DIÁRIO CRYPTO — 21 de Novembro de 2025
Venda Programada, Liquidez Frágil e ETFs no Vermelho: O Dia em que o Mercado Derreteu
Visão Geral
O mercado cripto enfrentou uma das quedas mais coordenadas e mecanizadas deste ciclo. Não foi um crash caótico como os episódios de 2020 ou 2022 — foi um desmonte controlado, impulsionado por fatores macroeconômicos, liquidez frágil, pressão vendedora sistemática e um risco estrutural que emergiu tardiamente no radar da maioria dos investidores.
Bitcoin replicou quase milimetricamente os padrões de correção anteriores do ciclo, alcançando níveis de sobrevenda que só haviam sido vistos nos piores momentos dos últimos dois anos.
Enquanto isso, parte relevante dos ETFs spot de Bitcoin entrou na zona negativa, eliminando temporariamente a narrativa de “estabilidade institucional”. E, à medida que grandes detentores redistribuíram posições e fluxos passivos sofreram, o sell-off ganhou tração.
1. O Desmonte: Por que o Mercado Despencou?
O movimento de ontem foi caracterizado como um “global unwind”: ações despencaram, cripto entrou em modo de liquidação e todos os ativos de risco recuaram simultaneamente. O padrão chamou atenção porque:
Toda tentativa de alta foi vendida na sequência.
Os grandes buywalls que vinham sustentando o mercado desapareceram.
O comportamento indicou venda programática em um ambiente de liquidez afunilada.
Bitcoin acompanhou fielmente todas as grandes retrações do ciclo atual e alcançou sua condição técnica mais frágil em mais de dois anos.
2. Capitulação: Liquidations e ETFs Sob Pressão
Segundo dados analisados, os momentos comparáveis anteriores foram:
Crash da Covid
Colapso FTX/Luna/3AC
E agora: a sessão de ontem
Com US$ 1,9 bilhão em liquidações, o mercado revisitou níveis típicos de capitulação.
E não foi apenas o varejo:
Os ETFs spot de Bitcoin agora estão, em média, no prejuízo.
Isso rompeu a percepção de que o dinheiro institucional seguraria a volatilidade do ciclo.
O suporte psicológico dos ETFs foi testado — e falhou.
3. Os 3 Catalisadores que Deflagraram o Movimento
(1) O Emprego Americano Mudou Tudo
O mercado apostava quase 100% em corte de juros pelo Fed em dezembro.
Mas o relatório de empregos trouxe:
+119 mil vagas
Desemprego subindo para 4,4%
Indica alívio, mas não fraqueza suficiente para obrigar cortes imediatos.
Resultado:
A probabilidade de corte caiu para 43%, desmontando apostas alavancadas e pressionando ativos de risco.
(2) ETFs e Baleias Venderam de Forma Constante
Os emissores de ETFs vêm reduzindo posições regularmente, adicionando peso ao mercado.
Além disso:
Um holder OG movimentou 11.000 BTC para exchanges em três semanas.
A atividade de baleias indica saídas médias de 26.000 BTC por dia em novembro.
O veterano Owen Gunden desmontou uma posição de US$ 1,3 bilhão desde outubro.
Nada disso pareceu pânico. Foi distribuição disciplinada e constante, anulando tentativas de recuperação.
(3) Risco envolvendo MSTR ganhou tração
Mais de 50% dos ativos da Strategy (MSTR) são digitais. Isso abre espaço para:
Exclusão da MSCI USA
Exclusão da Nasdaq 100
Estimativa de possíveis saídas forçadas:
US$ 2,8 bilhões apenas da MSCI
Até US$ 8,8 bilhões se outros índices seguirem a regra
A regra existe desde 10 de outubro, mas só se tornou viral após um relatório recente do JPMorgan.
A coincidência temporal com semanas de venda programada é motivo de debate entre traders.
4. Liquidez Frágil no Pregão Americano
Nos últimos oito pregões dos EUA:
cinco registraram quedas superiores a 3%.
O período de negociação americano continua sendo o mais fraco do mercado global, amplificando qualquer gatilho macro.
5. Sentimento e Interpretação Final
O mercado está rachando.
As leituras de sobrevenda atingiram níveis vistos apenas em eventos de capitulação profunda.
O comportamento estrutural do ciclo permanece intacto.
O ponto principal:
Cash é uma posição. Não operar também é operar.
Estamos em um ambiente onde o mercado precisa encontrar exaustão vendedora para depois permitir uma retomada consistente.
6. Altcoins: As que Romperam e as que Resistiram
Mesmo em meio ao derretimento, algumas moedas se destacaram:
Zcash (ZEC)
Uma das poucas a manter estrutura e tendência.
Narrativa de privacidade ganha força com o Bitcoin mais “institucionalizado”.
Indícios de migração de holders antigos de BTC para ZEC.
Hyperliquid (HYPE)
Perdeu suporte crítico.
Momentum fraco.
Risco elevado de continuidade na queda caso compradores não reflitam força rapidamente.
Pump.Fun (PUMP)
Retestou os níveis de julho.
Ponto técnico decisivo: ou reage, ou entra em capitulação mais profunda.
O momento não é de “caçar reversão”, e sim mapear suportes, observar quem resiste e identificar lideranças da próxima fase.
SEÇÃO BRASIL — 21 de Novembro de 2025
Hoje, o mercado brasileiro reabre após o feriado com uma combinação de alívio diplomático e pressão externa.
1. EUA Revogam Tarifas de até 40% Sobre Produtos Brasileiros
A decisão do governo Trump remove sobretaxas sobre mais de 200 itens brasileiros, retroativa a 13 de novembro.
Impactos positivos:
Alívio para exportadores
Potencial melhoria no câmbio no médio prazo
Forte vitória para o governo Lula no campo externo
2. Aversão Global ao Risco Domina a Abertura
Wall Street perdeu US$ 2,7 trilhões no dia anterior, influenciando:
Ibovespa para 154.800 - 155.000 pontos (-0,7% a -1%)
Dólar para R$ 5,35 - R$ 5,37
3. Curto Prazo Fraco, Médio Prazo Promissor
Apesar da boa notícia comercial, a combinação de:
juros altos nos EUA,
payroll atrasado,
atas do Fed cautelosas
mantém a pressão sobre emergentes.
A retirada das tarifas, porém, tende a beneficiar:
agro,
petróleo,
papel e celulose,
Embraer.
SEÇÃO PARAGUAI — 21 de Novembro de 2025
O Paraguai mantém estabilidade e trajetória de crescimento robusto, sem eventos disruptivos no dia.
1. Economia Forte e Acelerando
Segundo o ministro Carlos Fernández Valdovinos:
Crescimento projetado acima de 4–5%
Crédito bancário crescendo 20%
Inflação em torno de 4%
Liquidez ampla
2. Nova Lei do Mercado de Valores em Implementação
A Lei 7572/2025 moderniza completamente o mercado:
Mais proteção ao investidor
Novos produtos financeiros
Transparência e convergência a padrões internacionais
A Bolsa de Valores de Assunção vive momento de transformação.
3. Estabilidade Cambial
O guaraní permanece firme:
7.800–7.900 por dólar
Ganho de ~10% no ano
Forte respaldo das reservas internacionais
4. Perspectivas
Entrada no índice GBI-EM da JP Morgan em 2026
Crescimento de 5.9% no 1º semestre
Inflação convergindo
Espaço fiscal confortável (dívida/PIB ~40%)
O Paraguai segue sendo um dos mercados mais estáveis e previsíveis da América Latina.
Conclusão Geral do Mercado Cripto
O movimento de ontem não foi aleatório. Ele reflete:
estresse macro,
liquidez reduzida,
venda disciplinada de instituições,
ETFs pressionados,
um risco estrutural emergente envolvendo índices americanos.
Ainda assim, a estrutura do ciclo permanece intacta, e níveis de sobrevenda históricos já sinalizaram fortes recuperações no passado.
Este é o momento de observar, estudar zonas de reação e identificar líderes da próxima pernada de alta.
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