Caroline Ellison deixa prisão federal e é transferida para regime de transição antes de liberação antecipada
Ex-CEO da Alameda Research, peça-chave no colapso da FTX, deve deixar a custódia federal em fevereiro, meses antes do fim oficial da pena
A ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, foi transferida de uma penitenciária federal para um regime de transição nos Estados Unidos, sinalizando a aproximação de sua liberação antecipada. Ellison, que se declarou culpada por crimes relacionados ao colapso da exchange FTX, estava detida no Federal Correctional Institution (FCI) de Danbury, em Connecticut, e agora consta como alocada em um escritório de Residential Reentry Management, em Nova York, segundo registros atualizados do Federal Bureau of Prisons.
A mudança representa a primeira alteração de custódia desde que Ellison iniciou o cumprimento de sua pena, em novembro de 2024. Condenada a dois anos de prisão, ela recebeu uma das sentenças mais brandas entre os principais envolvidos no caso FTX, especialmente quando comparada à pena de 25 anos aplicada ao fundador da exchange, Sam Bankman-Fried (SBF).
Embora o motivo oficial da transferência não tenha sido divulgado, o Departamento de Prisões informou que Ellison está programada para ser liberada em 20 de fevereiro, cerca de nove meses antes do término formal de sua sentença. Esse tipo de transferência costuma ocorrer quando detentos se aproximam do fim da pena e se tornam elegíveis a créditos por bom comportamento e a programas de reintegração social.
Papel central no caso FTX
Ellison foi uma das figuras centrais no processo criminal decorrente da implosão da FTX, em novembro de 2022. Diferentemente de Bankman-Fried, ela e outros executivos optaram por acordos de delação, confessaram culpa e colaboraram com a Justiça. Durante o julgamento de SBF, em outubro de 2023, Ellison testemunhou contra o ex-companheiro e ex-chefe, afirmando que ele “criou os sistemas” que permitiram o desvio de aproximadamente US$ 14 bilhões em recursos de clientes da FTX para a Alameda.
Outro executivo envolvido, Ryan Salame, ex-co-CEO da FTX Digital Markets, também fechou acordo com os promotores, mas não testemunhou. Ele foi condenado a sete anos e meio de prisão.
Da Jane Street ao epicentro do maior escândalo cripto
Natural de Boston, Caroline Ellison conheceu Bankman-Fried em 2016, quando ambos trabalhavam na trading firm Jane Street. A convite de SBF, ingressou na Alameda Research em 2017, tornando-se co-CEO ao lado de Sam Trabucco e, posteriormente, CEO única da empresa em agosto de 2022, poucos meses antes do colapso do grupo.
Após a quebra da FTX, Ellison manteve-se longe dos holofotes, em contraste com Bankman-Fried, que continuou se manifestando publicamente mesmo após sua prisão. O paradeiro de Ellison só voltou a ser conhecido quando ela apareceu no tribunal para depor contra SBF, depois que um juiz revogou a liberdade provisória do ex-CEO da FTX em agosto de 2023, após ele supostamente vazar trechos do diário pessoal de Ellison à imprensa.
Pressão pública e exposição midiática
Além das consequências judiciais, Ellison enfrentou intensa exposição pública. Promotores destacaram, em recomendação de sentença apresentada em setembro de 2024, que ela foi alvo de assédio, zombarias e críticas pessoais nas redes sociais, indo além do escrutínio normal aplicado a réus em casos de grande repercussão.
Com a liberação iminente, o nome de Ellison deve voltar ao centro das atenções. Está prevista para os próximos meses a estreia da minissérie da Netflix, The Altruists, que retrata os bastidores da ascensão e queda da FTX e a relação entre Bankman-Fried e Ellison. A ex-CEO da Alameda será interpretada pela atriz Julia Garner.
O episódio marca mais um capítulo no desfecho do maior escândalo da história do mercado cripto — cujas repercussões jurídicas, políticas e culturais continuam se desenrolando anos após a quebra da exchange.
Fonte: Federal Bureau of Prisons; documentos judiciais dos EUA
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