DIÁRIO CRYPTO – 12 de Novembro de 2025
O “IPO do Bitcoin”: a transferência silenciosa de US$ 33 bilhões para as mãos institucionais
🌍 Panorama Global: O Bitcoin Entra em Sua Fase Institucional
O mercado de criptomoedas amanhece estável, mas silenciosamente transformado. O Bitcoin mantém-se firme próximo dos US$ 100 mil, enquanto a volatilidade atinge mínimas históricas — reflexo não de apatia, mas de uma mudança estrutural profunda.
Os antigos detentores de longo prazo — os “OG whales” — estão transferindo discretamente suas posições para instituições financeiras. Trata-se de um movimento que analistas já chamam de “o momento IPO do Bitcoin”: pela primeira vez, a liquidez institucional se tornou o canal natural para saída de grandes investidores iniciais, sem provocar colapsos de preço.
De acordo com dados recentes, ETFs e Tesourarias de Ativos Digitais (DATs) acumulam juntos 10% de todo o suprimento circulante de BTC e ETH.
ETFs de Bitcoin: US$ 140 bilhões em ativos sob gestão (AUM)
ETFs de Ethereum: US$ 20 bilhões em AUM
Tesourarias corporativas, como a Strategy (MSTR), lideram o acúmulo, somando 809 mil BTC — cerca de 4,4% do total da oferta
Enquanto isso, o volume de Bitcoin armazenado em exchanges atinge mínimas de vários anos, e a volatilidade comprimida indica uma absorção passiva e estável de liquidez. O ciclo de quatro anos — outrora ditado pelos halvings — perde protagonismo: agora, o ritmo do mercado é definido por fluxo de capitais, regulação e estratégias de balanço institucional.
Essa integração gradual do Bitcoin ao sistema financeiro dos EUA — via ETFs e fundos corporativos — marca a transformação definitiva do ativo em um instrumento macroeconômico, não mais apenas especulativo. O resultado: o Bitcoin deixa de ser “ativo de varejo de alto risco” para se tornar reserva estratégica e proteção contra desvalorização monetária.
💰 A Transferência Silenciosa: US$ 33 Bilhões Mudam de Mãos
Dados on-chain da CryptoQuant mostram que, desde julho, mais de 300 mil BTC (equivalentes a US$ 33 bilhões)foram transferidos de detentores de longo prazo para novos investidores — predominantemente ETFs e instituições.
Apesar dessa liquidação em larga escala, os preços se mantêm firmes, indicando absorção completa da oferta. Analistas classificam o momento como uma fase de re-acumulação Wyckoff, na qual a redistribuição dos ativos cria a base para um novo ciclo de valorização.
Cerca de 17% de todo o Bitcoin existente (3,4 milhões de BTC) permanece intocado há mais de 10 anos — um reflexo do perfil amadurecido do mercado e do deslocamento do poder de compra das “mãos fortes originais” para as “mãos corporativas”.
A comparação com um IPO é inevitável:
Os pioneiros realizam lucros;
As instituições constroem posições estratégicas;
O mercado encontra um novo ponto de equilíbrio.
O preço de US$ 100 mil desponta como o “preço de IPO” simbólico — a faixa onde o Bitcoin consolida sua transição de ativo alternativo para ativo institucional.
📊 Contexto Macro: Expectativas e Liquidez
Enquanto o Congresso norte-americano vota hoje o fim do mais longo shutdown da história dos EUA, investidores monitoram o impacto da decisão sobre a liquidez global.
O CME FedWatch mostra que as expectativas de corte de juros em dezembro despencaram, refletindo a cautela do Federal Reserve diante da reintensificação de temores inflacionários.
Esse ambiente de incerteza mantém o apetite por risco contido, mas também reforça o status do Bitcoin como proteção contra desequilíbrios fiscais e monetários.
🧭 Conclusão: O Fim dos Ciclos, o Início da Era Institucional
A tese que ganha força no mercado é clara:
“O mercado não está morrendo. Está amadurecendo.”
O que antes era um ciclo movido por hype e halving agora se tornou uma coreografia institucional de liquidez, regulação e estratégia de portfólio.
Quando essa redistribuição se completar — e a oferta voltar a secar —, o próximo movimento pode ser explosivo.
Até lá, a paciência é a nova virtude dos investidores de longo prazo.
🇧🇷 Seção Brasil – Euforia e Ajuste no Mercado
O mercado brasileiro vive um rali histórico, com o Ibovespa futuro em 159.985 pontos e alta acumulada de 28,5% em 2025, sustentado por commodities e otimismo fiscal.
O dólar recua para R$ 5,27, acumulando queda de 14% no ano, enquanto a Selic permanece em 15%, o segundo maior juro real do mundo (9,54%).
O otimismo é contrabalançado pela cautela com as eleições de 2026 e pelas tarifas comerciais impostas pelos EUA, que ameaçam exportadores. Analistas projetam volatilidade moderada, com o real beneficiado pelo fluxo estrangeiro, mas vulnerável a riscos políticos.
O Goldman Sachs alerta: “A disciplina fiscal pós-eleições será decisiva. Sem ela, o rali perde sustentação.”
🇵🇾 Seção Paraguai – Crescimento Forte e Desafios Fiscais
O Banco Central do Paraguai divulgou que o IMAEP acumula crescimento de 5,8% em 2025, superando as estimativas do FMI (4,5%).
Os setores primário e de serviços lideram, com alta de 7,7% e 5,4%, respectivamente, enquanto o industrial cresce 6,9%, puxado por carnes, lácteos e energia elétrica.
O setor bancário mantém solidez, com morosidade em 2,4% e rentabilidade de 21,9%, embora o governo enfrente pressões fiscais — dívidas de US$ 1,16 bilhão com construtoras e programas sociais (como o Hambre Cero).
Mesmo assim, o guaraní se mantém estável (≈7.000 por USD) e a Bolsa de Assunção sobe 0,8%, refletindo confiança na estabilidade macro.
O desafio segue sendo o equilíbrio entre crescimento e responsabilidade fiscal. O FMI elogia o Paraguai como “exceção regional”, mas recomenda reforçar a coordenação monetária para conter riscos inflacionários.
🚀 Encerramento
O “IPO do Bitcoin” marca uma nova era de maturidade financeira: instituições assumem o papel que antes era dos early adopters, e a liquidez corporativa se torna o principal motor do mercado.
Quem entende esse movimento hoje, se posiciona antes do próximo salto de ciclo.
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