Balancer hack de US$ 116 milhões expõe novo nível de sofisticação em ataques DeFi
Investigação on-chain mostra preparo meticuloso e possível ligação com hackers de exploits anteriores
O ataque que drenou cerca de US$ 116 milhões (R$ 688 milhões) do protocolo Balancer nesta segunda-feira (3) pode ter sido planejado por meses, segundo uma nova análise on-chain. A investigação mostra que o invasor utilizou depósitos fracionados de 0,1 ETH via Tornado Cash — um mixer de criptomoedas — para mascarar a origem dos fundos e dificultar a rastreabilidade.
De acordo com Conor Grogan, diretor da Coinbase, o endereço do hacker possuía ao menos 100 ETH armazenados em contratos do Tornado Cash, o que indica possível envolvimento em ataques anteriores.
“O hacker parece experiente. Seeded a conta com 100 ETH e depósitos de 0,1 ETH via Tornado Cash, sem vazamentos de segurança operacional. Como não houve depósitos recentes desse tipo, é provável que os fundos já estivessem guardados desde exploits antigos”, afirmou Grogan.
O uso estratégico de mixers e a ausência de rastros diretos sugerem que o ataque foi conduzido por um ator altamente profissional, possivelmente com experiência prévia em fraudes complexas de blockchain.
Balancer oferece recompensa para devolução dos fundos
A equipe do Balancer confirmou o incidente e ofereceu uma recompensa de 20% (white hat bounty) caso o invasor devolva o valor integral. Em comunicado oficial, a DEX afirmou estar trabalhando com especialistas em segurança para concluir uma análise técnica e publicar um relatório pós-morte detalhado.
Segundo Deddy Lavid, CEO da empresa de cibersegurança Cyvers, este é “um dos ataques mais sofisticados do ano”.
“Os atacantes contornaram as camadas de controle de acesso para manipular saldos de ativos diretamente — uma falha crítica na governança operacional, e não na lógica do protocolo”, disse Lavid.
Ele destacou ainda que auditorias de código estáticas já não são suficientes, defendendo o uso de monitoramento contínuo e em tempo real para detectar fluxos suspeitos antes que fundos sejam drenados.
Padrões lembram ataques da Lazarus Group
O método de preparação lembra o modo de operação do Lazarus Group, coletivo de hackers ligados à Coreia do Norte, conhecido por meses de inatividade antes de grandes golpes — como o hack de US$ 1,4 bilhão da Bybit. Segundo a Chainalysis, o grupo reduziu drasticamente sua atividade após julho de 2024, possivelmente para se reorganizar e selecionar novos alvos.
Analistas acreditam que os hackers do Balancer podem ter adotado estratégias semelhantes, planejando o ataque com antecedência para não deixar rastros on-chain e garantir a liquidez das movimentações em múltiplas redes.
Fonte: Livecoins / Cointelegraph / Chainalysis / Conor Grogan (Coinbase)
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