Comitê de Basileia pode revisar regras e abrir caminho para maior exposição de bancos a criptomoedas
Revisão prevista para 2026 deve suavizar as exigências de capital sobre ativos digitais e stablecoins, aproximando o sistema bancário tradicional do mercado cripto
O Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (BCBS) deve revisar suas diretrizes sobre exposição de bancos a criptomoedas, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. A mudança, prevista para 2026, tende a tornar o regime regulatório mais favorável às instituições financeiras que desejam operar com ativos digitais.
As regras atuais, publicadas em 2022, foram amplamente interpretadas como restritivas, levando a maioria dos bancos globais a evitar o setor cripto. Agora, o BCBS pretende ajustar o texto após discussões internas sobre a adequação dos parâmetros, especialmente diante do crescimento acelerado das stablecoins e da adoção regulatória desses ativos nos Estados Unidos e na União Europeia.
Stablecoins: o gatilho da revisão
De acordo com a Bloomberg, o debate no Comitê foi impulsionado pela recente aprovação da GENIUS Act nos EUA, que autoriza o uso de stablecoins em pagamentos. Atualmente, as stablecoins emitidas em blockchains públicas recebem o mesmo peso de risco que ativos voláteis, como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) — o que, na prática, torna inviável a sua custódia por bancos sob o modelo de Basileia.
O mercado critica essa equivalência, argumentando que stablecoins reguladas e lastreadas em ativos reais, como dólar e títulos do Tesouro, têm perfil de risco muito menor.
O papel do Comitê de Basileia
O BCBS é o órgão internacional responsável por definir padrões globais de regulação bancária, como o Basel III, que estabelece requisitos de capital e controle de risco para garantir a estabilidade do sistema financeiro global.
Em agosto, Chris Perkins, presidente da CoinFund, afirmou que as exigências atuais funcionam como “um gargalo regulatório” criado para frear a expansão do setor cripto:
“É uma forma sutil de suprimir o crescimento, tornando as operações tão caras que os bancos simplesmente desistem.”
Europa sai na frente
Enquanto o BCBS ainda discute a revisão, o bloco europeu avança na integração do setor. O regulamento MiCA (Markets in Crypto-Assets) já permite que stablecoins recebam o mesmo tratamento de capital de seus ativos de lastro, como caixa e equivalentes, abrindo caminho para bancos europeus entrarem no mercado cripto sem barreiras de capital excessivas.
Nos Estados Unidos, o debate segue dividido entre implementar os padrões atuais e adiar sua aplicação até a nova revisão, prevista para o próximo ano.
📄 Fonte: Bloomberg / Basel Committee on Banking Supervision / CoinFund
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