne superando US$ 1 bilhão;
O mercado de valores pode fechar o ano com +30% em volumes negociados, impulsionado pela digitalização (interconexão SIPAP–SEN) e pela entrada de capital estrangeiro;
O foco regulatório permanece em fortalecer o combate à lavagem de dinheiro na tríplice fronteira e consolidar o país como “estrela financeira do Cone Sul”, oferecendo yields entre 6% e 8% com risco soberano relativamente baixo.
Recomendação de alocação:
Priorização de bonos verdes e ativos ligados a energia e agro, via BVA e veículos estruturados pela CAVAPY;
Diversificação em ativos dolarizados para mitigar riscos externos, mantendo exposição principal à história de crescimento e estabilidade do Paraguai.
Conclusão
O quadro global de hoje é de mercado cripto em correção técnica, mas sustentado por fundamentos de longo prazo, enquanto:
o Bitcoin equilibra alta alavancagem em derivativos, saída líquida de ETFs e sinais de esgotamento da pressão vendedora;
o Brasil convive com juros reais muito elevados, risco fiscal crescente e um prêmio de risco que mantém o Ibovespa descolado de Wall Street;
o Paraguai consolida sua imagem de economia estável, com crescimento robusto, inflação controlada, mercado de capitais em expansão e ambiente fiscal competitivo.
Para o investidor que pensa em soberania financeira, o recado é claro:
entender a dinâmica macro, as estruturas de derivativos e a qualidade das jurisdições é tão importante quanto olhar apenas o gráfico do Bitcoin.
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