A guerra cultural, a perseguição política e o peso de narrativas globais
A matéria do The New York Times intitulada “Brazil’s Ex-Leader Hopes Ally’s Comeback Is His Stay-Out-of-Jail Card” reflete uma narrativa cada vez mais presente na mídia internacional: a criminalização de líderes que representam uma ruptura com o establishment político tradicional. O caso de Jair Bolsonaro no Brasil é colocado lado a lado com o de Donald Trump nos Estados Unidos, mas a análise, como esperado de veículos com vieses progressistas, carece de imparcialidade e profundidade.
O texto sugere que Bolsonaro depende de aliados políticos para evitar a prisão, ignorando deliberadamente o contexto maior de perseguição judicial que tem atingido não apenas ele, mas diversos atores políticos e sociais que desafiam o atual status quo brasileiro. Estamos diante de um fenômeno preocupante: o uso instrumental das instituições democráticas para calar vozes dissidentes. Essa estratégia é uma marca dos regimes que se dizem democráticos, mas que agem como autoritários sob uma fachada institucional.
O caso Bolsonaro: uma ameaça ao sistema?
Desde que deixou a presidência, Bolsonaro vem sendo alvo de ataques incessantes, sejam eles políticos, jurídicos ou midiáticos. Sua criminalização não é um caso isolado; é parte de uma estratégia maior para deslegitimar qualquer movimento que questione a hegemonia progressista nas democracias ocidentais. Assim como Trump nos EUA, Bolsonaro é visto como um “inimigo” que precisa ser neutralizado. Não porque tenha cometido crimes, mas porque simboliza uma ameaça ao controle do establishment.
O artigo não aborda, por exemplo, as inconsistências nos processos contra Bolsonaro e como essas ações estão frequentemente fundamentadas em interpretações criativas da lei. Em vez disso, escolhe pintá-lo como alguém desesperado para escapar da Justiça. O mesmo acontece com Trump, cuja perseguição legal, amplamente politizada, busca impedir seu retorno ao poder em 2024.
Trump, Bolsonaro e a batalha por narrativas
A comparação entre Trump e Bolsonaro é, de fato, interessante. Ambos foram eleitos como outsiders políticos e enfrentaram a fúria do establishment ao desafiar políticas globalistas e defender uma agenda nacionalista. Trump, mesmo fora da Casa Branca, mantém uma base sólida de apoio que o coloca como o principal candidato republicano para as eleições de 2024. Já Bolsonaro enfrenta uma situação mais delicada, com parte de sua base fragmentada e com o sistema judicial agindo de forma implacável contra ele.
Porém, a diferença fundamental é o papel das instituições. Nos EUA, mesmo com toda a perseguição, o sistema político e jurídico ainda mantém certa independência e permite a resistência. No Brasil, vemos o oposto: as instituições têm sido usadas como armas políticas para sufocar opositores e concentrar poder.
A mídia global e o papel do Brasil
O viés da grande mídia, como o NYT, é evidente. A construção da narrativa é sempre no sentido de reforçar uma suposta ameaça que esses líderes representam à democracia, enquanto minimiza as verdadeiras ameaças autoritárias vindas de governos progressistas e suas instituições aliadas. Bolsonaro é apresentado como um líder em declínio, que depende desesperadamente de aliados, enquanto Trump, mesmo criticado, recebe uma análise que, de certa forma, reconhece sua força política.
Essa abordagem é conveniente para o establishment globalista. Desacreditar líderes conservadores ou de direita não é apenas uma questão local; é uma estratégia global para consolidar narrativas que demonizem qualquer oposição ao status quo.
Conclusão: o futuro das democracias ocidentais
Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, estamos assistindo a uma batalha que vai muito além de indivíduos como Bolsonaro ou Trump. É uma disputa entre duas visões de mundo: de um lado, um globalismo centralizador e progressista; de outro, um movimento que valoriza a soberania nacional, a liberdade individual e os princípios tradicionais.
A perseguição política travestida de justiça é um sintoma de democracias adoecidas, que utilizam suas instituições como ferramentas para esmagar adversários. É papel de todos nós denunciar essas práticas, questionar as narrativas impostas pela grande mídia e defender a verdadeira liberdade. Porque hoje é Bolsonaro e Trump; amanhã, pode ser qualquer um de nós.



