Diário Crypto — 19 de Setembro de 2025
O mercado global de criptoativos encontra-se em equilíbrio delicado
Panorama Global
O bitcoin amanhece na região de US$ 116,9 mil, em meio a um ambiente dominado pela decisão do Federal Reserve de cortar os juros em 25 pontos-base, levando a faixa para 4,00–4,25%. O movimento foi classificado como um “corte hawkish”: sinaliza alívio de liquidez, mas sem pressa para novas reduções. Esse tom moderado trouxe suporte aos mercados, ainda que o risco de correções técnicas permaneça no curto prazo.
No campo regulatório, a SEC aprovou padrões genéricos para listagens de ETFs cripto, simplificando processos e acelerando aprovações em bolsas como Nasdaq, Cboe e NYSE Arca. A medida abre espaço para produtos temáticos e multiativos, potencialmente ampliando a base de investidores no último trimestre do ano. Hoje, ETFs de Dogecoin e XRPiniciam negociação, ainda com fluxo modesto.
Estrutura de Mercado
Ações e Altcoins: Semana positiva, mas o dia indica respiro. Algumas altcoins exibem sinais de euforia pontual (“froth”), enquanto o bitcoin testa zonas de suporte.
Derivativos: O open interest em opções atingiu 500 mil BTC antes do vencimento de 26 de setembro. Manter a faixa de US$ 115,2 mil é visto como crucial; perda desse nível pode abrir caminho para US$ 105,5 mil.
On-chain: Cerca de 95% da oferta de BTC está em lucro após o rali pós-FOMC. Esse dado indica maturidade, mas também maior sensibilidade a realizações de ganhos. O nível de 115,2 mil é considerado a “linha na areia”.
Ethereum: O custo de transação (gas) está em patamares extremamente baixos, variando entre 0,21 e 0,30 gwei, refletindo menor pressão na camada 1. Nas soluções de segunda camada, o valor total assegurado chega a US$ 47,5 bilhões, com destaque para a Base, que concentra cerca de US$ 16 bilhões.
Fluxos Institucionais
Os ETFs de bitcoin nos EUA registraram na quarta-feira (17) a primeira saída líquida em mais de uma semana, totalizando US$ 51,3 milhões negativos. Ontem (18), os fluxos divergiram entre emissores, mostrando que o apetite persiste, mas de forma seletiva. A expectativa é que a nova regra da SEC acelere o pipeline de produtos ainda neste trimestre.
DeFi e L2s
O TVL do DeFi alcança US$ 163 bilhões, com alguns painéis apontando pico de US$ 170 bilhões na véspera. As stablecoins somam cerca de US$ 291 bilhões.
As L2s do Ethereum apresentam forte crescimento anual de 56%, impulsionadas pela expectativa do upgrade Fusaka, marcado para 3 de dezembro, que promete multiplicar por oito a capacidade útil das redes.
Catalisadores e Agenda
26 de setembro: vencimento de opções de BTC com potencial de travar o preço nas zonas de maior interesse aberto.
Setembro: desbloqueios relevantes de tokens como SUI, ENA, APT, ARB e ZRO, que podem gerar oscilações setoriais.
Próximas semanas: monitorar novos ETFs, especialmente os temáticos e multiativos, que devem ampliar a diversificação.
Cenário de Curto Prazo
O viés do mercado segue construtivo, mas tático. O corte do Fed e o avanço regulatório criam vento de cauda, mas o mix de saídas pontuais em ETFs e o elevado interesse em opções sugerem um período de volatilidade até o vencimento do fim do mês. O suporte crítico em US$ 115,2 mil será determinante para manter a narrativa de alta.
Seção Brasil — 19 de Setembro de 2025
O mercado financeiro brasileiro opera sob uma dinâmica de estabilidade relativa, mas com riscos evidentes. O Ibovespase mantém entre os melhores desempenhos globais em 2025, mesmo diante de saídas de fundos multimercados e de ações. Investidores apontam um contraste: a Bolsa em máximas, mas com a indústria encolhendo mais de R$ 1 trilhãonos últimos três anos.
No câmbio, o dólar ronda os R$ 5,00, sustentado por dados de emprego nos EUA e expectativas sobre negociações comerciais entre Trump e Xi Jinping. No front doméstico, a Selic permanece em 15%, ancorando os juros futuros, mas provocando debates sobre a independência do Banco Central e os efeitos da política monetária sobre o crescimento.
Entre os indicadores, o IGP-M registrou alta de 0,26% na prévia de setembro, sinalizando pressões moderadas. O agronegócio sofre com inadimplência em bancos públicos, enquanto setores exportadores aguardam medidas para compensar os efeitos de tarifas externas. O Brasil avalia se tornar investidor no Fundo de Florestas, que pode gerar até R$ 7 bilhões em receitas verdes.
Do ponto de vista político, discussões sobre anistia aos eventos de 8 de janeiro e o avanço de inquéritos no STF adicionam volatilidade ao cenário eleitoral de 2026. Analistas destacam que cortes na Selic a partir de 2026 podem destravar valor na Bolsa, mas o ambiente atual ainda privilegia o rentismo.
Conclusão
O mercado global de criptoativos encontra-se em equilíbrio delicado: há sinais de maturidade institucional e avanços regulatórios, mas a pressão de curto prazo exige cautela. No Brasil, a combinação de juros altos, câmbio pressionado e debates políticos aponta para um último trimestre de volatilidade, mas também de oportunidades para quem souber posicionar-se estrategicamente.
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