Diário Crypto — 16 de dezembro de 2025
Bitcoin testa US$ 80 mil em meio a medo extremo, liquidez sazonal fraca e semana carregada de eventos macro
O mercado de criptomoedas entra na segunda quinzena de dezembro sob forte tensão. O Bitcoin opera pressionado na região dos US$ 80 mil, após perder uma estrutura ascendente no gráfico semanal, em um ambiente marcado por sentimento de medo extremo, baixa liquidez típica do período pré-feriado e uma sequência relevante de catalisadores macroeconômicos globais.
Mesmo diante de manchetes positivas, o mercado demonstra dificuldade em sustentar movimentos de alta. Esse comportamento é característico de fases em que vendedores seguem ativos em cada repique, sugerindo fragilidade estrutural de curto prazo.
Bitcoin: níveis críticos e sinais raros
O Bitcoin permanece cerca de 30% abaixo do topo histórico, oscilando próximo a um suporte psicológico e técnico relevante. O ativo perdeu a média móvel de 50 semanas e agora testa a região próxima à média móvel de 100 semanas, situada em torno de US$ 85 mil. Historicamente, essas médias — 50, 100 e 200 semanas — definem a transição entre ciclos de mercado.
Um ponto de atenção relevante surge na relação Bitcoin versus ouro. O índice de força relativa (RSI) do Bitcoin precificado em ouro caiu abaixo de 30 pela quarta vez em toda a história, um evento raro que, em ciclos anteriores (2015, 2018 e 2022), coincidiu com fundos de mercado. Isso não garante reversão imediata, mas indica um nível extremo de desvalorização relativa.
Há também similaridades com o padrão observado após o topo de 2021: formação de topo duplo, perda da média de 50 semanas e consolidação próxima à média de 100 semanas. Caso esse nível falhe, o mercado poderia testar regiões ainda mais baixas, como ocorreu em ciclos anteriores.
Liquidez fraca e risco elevado
O timing agrava o cenário. A semana concentra decisões e discursos relevantes, incluindo Banco do Japão, dados de inflação e falas de dirigentes do Federal Reserve, tudo isso em um período historicamente conhecido por liquidez reduzida. Em dezembro, volumes tendem a cair, movimentos ficam erráticos e a volatilidade pode surgir de forma abrupta.
Embora a liquidez global tenha favorecido mercados tradicionais recentemente, esse fluxo não tem se traduzido em entrada consistente no mercado cripto, reforçando a sensação de “peso” no preço.
Fluxos institucionais e comportamento on-chain
Dados on-chain indicam que detentores de longo prazo voltaram a distribuir posições em janelas de força, configurando um dos maiores episódios de distribuição dos últimos cinco anos. Esse tipo de comportamento costuma ocorrer próximo a zonas de topo macro, não necessariamente em fundos.
Ao mesmo tempo, o debate institucional segue intenso. Grandes gestores discutem a possibilidade de um superciclo do Bitcoin, com dinâmicas mais longas e menos dependentes do tradicional ciclo de quatro anos. Em paralelo, bancos tradicionais avançam na construção de produtos ligados a Bitcoin e ativos tokenizados, indicando amadurecimento estrutural do setor, mesmo em meio à correção de preços.
Solana: fluxo e resiliência operacional
Enquanto o Bitcoin enfrenta dificuldades técnicas, a rede Solana apresenta sinais de força relativa. Nos últimos dias, mais de US$ 65 milhões migraram de outras blockchains para o ecossistema, com destaque para fluxos vindos do Ethereum.
Além disso, a rede demonstrou resiliência ao suportar um dos maiores ataques DDoS já registrados, com picos próximos a 6 Tbps, sem interrupções relevantes, mantendo confirmações rápidas e estabilidade operacional. Em momentos de estresse de mercado, a confiabilidade da infraestrutura tende a ganhar importância para investidores e desenvolvedores.
Leitura geral do mercado cripto
O cenário atual combina:
Estrutura técnica fragilizada em níveis-chave
Sentimento extremo de medo e frustração
Semana carregada de eventos macro
Liquidez reduzida típica de fim de ano
Nesse contexto, a probabilidade de operações mal-sucedidas aumenta significativamente. A fase favorece preservação de capital, redução de exposição excessiva e foco em disciplina, em vez de agressividade operacional. O mercado precisará demonstrar força real, como a recuperação consistente da média de 50 semanas, para alterar o viés de curto e médio prazo.
Seção Brasil — Mercado Financeiro Brasileiro
O mercado financeiro brasileiro reflete cautela elevada após a divulgação da ata do Copom, que reforçou um discurso claramente hawkish. A Selic foi mantida em 15% ao ano, e o Banco Central sinalizou que a política monetária seguirá significativamente contracionista por um período prolongado, com foco na convergência da inflação à meta de 3%.
A postura frustrou expectativas de cortes já no início de 2026. Como reação, o Ibovespa recuou mais de 1%, voltando para a região dos 159.800 pontos, pressionado principalmente por ações cíclicas, bancos e commodities. Ainda assim, o índice acumula ganhos expressivos em 2025, após sucessivos recordes.
O dólar avançou cerca de 0,7%, sendo negociado próximo a R$ 5,46, refletindo tanto o tom cauteloso do Banco Central quanto o fortalecimento global da moeda americana antes de dados relevantes nos Estados Unidos.
Apesar do ambiente mais restritivo, projeções recentes indicam PIB de 2,25% em 2025 e inflação em torno de 4,4%, dentro da banda de tolerância. Para 2026, analistas seguem enxergando oportunidades em setores financeiros, commodities e infraestrutura, condicionadas à disciplina fiscal e ao cenário externo.
Seção Paraguai — Mercado Financeiro Paraguaio
O mercado financeiro paraguaio encerra 2025 em um dos seus melhores momentos históricos. O Banco Central do Paraguai elevou a projeção de crescimento do PIB para 6%, consolidando o país como uma das economias mais dinâmicas da América do Sul. Para 2026, a expectativa é de crescimento em torno de 4,2%.
O guarani apresentou forte valorização ao longo do ano, negociado próximo de 6.600 por dólar, sustentado por exportações robustas, inflação controlada e estabilidade macroeconômica. A inflação permanece dentro da meta, com a taxa básica de juros mantida em 6%, priorizando previsibilidade e equilíbrio.
No mercado de capitais, avanços regulatórios e tecnológicos impulsionaram volumes recordes na Bolsa de Valores de Assunção, com negociações projetadas acima de US$ 7 bilhões em 2025. O sistema financeiro segue sólido, com crescimento do crédito, baixa inadimplência e elevados índices de solvência.
Apesar de desafios estruturais — como dependência agrícola e informalidade — o Paraguai se consolida como um hub regional de investimentos, beneficiado por energia barata, estabilidade fiscal e ambiente regulatório em evolução.
Conclusão
O dia 16 de dezembro de 2025 marca um ponto de inflexão importante nos mercados. Enquanto o Bitcoin enfrenta um teste técnico decisivo em meio a medo extremo e baixa liquidez, Brasil e Paraguai seguem trajetórias distintas: o primeiro sob política monetária dura e maior volatilidade, o segundo colhendo os frutos de estabilidade e crescimento acima da média regional.
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