Bitcoin recua ao ponto de entrada de 2025 e liga alerta para investidores brasileiros
Bitcoin devolve ganhos do ano e reacende incertezas em meio à pressão macro, realização de lucros por veteranos e maior aversão ao risco global.
O Bitcoin voltou a operar abaixo do seu nível de abertura de 2025, interrompendo uma sequência de alta que vinha sustentando expectativas otimistas para o ano. Segundo dados da CoinGecko, o ativo chegou a tocar US$ 93.029, patamar ligeiramente inferior ao valor de abertura anual estimado em US$ 93.507, o que na prática zerou seus ganhos acumulados no período.
O movimento ocorre em um momento em que o cenário regulatório global, especialmente nos Estados Unidos, parecia apontar para maior estabilidade. A administração Donald Trump tem sinalizado abertura ao setor, com postura mais clara em direção à flexibilização de regras e ao incentivo à competitividade das empresas americanas de criptoativos. Além disso, grandes corporações seguem ampliando suas posições em Bitcoin, fortalecendo o discurso pró-adoção institucional.
Apesar desse contexto, fatores macroeconômicos pesaram mais no curto prazo. O shutdown parcial do governo dos EUA, que durou 43 dias antes de ser encerrado, ainda repercute nos mercados tradicionais e no ecossistema cripto, aumentando a aversão ao risco em um ambiente já sensível.
Para analistas on-chain, a pressão vendedora também reflete um comportamento clássico de ciclo: parte dos detentores veteranos — conhecidos como “OGs” — começou a realizar lucros após meses de valorização acumulada. De acordo com a Glassnode, esse movimento não representa capitulação, mas indica uma fase de transição estrutural no mercado, em que a liquidez muda de mãos e reduz momentaneamente o impulso comprador.
As altcoins sentiram com ainda mais intensidade. Desde o início de 2025, Ethereum (ETH) registra queda próxima de 8%, enquanto Solana (SOL) acumula perdas superiores a 28%. A correlação negativa entre BTC e altcoins persiste, pressionando ainda mais os ativos de maior risco e reduzindo o apetite especulativo.
Para o investidor brasileiro, o recuo do Bitcoin traz implicações adicionais. A combinação de câmbio volátil, juros altos e incerteza fiscal aumenta a sensibilidade local às oscilações globais. O preço em reais, portanto, pode sofrer impactos ampliados conforme se movem tanto o dólar quanto o ativo digital.
Ainda assim, a perspectiva de longo prazo segue positiva entre gestores, empresas e analistas globais. Matt Hougan, diretor-gerente da Bitwise, afirmou que “os fundamentos estão fortes demais para serem contidos” e apontou 2026 como ano potencial de virada, sustentado por tokenização de ativos, avanços em infraestrutura, maior presença institucional e consolidação das redes de DeFi.
Conclusão
A queda abaixo do ponto de entrada de 2025 não altera o cenário estrutural de médio e longo prazo do Bitcoin, mas expõe a fragilidade momentânea de um mercado que ainda digere eventos macro e realizações de lucros. Para investidores brasileiros, o momento é de atenção redobrada, gestão de risco e estratégia — não de pânico.
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