Diário Crypto — 12 de dezembro de 2025
2026 Pode Ser o Verdadeiro Gatilho do Próximo Bull Market: Liquidez, Infraestrutura e “Builders Didn’t Leave”
O sentimento do mercado cripto segue dividido: para muitos, 2025 “deveria” ter sido o ano do ciclo pós-halving; para outros, foi um período de frustração, com narrativas fortes, mas pouca tração sustentada. A tese central que ganha força hoje é simples e, ao mesmo tempo, desconfortável: talvez 2025 não tenha “falhado” — talvez tenha sido cedo demais. E, se isso estiver correto, 2026 pode estar se formando como o primeiro ano em muito tempo em que os ingredientes macro e estruturais de um bull market começam a se alinhar.
A leitura predominante é que preço é consequência; a causa está no encanamento do sistema: liquidez. Quando o mercado passa a olhar menos para o “barulho” de curto prazo e mais para o fluxo que realmente chega aos ativos de risco, o debate muda de lugar. Em vez de obsessão pelo calendário do ciclo, o foco migra para as condições que historicamente sustentam regimes prolongados de alta.
O pano de fundo: por que 2025 pareceu um “ano de narrativas sem combustível”
A análise de hoje parte de um diagnóstico direto sobre 2025: as histórias estavam lá, mas as condições macro de sustentação não. O checklist de um ambiente típico de bull market não se completou — e isso ajuda a explicar por que a sensação do ano foi de confusão:
Liquidez líquida global em queda (o fluxo que efetivamente alcança os mercados, não apenas medidas amplas de oferta monetária).
PMI ainda em contração, sugerindo ausência de expansão econômica consistente.
Aperto quantitativo drenando liquidez, reduzindo “oxigênio” para risco.
Sem expansão econômica clara, o que limita a persistência de movimentos “risk-on”.
Esse conjunto é descrito como um cenário em que narrativas podem até impulsionar movimentos curtos, mas sem energia suficiente para sustentar tendências longas.
O argumento de 2026: seis sinais otimistas se alinhando
A tese de 2026 como “gatilho real” se apoia na ideia de que, pela primeira vez em anos, aparecem simultaneamente fatores que tendem a marcar o início de bull markets. Os sinais destacados incluem:
Fim do aperto quantitativo e tendência de queda de juros
Com o grande dreno de liquidez reduzindo, o custo de capital deixa de ser um obstáculo tão severo para ativos de risco.Menos pressão do caixa do Tesouro (TGA)
A redução desse efeito tende a aliviar a sucção de liquidez do sistema, permitindo que os mercados “respirem” melhor.Liquidez líquida global estabilizando / fazendo fundo
A tese coloca a estabilização do fluxo como um ponto de inflexão típico para o retorno gradual do apetite por risco.PMI apontando melhora
Sinais iniciais de recuperação do crescimento costumam favorecer transições para regimes “risk-on”.Instituições se preparando para uma “segunda onda”
A ideia é que, após uma primeira fase de entrada, jogadores maiores voltam a se posicionar com mais tamanho quando o risco percebido diminui.Regulação finalmente chegando
Mais clareza regulatória reduz barreiras para capital mais conservador, sobretudo o institucional.
A frase que amarra essa leitura — repetida como uma regra prática — é que o Bitcoin não teria entrado em bear market enquanto a liquidez estivesse subindo. Dentro desse enquadramento, 2025 teria sido um “ano errado” para exigir o ciclo completo; 2026 passaria a ser o ano em que o pano de fundo macro pode, enfim, casar com as narrativas.
Adoção e estrutura: três sinais que mudam o “subtexto” do mercado
Além do macro, a análise do dia aponta três sinais de “normalização” e construção estrutural que ajudam a sustentar a hipótese de um mercado mais preparado para um próximo movimento de alta:
YouTube permitindo pagamentos a criadores nos EUA via stablecoins
A leitura aqui é de “momento trilhos”: normalização de infraestrutura de dinheiro na internet.Ethereum mostrando força técnica e estrutural
O destaque é a melhora após rompimento de tendência e um desempenho mais firme do par ETH/BTC, além de sinais de recuperação de Ethereum Digital Asset Treasuries (DATs).Solana entregando infraestrutura crítica (Firedancer) e validando resiliência do ecossistema
A narrativa é “builders didn’t leave”: o que separa ruído de longo prazo é quem continuou construindo durante fases difíceis.
Ethereum: força relativa, mas com resistência no radar
No campo do Ethereum, o diagnóstico é otimista, mas sem euforia: há leitura de continuidade da força, especialmente quando observada pelo desempenho relativo (ETH/BTC) e pela melhora estrutural associada aos sinais de recuperação de atividade em tesourarias de ativos digitais.
Ao mesmo tempo, há um ponto de atenção: o ativo estaria se aproximando de uma zona de resistência, e uma rejeição não seria surpresa. Em outras palavras: o cenário base melhora, mas o preço ainda pode reagir com volatilidade a níveis técnicos relevantes.
Um catalisador citado na dinâmica de demanda é um movimento liderado por uma entidade descrita como BitMine, com potencial de aquisição adicional de tokens, na faixa de 4% a 5% do supply de ETH — com a leitura de que “mais demanda e poder de compra” é o elemento central a monitorar nessa narrativa.
Solana Breakpoint: Firedancer no ar e a tese dos “vencedores silenciosos”
O noticiário do ecossistema Solana hoje é ancorado em um marco técnico: Firedancer — após anos de desenvolvimento — teria ido ao ar na mainnet, operando em um conjunto de validadores por cerca de 100 dias, com produção bem-sucedida de 50.000 blocos. Isso reforça a mensagem de maturação de infraestrutura e redundância, temas críticos para redes de alto desempenho.
Mais importante do que “quem subiu hoje” é a lista de projetos que, mesmo sem performance proporcional no preço, seguem entregando e podem estar melhor posicionados quando um bull market efetivamente “engrenar”. O texto destaca, como exemplos:
Drift: exchange descentralizada na Solana para futuros perpétuos e spot, com alavancagem e contas com margem cruzada.
Pyth: rede/oráculo de preços com feeds em tempo real para centenas de ativos, com a observação de que, pelo que está construindo, “deveria estar performando melhor”.
DeBridge: foco em transferências cross-chain e mensagem entre redes, com arquitetura “zero-TVL” e conexões em transações únicas.
Kamino: infraestrutura de vaults automatizados, com braço de empréstimos e estratégias alavancadas.
A linha editorial é clara: projetos que continuam “shipando”, com times expostos e accountability, tendem a atravessar o ruído e capturar o prêmio quando o mercado muda de regime.
Outros destaques mencionados no radar do dia
Do bloco de manchetes adicionais, aparecem dois itens objetivos:
Phantom e Kalshi lançando mercados de previsão.
Condenação de Do Kwon a 15 anos de prisão, por decisão atribuída ao juiz Engelmayer.
Banter’s Take: menos calendário, mais liquidez
A conclusão do dia insiste em um reposicionamento de foco: parar de “cultuar o calendário” e voltar a observar o que faz as narrativas se moverem de verdade. A costura final é:
Liquidez como motor;
Adoção (stablecoins em pagamentos) como trilho;
Ethereum como “estrutura” (força relativa e recuperação de sinais);
Solana como “execução” (infra rodando, builders presentes).
Nessa leitura, o lado “bearish” não desaparece, mas passa a soar mais como impaciência do que como tese dominante — desde que os sinais macro de liquidez realmente confirmem a virada.
Seção Brasil — Mercado Financeiro (12 de dezembro de 2025)
O mercado brasileiro inicia esta sexta-feira em recuperação cautelosa, após uma semana de volatilidade política e postura monetária conservadora. O Ibovespa abre em alta e volta a superar 160 mil pontos, puxado por correção técnica e otimismo seletivo (bancos e infraestrutura). Em paralelo, o dólar comercial opera em leve alta, em torno de R$ 5,42, refletindo pressões fiscais persistentes e um cenário externo em que os juros desaceleram mais lentamente do que o mercado gostaria.
O quadro macro descrito é de resiliência com vulnerabilidade: PIB projetado em 2,25% para 2025, inflação estimada em 4,4%, e Selic em 15% ao ano, mantendo o foco em estabilidade, não em estímulo, com 2026 no horizonte eleitoral.
Política monetária e diferencial de juros
A manutenção da Selic pelo Copom reforça viés hawkish, sustentado por inflação persistente e incerteza fiscal. O contraste é o corte de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve, levando a taxa dos Estados Unidos a 3,75%, ampliando o diferencial de juros para cerca de 11 pontos percentuais. No curto prazo, isso favorece fluxos para renda fixa brasileira, mas aumenta o custo da dívida e pressiona o real.
A análise enfatiza que o custo dos juros já consome 15% do orçamento federal, e que a queda prevista para 2026 seria gradual, favorecendo poupadores e detentores de títulos, mas inibindo investimento produtivo e ampliando assimetrias.
Política e risco: o “efeito Flávio”
A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro em 2026 segue reverberando como gatilho de incerteza, associada a temores de polarização e risco de atrasos em reformas fiscais. O texto relaciona esse ruído à depreciação acumulada do real em 2025 (-12,28%), e às projeções de fechamento do ano em torno de R$ 5,41.
Setores, inflação e alocação
A leitura setorial descreve 2025 como ano de alta nominal do Ibovespa, mas com ressalvas quando se considera dividendos e comparação com retorno da Selic. O texto aponta também a dinâmica de desinflação com energia mais barata e menciona riscos (clima, logística e ciclo eleitoral).
Como síntese, a orientação apresentada é de diversificação com predominância de renda fixa (dado o juro real elevado), exposição seletiva a ações blue-chip e parcela em dólar/externo, com monitoramento de dados dos Estados Unidos e próximos passos de política monetária em 2026.
Seção Paraguai — Mercado Financeiro (12 de dezembro de 2025)
O Paraguai encerra 2025 com uma narrativa de solidez macroeconômica, sustentada por crescimento projetado em 4,4% a 4,5%, política monetária prudente e baixo endividamento público (na faixa de 38% a 41% do PIB, conforme a leitura apresentada). O país aparece como um dos motores regionais, apoiado em exportações agroindustriais (soja e carne) e estabilidade do sistema financeiro.
O destaque do dia é a conferência “Paraguay: Evaluación 2025 y Perspectivas 2026”, organizada por MEF, Banco Central do Paraguai e BID, com ênfase em projeções otimistas e convergência de inflação para 3,5% até meados de 2026. O texto também ressalta elogios à agenda de reformas voltadas a competitividade, transparência e abertura a novos setores.
Entre os tópicos mencionados:
Estabilidade monetária com taxa de referência em 6% (sem mudanças desde abril de 2024, segundo o texto), expectativas ancoradas e trajetória de desinflação.
Reservas internacionais descritas em torno de US$ 10,6 bilhões, apoiando estabilidade cambial.
Acordo União Europeia–Mercosul com sinal verde na Alemanha, visto como potencial catalisador para exportações e maior liquidez em divisas.
Leilão da SENABICO com arrecadação relevante (G. 18.000 milhões), apresentado como reforço de caixa público.
Pagamentos de fim de ano do MEF, impulsionando consumo interno e liquidez sazonal.
Na avaliação geral, o Paraguai é descrito como um ambiente de baixo risco relativo na região, com oportunidades ligadas a agro, infraestrutura, transição energética e instrumentos de dívida soberana, enquanto riscos permanecem associados a volatilidade externa, clima e necessidade de aprofundamento do mercado de capitais.
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