DIÁRIO CRYPTO — 22 DE OUTUBRO DE 2025
O Colapso do Ouro e a Rotação Silenciosa para o Bitcoin: O Início de um Novo Ciclo?
🌎 Panorama Global
O mercado financeiro global foi sacudido nesta terça-feira por um evento histórico: o ouro registrou sua maior queda diária em quatro anos, despencando 5,2% em apenas oito horas — o equivalente a 55% de toda a capitalização do mercado cripto. A magnitude desse movimento expôs o esgotamento da tendência de alta do metal, que vinha de meses de força parabólica. O ouro chegou a operar 33% acima de sua média móvel de 200 dias, um patamar alcançado apenas uma vez em 25 anos, e atingiu o nível de extensão de Fibonacci 3.618 antes da reversão.
A leitura técnica e o contexto macroeconômico indicam que esse colapso pode marcar uma mudança estrutural de fluxos: investidores institucionais estão migrando silenciosamente do ouro para o Bitcoin, em busca de um novo “porto seguro” em meio à incerteza fiscal e geopolítica global.
O pano de fundo é a escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China. O presidente Donald Trump anunciou tarifas de 155% sobre todas as importações chinesas a partir de 1º de novembro, reacendendo temores de uma guerra comercial ampliada e suspendendo temporariamente sua reunião com Xi Jinping. O mercado reagiu com uma volatilidade típica do chamado “Taco Trade” — expressão cunhada em 2018 para descrever o ciclo de pânico e reversão causado pelas declarações abruptas de Trump.
💥 Bitcoin Reage: Alta, Queda e a Mão Invisível dos “Whales”
Com o colapso do ouro, o Bitcoin inicialmente disparou: ordens spot impulsionaram o movimento à medida que o capital se deslocava dos metais para os criptoativos. No entanto, a liquidez limitada dos books aumentou o impacto das ordens. A profundidade de mercado da Binance caiu de US$ 10 milhões no segundo trimestre para US$ 8 milhões em outubro, enquanto os formadores de mercado ainda absorvem prejuízos do crash anterior.
Grande parte da pressão compradora veio da OKX, onde houve acúmulo agressivo de BTC durante a queda do ouro. Porém, a euforia durou pouco: o anúncio das tarifas de Trump provocou um movimento abrupto de reversão, transformando o rali em correção. Investigações de traders identificaram a atuação de um grande investidor conhecido como o “Trump Insider Whale”, que abriu uma posição vendida alavancada minutos após o anúncio presidencial. O comportamento desse endereço, seguido por copy traders, vem amplificando oscilações e intensificando a volatilidade.
📊 Interpretação Macro: Ouro Cede, Bitcoin Assume
O rácio SPX/Ouro encontra-se em um ponto crítico de suporte. Se mantido, indicará uma retomada do apetite por risco — o que pode beneficiar diretamente o mercado cripto.
O padrão histórico mostra que as corridas parabólicas do Bitcoin frequentemente começam após a exaustão do ouro. A atual combinação de fraqueza no metal e busca por liquidez alternativa reforça o argumento de que o Bitcoin pode estar assumindo o papel de “hard money” global.
Contudo, o alerta permanece: a liquidez está frágil, e o humor do mercado depende cada vez mais da retórica da Casa Branca. Um único tweet ou declaração pode inverter o fluxo de capital em questão de minutos.
Ainda assim, há analistas que acreditam que o ciclo pode ser prolongado em até um ano, sustentado por liquidez global e rolagem de dívidas soberanas, conforme a tese de Raoul Pal.
🧬 Criptoativos: Como Identificar os “Mortos-Vivos” do Mercado
Enquanto o Bitcoin mostra força relativa, o mercado de altcoins enfrenta um teste de sobrevivência. O relatório “How Do We Spot Dead Altcoins?” propõe critérios objetivos para identificar projetos fadados ao colapso:
Velhos sem usuários: tokens antigos com atividade estagnada estão mortos — o tempo de inovação é curto.
Tendência de baixa contra o BTC: moedas que perdem valor em relação ao Bitcoin em múltiplos ciclos indicam fraqueza estrutural.
Equipes desaparecidas: projetos com GitHubs inativos e fundadores ausentes estão condenados.
Tokenomics inflacionária: desbloqueios excessivos e emissões sem demanda corroem o preço.
Liquidez falsa: volumes inflados por market makers mascaram fragilidade.
A analogia com a bolha “dot-com” é clara: apenas uma minoria sobreviverá, assim como Amazon, Google e PayPal no início dos anos 2000. A maioria dos tokens, sem fundamentos ou ecossistema ativo, tende a desaparecer.
📈 Conclusão
O estouro da bolha do ouro pode representar a transição definitiva de um ciclo financeiro global baseado em metais para um novo paradigma digital. O movimento de rotação em direção ao Bitcoin ocorre em meio a incertezas geopolíticas e macroeconômicas, mas também reflete uma mudança geracional na percepção de valor e escassez.
Com a volatilidade em alta e as altcoins perdendo espaço, o foco do investidor informado deve ser liquidez, fundamentos e resiliência.
O ciclo pode ainda ter fôlego, mas os sinais são claros: o mundo está começando a trocar barras por blocos.
🇧🇷 Brasil
O mercado financeiro brasileiro encerrou o dia 22 de outubro com leve alta e tom de cautela. O Ibovespa subiu 0,37%, aos 144.619 pontos, enquanto o dólar à vista manteve-se estável a R$ 5,3880.
O governo busca alternativas para recompor receitas após a queda da MP 1.303, enviando ao Congresso dois novos projetos de lei — um focado em contenção de gastos e outro em aumento de arrecadação. A incerteza fiscal segue como principal fator de risco.
No campo corporativo, a WEG abriu a temporada de balanços, e o destaque negativo ficou para a Ambipar, que entrou com pedido de recuperação judicial, derrubando suas ações em quase 30%.
A renda fixa segue como refúgio preferido dos investidores, com recorde de captação e Selic a 15%.
🇵🇾 Paraguai
O BID Invest anunciou um investimento de US$ 1 bilhão no setor privado paraguaio nos próximos 18 meses, reforçando a imagem do país como destino atrativo para capital internacional.
O Banco Central do Paraguai divulgou estabilidade cambial, com o dólar cotado a 7.091 guaranis, e previsão de inflação controlada em torno de 4% e PIB crescendo 4,4% neste ano.
A expansão de operações da Hive Digital, que planeja um data center de 100 MW em Yguazú para mineração de Bitcoin, consolida o Paraguai como hub cripto da América Latina, impulsionado por energia limpa e impostos baixos.
🚀 Conclusão Final
A quebra do ouro é simbólica: o ativo que por séculos representou valor e estabilidade agora cede espaço para o Bitcoin, a nova reserva digital de confiança global.
Enquanto o Brasil tenta equilibrar suas contas e o Paraguai atrai capital estrangeiro, o centro gravitacional do dinheiro está mudando — do físico para o digital, do controle para a liberdade.
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