📊 Diário Crypto – 21 de Agosto de 2025
Geopolítica no brasil gera alta volatilidade para a bolsa
🌐 Panorama Global – WLFI e o Futuro dos Stablecoins
Os stablecoins estão no centro do debate cripto e macroeconômico. O Federal Reserve já os cita em atas de política monetária, e até o presidente dos EUA está ligado a uma iniciativa DeFi voltada para stablecoins.
Esse protagonismo tem explicação: em meio à queda na demanda por Treasuries de 10 e 30 anos, stablecoins emergem como compradores relevantes da dívida americana. A Tether, por exemplo, já ocupa a 18ª posição mundial entre os maiores detentores de Treasuries, superando países como Alemanha e Emirados Árabes.
É nesse cenário que surge a World Liberty Financial (WLFI), se posicionando como o próximo grande player regulado do setor.
🏛️ O que é a WLFI?
A World Liberty Financial (WLFI) opera sobre o Aave V3, integrando empréstimos, swaps, pagamentos e, sobretudo, sua stablecoin USD1.
O diferencial da USD1 é sua conexão direta com Washington:
Totalmente respaldada por Treasuries de curto prazo.
Sujeita a atestados mensais de auditoria, em conformidade com o Genius Act.
Reconhecida como o primeiro stablecoin regulado e apoiado politicamente (“Trump-backed stablecoin”).
Atualmente, a USD1 já ocupa o 6º lugar entre os maiores stablecoins, com market cap próximo a US$ 2,4 bilhões.
⚠️ Diferente de Tether ou USDC, a USD1 não possui reservas excedentes, o que aumenta sua vulnerabilidade em cenários de stress. Ainda assim, sua posição regulatória sólida pode representar vantagem frente a concorrentes.
💰 Token WLFI
O token WLFI funciona como ativo de governança da plataforma.
Rodadas iniciais: US$ 0,015 → US$ 0,05.
Hoje: negociado em torno de US$ 0,34, mais de 10x de valorização desde a inauguração.
Early investors acumulam cerca de US$ 7 bilhões em ganhos não realizados, o que pode gerar forte pressão vendedora quando a liquidez aumentar.
Formas de exposição:
Compra direta de WLFI (por enquanto em mercados nichados como Whale Market, com exigência de colaterais e confirmação do vendedor).
Via Aave (AAVE), já que o protocolo receberá 20% das taxas e 7% do supply da WLFI. Esse repasse pode alcançar bilhões em valor.
📈 USDT.Dominance – O Termômetro do Mercado
O USDT Dominance (USDT.D) mede a proporção do market cap cripto que permanece em Tether versus alocada em ativos de risco (BTC, ETH, alts).
📌 Histórico:
Cada vez que o USDT.D toca a “zona vermelha”, o BTC marca topos relevantes ou até all-time highs.
Atualmente, a dominância está ligeiramente acima desse patamar crítico.
Cenários:
Se cair abaixo de 4,60% → sinal de risk-on, com rotação de capital para cripto e possível novo topo do Bitcoin em 2025 Q4.
Se subir acima de 4,60% → retorno ao risk-off, capital volta a stablecoins e pode desencadear uma correção.
Conclusão: o mercado está num ponto binário decisivo.
🇧🇷 Sessão Brasil – Geopolítica, Bolsa e Cripto
Em 21 de agosto de 2025, o mercado brasileiro opera em clima de cautela:
Ibovespa abre em leve alta de 0,17%, aos 134.667 pontos, puxado por recuperação parcial de bancos e Petrobras.
Dólar avança para R$ 5,50, refletindo tanto o impasse diplomático com os EUA quanto a expectativa pelo simpósio de Jackson Hole.
Geopolítica:
As tensões com o governo Trump escalaram após a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, interpretada como retaliação política.
A decisão de Flávio Dino no STF, proibindo que bancos cumpram sanções externas sem validação brasileira, criou um dilema jurídico:
Bancos ficam entre obedecer aos EUA (risco de punições locais) ou ao STF (risco de sanções internacionais).
O choque regulatório levou a perdas de R$ 41 bilhões em valor de mercado de Itaú, Bradesco, BB, Santander e BTG.
Comércio exterior:
O tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras (café, frango, aviação) gera preocupação.
Projeções indicam queda de 2% nas exportações de frango, enquanto a China libera 183 exportadores de cafépara compensar.
Indicadores econômicos:
Focus: IPCA revisto para 4,95% em 2025, Selic mantida em 15%, PIB projetado em 2,21%.
Fundos de cripto registram saídas de US$ 1,9 bilhão.
Aluguel de ações na B3 cresce 42% no semestre, impulsionado por investidores pessoa física.
Corporativo:
Banco do Brasil mantém payout em 30%, mas suspende dividendos antecipados no 3T.
MRV acumula 36% de valorização em 2025.
Setor de combustíveis projeta +1,9% em demanda 2025–2026.
📌 Resumo Brasil: A conjunção entre geopolítica e bolsa gera alta volatilidade, fuga de capital estrangeiro e insegurança jurídica. No médio prazo, a abertura de mercados alternativos e a possível queda dos juros globais podem mitigar parte dos riscos.
🔎 Conclusão
Global: WLFI se consolida como o projeto mais politicamente conectado no mercado de stablecoins, trazendo oportunidades e riscos que podem redefinir o espaço.
Mercado: O USDT.D está em ponto decisivo — queda pode significar novos topos históricos, alta pode antecipar correções.
Brasil: Entre crises diplomáticas e impactos econômicos, o país enfrenta forte volatilidade, mas busca alternativas comerciais para reduzir os danos.



