Diário Crypto — 18 de dezembro de 2025
Bitcoin testa níveis decisivos antes do CPI e do Banco do Japão, enquanto Brasil e Paraguai seguem trajetórias opostas
Panorama Cripto Global
O mercado de criptomoedas inicia o dia em compasso de espera, marcado por volatilidade irregular e forte sensibilidade a eventos macroeconômicos iminentes. O Bitcoin apresenta um comportamento técnico que reflete indecisão: movimentos rápidos de alta seguidos por correções imediatas, gerando ruído e elevando o risco de operações alavancadas no curto prazo.
Do ponto de vista estrutural, o ativo segue retornando a uma linha de tendência relevante formada a partir da região das máximas históricas. Este é o terceiro ou quarto teste dessa zona técnica, o que reforça sua importância como ponto de inflexão entre continuidade de tendência ou perda de momentum.
Níveis técnicos que dominam o mercado
US$ 89.000: região crítica associada à linha de tendência desde as máximas.
US$ 86.700: próximo ao custo médio de mineração.
US$ 84.000–85.000: principal suporte. A manutenção desse intervalo preserva o cenário construtivo de médio prazo; sua perda pode caracterizar invalidação técnica.
US$ 100.000: resistência psicológica.
US$ 102.000–108.000: zona de resistência mais pesada, concentrando médias móveis de longo prazo e bandas clássicas de suporte de mercado em tendência.
O contexto macro amplia a tensão. A divulgação do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos ocorre hoje, seguida pela decisão de política monetária do Banco do Japão na próxima sessão. Essa combinação costuma amplificar movimentos bruscos e falsos rompimentos, exigindo cautela redobrada.
Apesar do cenário técnico delicado, há sinais relevantes de sustentação estrutural. Investidores de grande porte acumularam volumes expressivos de Bitcoin nas últimas semanas, indicando demanda consistente nos recuos. Ao mesmo tempo, métricas de posicionamento mostram aumento no otimismo excessivo de traders alavancados, o que historicamente eleva o risco de liquidações rápidas.
No pano de fundo do ecossistema cripto mais amplo, dois movimentos estruturais chamam atenção:
Ethereum apresenta níveis de oferta em corretoras nos patamares mais baixos desde 2016, sugerindo comportamento de acumulação.
Stablecoins atingem volumes históricos, com crescimento anual expressivo, volumes mensais que superam grandes redes tradicionais de pagamento e participação relevante na detenção de títulos do Tesouro americano. Isso reforça o papel das blockchains como infraestrutura financeira global, cada vez menos dependente de intermediários tradicionais.
Solana: preço fraco, fundamentos resilientes
Solana permanece pressionada tecnicamente, operando próxima às mínimas de sua faixa recente. Um fechamento semanal abaixo desses níveis pode abrir espaço para correções mais profundas. Ainda assim, os fundamentos permanecem sólidos: a rede lidera receitas de aplicativos descentralizados e volumes em finanças descentralizadas, mantendo desempenho superior mesmo em um ambiente de menor apetite ao risco. A desconexão entre preço e uso real da rede é um dos temas centrais do momento.
Seção Brasil — Mercado Financeiro Brasileiro
O mercado financeiro brasileiro inicia o dia com leve recuperação após a queda registrada na sessão anterior. O principal índice acionário opera em alta moderada, sustentado principalmente por ações de grandes empresas de commodities, enquanto o dólar apresenta recuo marginal após uma sequência de altas.
Apesar da volatilidade recente, o desempenho acumulado do ano segue robusto, com ganhos superiores a trinta por cento, impulsionados pelo fluxo consistente de capital estrangeiro e pela recomposição de preços após anos de múltiplos deprimidos. Entradas líquidas de investidores internacionais continuam relevantes, reforçando a atratividade relativa da bolsa brasileira.
No campo monetário, a taxa básica de juros permanece em patamar elevado, no maior nível em quase duas décadas. A decisão reflete a persistência de expectativas inflacionárias acima da meta, ainda que projeções para os próximos anos indiquem algum arrefecimento. O custo elevado do crédito limita o crescimento econômico, que deve se manter moderado, mas contribui para o controle inflacionário e para a atratividade da renda fixa doméstica.
O cenário político já começa a influenciar a precificação de ativos, com o mercado antecipando incertezas relacionadas ao ciclo eleitoral de 2026. Esse fator adiciona volatilidade ao câmbio e aos ativos de risco, embora fundamentos como superávit comercial e reservas internacionais elevadas ofereçam amortecedores relevantes.
Em síntese, o Brasil combina fundamentos ainda resilientes com riscos crescentes de volatilidade, exigindo dos investidores uma abordagem mais seletiva e diversificada entre renda fixa e variável.
Seção Paraguai — Mercado Financeiro Paraguaio
O Paraguai vive um momento histórico no cenário financeiro regional. A elevação recente de sua classificação de crédito soberano para grau de investimento por uma das principais agências internacionais consolida o país como um dos raros casos de estabilidade macroeconômica consistente na América Latina.
Com essa nova classificação, o Paraguai passa a integrar o grupo de países elegíveis para investimentos de grandes fundos institucionais globais, o que tende a reduzir significativamente o custo de capital para o governo e para empresas privadas. O impacto esperado inclui maior entrada de investimento estrangeiro direto, fortalecimento do mercado de capitais local e maior profundidade do mercado de dívida em moeda doméstica.
Do ponto de vista macroeconômico, o país apresenta crescimento robusto, inflação controlada e um sistema bancário sólido, com níveis baixos de inadimplência. A dívida pública permanece entre as menores da região em relação ao Produto Interno Bruto, reforçando a percepção de sustentabilidade fiscal.
Apesar dos avanços, desafios estruturais persistem, como informalidade elevada, gargalos de infraestrutura e dependência de commodities. Ainda assim, a combinação de estabilidade monetária, reformas institucionais recentes e credibilidade internacional posiciona o Paraguai como um polo de atração de capital em um ambiente regional marcado por incertezas.
Conclusão
O dia é marcado por decisões relevantes e pontos de inflexão claros. No mercado cripto, o Bitcoin se aproxima de níveis técnicos decisivos em um ambiente carregado por eventos macroeconômicos globais. No plano regional, Brasil e Paraguai ilustram caminhos distintos: um lidando com juros elevados e incertezas políticas, o outro colhendo os frutos de disciplina fiscal e credibilidade institucional.
Para investidores, o momento exige prudência tática, leitura cuidadosa dos níveis-chave e atenção redobrada ao cenário macro, sem perder de vista os fundamentos de longo prazo que seguem se fortalecendo no ecossistema cripto.
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