Diário Crypto — 17 de dezembro de 2025
Altcoins no Limite: Último Suporte em Jogo em um Mercado Sem Liquidez
O mercado de criptoativos entra na segunda quinzena de dezembro em um ambiente claramente defensivo. Liquidez reduzida, vendas motivadas por ajuste fiscal de fim de ano e um pano de fundo macroeconômico ainda pesado mantêm os preços presos em movimentos laterais, com sensação generalizada de exaustão. Não há pânico, mas também não há apetite claro por risco.
Bitcoin: consolidação forçada e batalha por suporte
O Bitcoin segue travado em uma zona crítica, com a região entre 83 mil e 85 mil dólares funcionando como verdadeiro campo de batalha entre compradores e vendedores. Não se observa um movimento clássico de reversão em “V”, mas sim um processo lento de absorção de oferta, típico de mercados em fase de base.
O contexto macroeconômico continua sendo o principal freio. Indicadores de atividade mostram desaceleração da demanda global, o mercado de trabalho dá sinais de enfraquecimento e o interesse do investidor de varejo permanece muito baixo. Esse conjunto costuma alongar processos de fundo, tornando a recuperação mais lenta e irregular.
Do ponto de vista comportamental, o mercado vive um impasse claro: de um lado, participantes ainda marcados por ciclos anteriores e operadores técnicos mais cautelosos; de outro, investidores institucionais e de longo prazo que continuam acumulando. O resultado é um equilíbrio instável, que só será rompido quando a pressão vendedora se esgotar de forma mais definitiva.
On-chain: níveis-chave sob observação
Os dados on-chain ajudam a delimitar os limites desse momento. O mercado observa com atenção a manutenção do preço acima da True Market Mean Price, situada em torno de 81,5 mil dólares. Enquanto esse patamar for defendido e métricas de rentabilidade dos investidores ativos se estabilizarem, o cenário sugere absorção de oferta e preservação da confiança estrutural.
Uma perda consistente dessa região, combinada com deterioração dessas métricas, indicaria enfraquecimento do custo médio dos investidores e aumento do risco de novas ondas de venda. Por ora, trata-se de um equilíbrio frágil, mas ainda em funcionamento.
Macro global: Japão e realocação de liquidez
No radar global, a política monetária japonesa segue chamando atenção. A expectativa de elevação de juros pelo Banco do Japão — a níveis não vistos desde meados dos anos 1990 — gerou receios sobre o impacto no tradicional “carry trade” do iene. No entanto, esse movimento já está amplamente precificado, e grande parte dos ajustes parece ter ocorrido antes do anúncio formal, reduzindo o potencial de choque adicional.
Mais relevante no curto prazo é o destino da liquidez global. Uma parcela significativa do capital especulativo segue migrando para ações ligadas à inteligência artificial, hoje responsáveis por uma fatia expressiva do valor de mercado global. Esse deslocamento deixa menos capital disponível para ativos de maior risco, como altcoins, intensificando a seletividade do mercado.
Altcoins: o teste do último suporte
É no mercado de altcoins que a pressão fica mais evidente. O índice que acompanha o valor total do mercado excluindo as maiores criptomoedas se aproxima de uma zona de suporte decisiva, que vem sendo respeitada desde o final de 2023. Historicamente, cada teste desse nível gerou algum tipo de repique, ainda que temporário.
O problema é o contexto: sentimento deteriorado, Bitcoin sem força direcional clara e baixa liquidez. Se esse suporte se mantiver, um alívio técnico é possível, impulsionado mais por esgotamento vendedor do que por mudança estrutural. Caso seja perdido, o comportamento tende a mudar rapidamente, com retração de compradores e aceleração das quedas, sobretudo nos ativos de menor capitalização.
O mercado, portanto, vive um momento de definição. Mais do que prever o próximo movimento, o desafio é entender se este período representa a construção de um fundo relevante ou apenas uma etapa intermediária de um ajuste mais longo.
Seção Brasil — Mercado Financeiro Brasileiro
O mercado financeiro brasileiro opera em volatilidade moderada neste dia 17 de dezembro de 2025, influenciado principalmente pelo cenário político doméstico, já com os olhos voltados para as eleições de 2026, e por expectativas em relação à política monetária internacional.
O Ibovespa sofreu correção relevante na sessão anterior, com queda próxima de 2,4%, refletindo tanto o mau humor externo quanto ruídos internos. Apesar disso, o índice ainda acumula alta superior a 30% no ano, sustentado por forte entrada de capital estrangeiro e pelo desempenho de setores como financeiro e commodities.
O dólar apresentou alta pontual, fechando em torno de R$ 5,46, movimento atribuído a fluxos típicos de fim de ano e incertezas políticas. No acumulado de 2025, entretanto, a moeda norte-americana ainda registra queda expressiva frente ao real.
No campo monetário, a Selic permanece em 15% ao ano, mantida pelo Banco Central pela quarta reunião consecutiva. A decisão reflete uma postura cautelosa diante de uma inflação ainda acima da meta central e de riscos fiscais persistentes. O consenso do mercado indica manutenção desse patamar até o fim de 2025, com eventuais cortes apenas em 2026.
O cenário brasileiro combina fundamentos positivos — como valuations atrativos e fluxo estrangeiro — com riscos elevados, exigindo seletividade e gestão cuidadosa de risco por parte dos investidores.
Seção Paraguai — Mercado Financeiro Paraguaio
O Paraguai encerra 2025 em um dos momentos mais sólidos de sua história recente. As projeções oficiais indicam crescimento econômico em torno de 6%, posicionando o país como uma das economias de melhor desempenho da América Latina. Para 2026, a expectativa permanece robusta, com expansão próxima de 4,2%.
A inflação segue sob controle, dentro da faixa de tolerância da autoridade monetária, e o guarani apresentou forte apreciação ao longo do ano, impulsionado pela entrada de divisas, desempenho exportador e menor pressão externa por dólares.
O sistema financeiro paraguaio continua sendo apontado como sólido e resiliente, com crescimento consistente do crédito ao setor privado e baixos níveis de inadimplência. Reformas em discussão no mercado de capitais buscam aumentar a liquidez, atrair investidores estrangeiros e ampliar as alternativas de financiamento para empresas locais.
Embora ainda exista dependência de fatores externos, como o setor agroexportador e o cenário global, o país se consolida como um polo regional de estabilidade macroeconômica, câmbio previsível e ambiente favorável a investimentos produtivos.
Conclusão
O mercado cripto atravessa um período de paciência forçada. Bitcoin testa sua capacidade de sustentar uma base sólida, enquanto as altcoins encaram um ponto decisivo que pode definir o rumo dos próximos meses. Em paralelo, Brasil e Paraguai exibem realidades distintas, mas igualmente relevantes para quem pensa em alocação regional e proteção de capital. Em ambientes assim, disciplina, leitura de ciclos e visão de longo prazo tornam-se diferenciais estratégicos.
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