Diário Crypto — 22 de dezembro de 2025
Liquidez Fina, Mercado em Espera e Institucionais no Radar
O mercado cripto inicia a semana curta de Natal em modo de observação, com preços lateralizados, liquidez reduzida e forte influência do posicionamento em derivativos. Bitcoin e Ethereum seguem presos em faixas técnicas relevantes, enquanto investidores aguardam sinais mais claros de fluxo institucional e definição do cenário macro para o início de 2026.
O pano de fundo é típico de fim de ano: menor volume, ajustes de posições e maior sensibilidade a movimentos pontuais. Nesse ambiente, o comportamento do mercado é menos guiado por narrativas estruturais e mais por gestão de risco, vencimento de opções e desalavancagem seletiva.
Mercado Cripto Global
O Bitcoin opera próximo da região dos US$ 90 mil, consolidando após semanas de forte volatilidade. Não há, neste momento, evidência de rompimento sustentável, nem para cima nem para baixo. A dinâmica predominante é de range, com movimentos intradiários mais “ruidosos” do que direcionais.
O Ethereum, por sua vez, sustenta-se acima dos US$ 3 mil, mostrando relativa resiliência, mas também sem catalisadores claros para aceleração. A performance do ETH reflete mais ajustes técnicos e rolagem de posições do que entrada líquida de novo capital.
Do ponto de vista estrutural, o mercado permanece saudável, porém dependente de fluxo marginal. Em outras palavras: sem uma retomada consistente de compras institucionais ou melhora significativa no ambiente macro, o curto prazo tende a ser dominado por derivativos.
Derivativos e Opções: o Motor do Curto Prazo
O destaque do dia segue sendo o mercado de derivativos, especialmente por conta do vencimento relevante de contratos de opções no fim do ano. Esse tipo de evento costuma provocar:
Rebalanceamento de carteiras;
Rolagem ou encerramento de posições alavancadas;
Movimentos técnicos induzidos por hedge de dealers.
As taxas de financiamento permanecem relativamente equilibradas, sem sinais claros de euforia ou pânico. Isso sugere que o mercado está menos direcional e mais focado em preservar capital até que 2026 traga maior clareza.
Em ambientes como este, rompimentos sem volume tendem a falhar. Movimentos mais fortes exigirão confirmação por fluxo real, não apenas squeezes técnicos.
Fluxo Institucional: ETFs em Modo Defensivo
Os ETFs de Bitcoin e Ethereum mostram um comportamento típico de dezembro: oscilações e saídas pontuais, sem uma tendência clara de acumulação. Isso reforça a leitura de que gestores institucionais estão em compasso de espera, ajustando exposição antes do fechamento do ano fiscal.
Sem entrada líquida consistente via canais regulados, o mercado cripto fica mais vulnerável a movimentos de curto prazo induzidos por alavancagem. A retomada de fluxo institucional será decisiva para qualquer tentativa de rompimento sustentável no início de 2026.
Rede e Uso Econômico
No lado operacional, não há sinais de estresse nas principais redes. As taxas do Bitcoin seguem comportadas, indicando ausência de congestionamento e de picos anormais de demanda on-chain. Esse dado reforça a leitura de um mercado calmo do ponto de vista estrutural, ainda que tecnicamente sensível.
No ecossistema DeFi, os níveis de liquidez permanecem estáveis, com grandes protocolos de lending e stablecoins funcionando como “estacionamento” de capital. Não há, por ora, indícios de retirada em massa nem de expansão agressiva de risco.
Cenário Macro Global
O ambiente macro internacional segue relativamente neutro. O dólar e os juros longos dos Estados Unidos não apresentam movimentos abruptos, o que reduz a pressão imediata sobre ativos de risco. Ainda assim, a combinação de liquidez sazonalmente baixa e expectativa por dados relevantes no início do ano mantém investidores defensivos.
Para o mercado cripto, isso se traduz em paciência. A definição de tendência dependerá da interação entre política monetária, fluxo institucional e comportamento do dólar nos primeiros meses de 2026.
Seção Brasil
O mercado financeiro brasileiro em 22 de dezembro de 2025 reflete um cenário de otimismo cauteloso. O principal destaque do dia foi a divulgação do Boletim Focus, que mostrou melhora gradual nas expectativas econômicas.
A projeção de inflação para 2025 caiu pela sexta semana consecutiva, atingindo 4,33%, aproximando-se do teto da meta. O crescimento do PIB foi revisado levemente para cima, chegando a 2,26%, sinalizando resiliência da atividade econômica, especialmente nos setores de serviços e consumo.
A taxa Selic permanece projetada em 15% ao final de 2025, reforçando a postura firme do Banco Central no combate à inflação. Para 2026, a expectativa de juros segue elevada, o que indica que o ciclo de cortes, quando ocorrer, deverá ser gradual.
No mercado de capitais, o Ibovespa opera com leve volatilidade, pressionado pela alta dos juros futuros e por incertezas relacionadas ao cenário político de 2026. O dólar oscila próximo de R$ 5,53, enquanto o fluxo estrangeiro segue positivo em dezembro, ajudando a sustentar o desempenho anual da bolsa.
Em síntese, o Brasil encerra 2025 com fundamentos melhores do que o esperado no início do ano, mas entra em 2026 ainda sob o desafio de equilibrar crescimento, controle inflacionário e ruído político.
Seção Paraguai
No Paraguai, o mercado financeiro vive um período de calma típica de fim de ano, mas sustentado por fundamentos sólidos. Não há eventos disruptivos registrados hoje, porém o contexto geral segue extremamente positivo.
O grande marco recente é a consolidação do grau de investimento, que posiciona o país entre as economias mais estáveis da América Latina. O guarani mantém trajetória de força frente ao dólar, reflexo de exportações robustas, entrada de capital e disciplina macroeconômica.
A economia paraguaia deve fechar 2025 com crescimento expressivo, impulsionado por serviços, agroindústria, energia e recuperação da atividade produtiva. O sistema bancário segue saudável, com crescimento consistente do crédito e baixos níveis de inadimplência.
Embora o mercado de capitais ainda seja relativamente pequeno e com liquidez limitada, avanços regulatórios e maior participação de investidores institucionais vêm fortalecendo a atratividade do país. Para 2026, a expectativa é de continuidade do crescimento, com riscos concentrados principalmente em fatores externos e climáticos.
Conclusão
O mercado cripto fecha o dia em modo de espera, com preços estáveis, liquidez reduzida e atenção total aos derivativos e ao fluxo institucional. Brasil e Paraguai, cada um à sua maneira, encerram 2025 com fundamentos mais sólidos do que o esperado meses atrás, mas ambos entram em 2026 sob o desafio de navegar juros elevados, ambiente político sensível e mudanças no cenário global.
A próxima perna direcional do mercado dependerá menos de narrativa e mais de fluxo real, disciplina monetária e confiança institucional.
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