Banco digital Erebor atinge avaliação de US$ 4,35 bilhões e avança para licença bancária nos EUA
Instituição cofundada por Palmer Luckey e apoiada por Peter Thiel surge como aposta institucional em cripto, stablecoins e IA no pós-SVB
O banco digital Erebor, cofundado pelo empreendedor de tecnologia Palmer Luckey e apoiado pelo bilionário Peter Thiel, alcançou uma avaliação post-money de US$ 4,35 bilhões após levantar US$ 350 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Lux Capital, segundo fontes ouvidas pelo Axios.
O valuation reforça o crescente apetite institucional por modelos bancários desenhados especificamente para atender empresas de criptoativos, inteligência artificial e stablecoins, em um momento em que reguladores norte-americanos avançam no processo de concessão de licença bancária à instituição.
Recentemente, o Erebor obteve aprovação condicional preliminar do Office of the Comptroller of the Currency (OCC), passo decisivo para se tornar um banco plenamente licenciado nos Estados Unidos. Além disso, na semana passada, o banco teve sua solicitação de seguro de depósitos aprovada pela FDIC, válida por 12 meses — prazo que pode expirar caso a instituição não seja formalmente estabelecida ou não consiga uma extensão.
De acordo com o Axios, a rodada contou tanto com novos investidores quanto com apoiadores já conhecidos, como Founders Fund, Haun Ventures e 8VC. A avaliação elevada reflete o entusiasmo renovado do mercado por instituições financeiras híbridas, que combinam serviços bancários tradicionais com infraestrutura de ativos digitais.
Palmer Luckey ganhou notoriedade como fundador da Oculus VR, empresa de realidade virtual adquirida pelo Facebook, e posteriormente como cofundador da Anduril Industries, companhia de tecnologia voltada ao setor de defesa. O Erebor surgiu publicamente em meados de 2025, ainda em modo stealth, como resposta direta às lacunas deixadas no sistema financeiro após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB).
O SVB, que era o principal banco de startups e empresas de tecnologia financiadas por venture capital, quebrou em março de 2023 após altas rápidas de juros desvalorizarem seus títulos de longo prazo, desencadeando uma corrida bancária. O episódio se tornou uma das maiores falências bancárias desde a crise de 2008 e deixou um vazio significativo para o ecossistema de inovação nos EUA.
Bancos cripto ganham força com novo ambiente regulatório
O Erebor integra um grupo crescente de empresas focadas em ativos digitais que buscam espaço no sistema bancário tradicional. Entre elas estão Coinbase, Circle e Ripple Labs, que também solicitaram national trust charters ou autorizações similares junto ao OCC para ampliar serviços de custódia, liquidação e integração entre finanças tradicionais e infraestrutura onchain.
Esses movimentos ocorrem em um contexto de maior clareza regulatória nos Estados Unidos, impulsionada após a eleição do presidente Donald Trump. O novo ambiente inclui a aprovação de legislações-chave sobre stablecoins e o avanço — ainda que com atrasos — de um marco regulatório para o mercado cripto, fatores que aumentaram o otimismo do setor.
Na segunda-feira, David Sacks, nomeado por Trump como czar de cripto e IA, afirmou que a SEC e a CFTC devem divulgar diretrizes regulatórias claras para criptomoedas, reforçando a expectativa de um arcabouço mais previsível. As declarações vieram após mudanças na liderança da CFTC, incluindo movimentações envolvendo Mike Selig, sinalizando uma nova fase para a regulação de ativos digitais nos EUA.
O avanço do Erebor evidencia como o setor financeiro começa a se reorganizar após o choque do SVB, com novos bancos surgindo para atender um mercado cada vez mais integrado entre tecnologia, cripto e finanças tradicionais.
Fonte: Axios / Bloomberg
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