Brasil na Mira dos EUA: A Fatura Chegou
Os Estados Unidos deram um recado claro e direto: quem cobra caro para importar produto americano vai pagar o preço. Literalmente.
A nova política de tarifas recíprocas anunciada por Washington mira os países que desequilibram as relações comerciais. E entre todos, o Brasil lidera o ranking da taxação contra os produtos norte-americanos: 74% em média.
Agora, a resposta veio à altura: os EUA passam a cobrar 37% de tarifa sobre produtos brasileiros, o dobro do que aplicavam até aqui.
A retórica da reciprocidade saiu do discurso e entrou no cálculo de planilhas.
O impacto é brutal para as empresas brasileiras que exportam para os EUA:
• aumento imediato de custos,
• perda de competitividade,
• risco real de retração nas vendas.
Principalmente nos setores do agro, alimentos, aço e manufatura.
Quem sofre primeiro? As pequenas e médias. Como sempre.
E não para por aí.
A perda de espaço nos EUA pode beneficiar concorrentes diretos — como México, Chile e países asiáticos — que mantêm tarifas mais baixas e acordos comerciais sólidos.
O Brasil, mais uma vez, corre o risco de virar coadjuvante num cenário onde poderia estar disputando protagonismo.
Enquanto isso, o governo brasileiro está diante de um dilema inevitável:
Ou negocia para reduzir as tarifas que impõe aos produtos americanos, ou assiste passivamente à erosão de sua presença no maior mercado do mundo.
Não se trata apenas de comércio exterior. Trata-se de geopolítica. De soberania. De estratégia de Estado.
Os EUA deixaram claro que estão entrando numa nova fase de nacionalismo econômico.
Quem não entender o jogo, vai ser jogado para fora dele.
E quem continuar apostando em um globalismo burocrático, enquanto o mundo se reorganiza por blocos de interesse e por pragmatismo, ficará falando sozinho no auditório da ONU.



