DIÁRIO CRYPTO — 19 DE NOVEMBRO DE 2025
Mercado à Beira do Estresse: IA, Japão e o Fed Ameaçam a Próxima Perna do Ciclo Cripto
Visão Geral do Mercado Cripto
O clima no mercado de criptoativos tornou-se notavelmente pesado. O Bitcoin opera próximo aos seus níveis mais baixos recentes, consolidando após um recuo que já se aproxima do maior drawdown deste ciclo de alta. A ausência de força compradora está diretamente ligada ao ambiente macro, que combina múltiplos vetores de risco simultâneos.
Do outro lado, os mercados tradicionais enfrentam o pior novembro desde 2008 para o S&P 500, com o Nasdaq seguindo a mesma tendência. Com isso, ativos de risco — incluindo o ecossistema cripto — ficam sem direção até que algum desses pontos de fragilidade se resolva.
Os investidores concentram suas atenções em dois gatilhos do dia:
Resultado trimestral da Nvidia,
Minuta da última reunião do Federal Reserve.
Ambos representam, no momento, os fatores mais sensíveis para a precificação de risco global.
Os Três Grandes Riscos que Podem “Quebrar” o Mercado Cripto
1. A bolha de crédito da Inteligência Artificial
Há sinais crescentes de estresse na estrutura de financiamento do boom de IA. Nvidia tornou-se o epicentro dessa narrativa.
Wall Street espera que a empresa reporte receita trimestral entre US$ 52,9 e US$ 55 bilhões, perto do limite superior das estimativas.
Os mercados de previsão apontam forte probabilidade de superação do lucro esperado.
Ainda assim, a ação demonstra fraqueza incomum antes do balanço.
O documento destaca também o risco oculto em Oracle, cujo endividamento chega a níveis historicamente elevados:
Relação dívida/valor patrimonial de ~520%.
CDS no maior patamar desde 2022.
Projeções indicam que o endividamento líquido pode alcançar US$ 290 bilhões até 2028.
Isso reforça a leitura de que parte da infraestrutura de IA está sustentada por crédito alavancado — um cenário que, caso se deteriore, pode atingir todo o sistema de risco global, inclusive cripto.
2. O choque silencioso no mercado de títulos do Japão
O segundo vetor crítico é a rápida e histórica alta nos rendimentos dos títulos japoneses de longo prazo:
O título de 40 anos já rende 3,7%, maior nível da história.
O papel de 30 anos também opera na máxima histórica.
O movimento começou após anúncio de um pacote fiscal de US$ 110 bilhões.
Por três décadas, mercados globais se beneficiaram da tese simples de financiamento barato em ienes — a clássica yen carry trade. Agora, essa fundação está cedendo. Uma persistência dos yields elevados pressiona:
hedge funds,
fundos de pensão,
soberanos,
estruturas de alavancagem global.
Mesmo que não haja um “crash” imediato, o simples realinhamento lento dessas carteiras já significa menos apetite por risco.
3. O Fed em território nebuloso — e sob pressão política
A economia americana apresenta sinais fragmentados:
Pedidos de auxílio-desemprego subindo, sugerindo enfraquecimento do mercado de trabalho.
Trump pressiona abertamente o Fed por cortes, aumentando o componente político na equação.
Analistas como Scott Bessent afirmam que o Fed deveria cortar juros já em dezembro — e não fazê-lo seria um erro.
Há ainda uma frustração adicional: esperava-se que o Tesouro americano reduzisse significativamente o saldo da Conta Geral do Tesouro (TGA) após o fim do shutdown, injetando liquidez nos mercados. Isso não aconteceu.
O resultado: menos liquidez para ativos de risco justamente no momento de maior incerteza.
Final Thoughts — O Mercado no Fio da Navalha
O mercado cripto hoje é refém do macro. As forças que dominam a precificação estão fora do ecossistema:
Um boom de IA que começa a parecer alavancado demais,
Uma reprecificação histórica do mercado de títulos japonês,
Uma economia americana oscilando entre desaceleração e pressão política sobre o Fed,
Menos liquidez do Tesouro do que o esperado.
O cenário otimista:
Nvidia confirma demanda forte,
O Japão controla a alta dos yields sem gatilhos de liquidação,
O Fed entrega um corte “seguro” em dezembro,
Cripto retoma tendência após a neblina dissipar.
O cenário pessimista:
Nvidia decepciona,
O Japão força um colapso da carry trade,
O crédito privado americano piora,
Cripto apenas segue a liquidez global para baixo.
Em ambos os casos, o documento reforça que não é hora de assumir posições alavancadas. Este é um mercado em que “estar cedo demais” se parece muito com “estar errado”.
DEGENS’ DEN — O Airdrop de $POLY Pode Ser Um dos Maiores da História
O relatório confirma que o airdrop de $POLY é real e já confirmado, previsto para ocorrer após o lançamento oficial nos Estados Unidos, entre Q1 e Q2 de 2026.
Valor atual estimado da empresa: US$ 9 bilhões.
Rodada futura planejada: US$ 15 bilhões.
Distribuição estimada ao público: 5% a 10% do supply.
Potencial total distribuído: US$ 750 milhões a US$ 1,5 bilhão.
O ponto mais surpreendente:
Apesar do buzz, quase ninguém está tradando na plataforma. Cerca de US$ 1.000 em lucro já coloca o usuário entre as carteiras mais bem posicionadas.
O documento classifica essa assimetria como uma das maiores oportunidades de farming do ciclo.
BANETER’S TAKE — O Mercado Não Está no Controle da Própria Narrativa
A conclusão editorial é clara: cripto não está “contando sua própria história”. O que define a direção agora é:
liquidez global,
política monetária,
risco soberano,
crédito privado.
Os maiores ralis do passado foram construídos sobre drawdowns que pareciam “o fim do mundo”. A recomendação implícita é sobreviver ao período — o que já é uma vantagem em si.
SEÇÃO BRASIL — 19/11/2025
O mercado brasileiro inicia o dia em modo defensivo:
Ibovespa opera entre -0,3% e -0,5%, rondando os 155.800 pontos, após queda de 0,30% na véspera.
Investidores aguardam:
ata do Fed,
balanço da Nvidia,
desdobramentos da liquidação extrajudicial do Banco Master,
evolução da operação Compliance Zero da PF.
O dólar sobe e opera próximo de R$ 5,33, seguindo o fluxo global de aversão a risco.
A Selic permanece em 15% ao ano, terceiro encontro consecutivo sem cortes, reforçando discurso de juros elevados por período prolongado.
Análise aprofundada
A inflação desacelera, mas ainda acima da meta.
Real pressionado por incerteza fiscal, apesar de fluxo externo em renda fixa.
Dívida pública elevada limita espaço para política monetária mais branda.
Setores mais afetados: bancos (Master), consumo e varejo.
Exportadoras seguem resilientes.
O Brasil vive um “equilíbrio desconfortável”: estabilidade relativa no curto prazo, mas cenário frágil no médio prazo.
SEÇÃO PARAGUAI — 19/11/2025
O mercado financeiro paraguaio apresenta um quadro de otimismo sustentado, sem choques pontuais nas últimas 24 horas, mas com indicadores fortes:
Destaques recentes do MEF e BCP
PIB 2025 deve superar projeções e pode fechar acima de 5%.
Dólar recua para 7.600–7.700 Gs./USD, com menor pressão especulativa.
Inflação controlada em 4%.
Crédito cresce 20% nominal, impulsionado por forte liquidez.
Bolsa paraguaia (BVPASA)
Mantém volume recorde histórico, com Gs. 27 bilhões (~US$ 3,4 bi).
Crescente participação de investidores individuais.
Modernização com parceria Nasdaq e criação da CAVAPY.
Sentimento macro
O Paraguai vive um “período doce” de estabilidade:
Guaraní apreciado,
Reservas acima de US$ 10 bilhões,
Dívida pública inferior a 30% do PIB,
Crédito robusto,
Riscos externos limitados à volatilidade global impulsionada pelos EUA.
Analistas mantém visão otimista para 2025–2026.
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